POLÍTICA

Ministras de Lula são barradas no Planalto e relatam discriminação

O fato foi apresentado pelas ministras na cerimônia de abertura do grupo interministerial para combater o assédio no serviço público

Lula, Janja, ministras e parlamentares - (foto: Ricardo Stuckert/PR)

As ministras da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, das Mulheres, Cida Gonçalves, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, contaram nesta semana que foram barradas de entrar no Palácio do Planalto, pois, segundo elas, não terem sido reconhecidas como integrantes da Esplanada dos Ministérios do presidente Lula (PT). Elas alegam discriminação por serem mulheres, negras e até pelas roupas que vestem para irem trabalhar.

O relato foi dado pelas ministras na cerimônia de abertura do grupo interministerial para combater o assédio no serviço público.

Durante a cerimônia, a ministra Cida declarou que a situação tem sido recorrente.

“A discriminação passa pelo o que Anielle (ministra da Igualdade Racial) falou das roupas que a gente usa, da forma como você está. Eu sempre brinco que tem dia que eu chego no Palácio e os seguranças não me deixam entrar. Eles falam ‘não, a senhora entra por aquela porta’. Aí eu falo ‘eu não tenho cara de ministra, não tenho tamanho de ministra, nem me visto como ministra, mas eu sou ministra’. Aí a Tatiane ou as meninas do corredor saem correndo falando ‘ela é ministra’”.

A ministra ainda complementou sobre a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco:

“Eu sempre brinco porque imagina a Anielle, negra, como deve ser difícil convencer todo mundo que ela é uma ministra. Ou o Silvio Almeida”.

No mesmo evento, a ministra Esther Dweck (Gestão) disse que também foi barrada no Palácio do Planalto e que não vê como culpa da segurança e sim da “cultura da sociedade brasileira de não imaginar determinadas pessoas em determinados espaços”.

“Quando a Cida falou que ela é barrada no Palácio, eu sou barrada no Palácio, Anielle é barrada no Palácio, e muitas vezes é um terceirizado que fica ali na segurança e isso está na cabeça dele. Isso é que é triste, a sociedade brasileira traz isso para dentro. A pessoa que está ali não tem nenhuma responsabilidade por estar tendo aquela reação, claro, porque isso é fruto de uma cultura da sociedade brasileira de não imaginar determinadas pessoas em determinados espaços”.

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