Brasil em busca do título inédito no Mundial de Futebol Feminino
Seleção Brasileira está no grupo F e terá como primeiro adversário o Panamá nesta segunda-feira (24)
Brasil estreia na Copa do Mundo de Futebol Feminino nesta segunda-feira (24), em Adelaide, contra o Panamá, às 8h. O time está no grupo F e participará de três jogos na fase inicial do torneio, que está sendo sediado na Austrália e na Nova Zelândia.Além do Panamá, a Seleção Brasileira enfrentará as equipes da França e Jamaica também na primeira fase da competição. É a primeira da história com 32 seleções, que estão divididas em oito grupos de quatro times cada. Os dois melhores de cada grupo se classificam para as oitavas de final. As comandadas da técnica Pia Sundhage lutam pelo título inédito da competição, mas não chegam como favoritas.
A Copa do Mundo Feminina começou a ser disputada em 1991. Em oito edições realizadas até hoje, apenas quatro seleções conseguiram conquistar o grande título do futebol mundial.A nação mais vencedora da Copa do Mundo Feminina são os Estados Unidos, que já ergueram a taça em quatro oportunidades (1991, 1999, 2015 e 2019). Além disso, o país ainda soma mais um vice-campeonato em 2011.
Logo atrás vem a Alemanha, que conseguiu duas conquistas (2003 e 2007). Fechando a lista de campeões do Mundial de futebol feminino estão a Noruega, que venceu o campeonato em 1995, e o Japão, que levou a taça para casa na edição disputada em 2011.
O Brasil, por sua vez, tem como melhor resultado o vice-campeonato em 2007, quando acabou chegou à inédita e histórica final, mas acabou derrotado pela Alemanha. Além disso, a seleção canarinha também ficou em terceiro lugar no torneio de 1999, vencendo as norueguesas.
JOGOS DO BRASIL – 1ª FASE
Confira abaixo as datas e horários das partidas:
24/07 (segunda-feira) – Brasil x Panamá – 8h
29/07 (sábado) – França x Brasil – 7h
02/08 (quarta-feira) – Jamaica x Brasil – 7h
Saiba mais sobre as maranhenses na Seleção
Nascida em São Luís, Ary Borges (Ariádina), meia da Seleção Brasileira, é de uma família de desportistas que gosta muito de esporte. Sua mãe quase era jogadora de handebol e só não foi à frente porque acabou engravidando e aí veio a filha atleta.
“Costumo dizer que o futebol entrou por acaso em minha vida, porque fui criado por minha avó e atrás da casa era um campo de futebol. Eu saía da escola e ia jogar bola. Meu primo adorava futebol e acabou me puxando para participar da brincadeira dele e eu acabei me apaixonando também. Meu tio tinha um time de várzea e a gente adorava as viagens para jogos no interior”.
No começo, Ary apenas se divertia jogando futebol, mas depois o primo percebeu que ela se destacava entre as demais participantes.
“Aí ele começou a explicar os fundamentos, e o futebol foi entrando na minha vida e hoje estou aqui, na Seleção Brasileira”.
Foi fundamental o apoio da família.
“Meu tio e primos sempre me defenderam com unhas e dentes e me incentivaram. Meu pai adorou ter uma filha que joga futebol, pois quando minha mãe estava grávida ele queria que fosse um menino para ser jogador de futebol. Aí, foi muito importante depois que a gente se conheceu ele era que me acordava cedo e me levava pra jogar. Foi ele que descobriu o Centro Olímpico que foi meu clube formador”.
Desafio
Sem dúvida, um dos maiores desafios de Ary foi ter que deixar sua avó em São Luís para viajar com destino a São Paulo onde já se encontravam os pais, aos 10 anos.
“Na época minha avó tinha sofrido um acidente doméstico e eu podia ajudá-la. Fui morar numa cidade muitas vezes maior que São Luís. Então, eram meus pais, mas não havia aquela mesma relação que eu tinha com a minha avó. Mas meu pai começou a me conquistar, levando- me para o estádio pra ver futebol”.
A convocação
A maranhense Ary Borges também falou sobre sua convocação para a Seleção Brasileira e a expectativa da disputa da Copa do Mundo.
“Eu tinha quase a certeza de ser convocado, porque tinha participado do ciclo inteiro, mas até chegar às quatro da tarde do dia da convocação foi um dia muito longo, então, a ansiedade ainda vivo esse dia, ansiedade só vai acabar quando do apito de começou a Copa. Afinal, disputar uma Copa é o auge para o atleta. A sensação é de muita gratidão. Temos um grupo muito bacana. Passamos por uma renovação. Temos uma mescla muito boa entre as meninas mais novas, cheias de energia e as que dão uma segurada na gente na hora que precisa. O grupo fez a gente se sentir muito à vontade”.
Camila começou como zagueira
Goleira titular do Santos, a maranhense Camila teve uma trajetória que começou no Maranhão, depois foi para outros estados. Para chegar onde está, ela diz que tem muito a ver com suas características.
“Acredito que tenho uma boa força, sou bem forte, tenho um bom 1 contra 1, um dos meus fortes. Um pouco de saída do gol, não tenho muito medo. Sou uma pessoa que independente de errar ou não eu vou estar ali, vou buscar e tentar acertar, então sou uma goleira sem medo, que sempre vai estar buscando novas oportunidades, enfim, correndo atrás de meus objetivos.”
Nascida em São Luís, Camila informa que começou a jogar bola desde cedo, na rua. Com 15 anos jogava com os meninos, como zagueira e aos 16, 17 anos foi quando começou a aventurar mais no gol. Com 18 anos foi a primeira oportunidade que teve para sair do Maranhão.
“Foi quando botei meus pés no chão e decidi que foi aquilo que queria pra mim e resolvi correr atrás. Por acaso, um dia em que numa equipe que tinha no time da escola as três goleiras faltaram e aí, vai Camila pro gol. Então começou a brincadeira, só que eu estava indo muito bem e acabaram achando que aquele era o meu lugar e graças a Deus, até hoj estou aqui como goleira”.
O apoio da família foi fundamental para o sucesso da carreira de Camila.
“No começo, o temor era sair de casa, mas eles sempre me apoiaram, principalmente meu pai. Então, foi uma coisa que me fortaleceu, porque eles sempre acreditaram bastante em mim, o que fez que eu sonhasse cada vez mais alto com isso”.
Entre os desafios enfrentados na carreira Camila afirma que foi temor pelo fato de ser mulher e negra:
“Tive um pouco de dificuldade, infelizmente tem esse preconceito, então, tive dificuldade para correr atrás dos meus objetivos, mas graças a Deus eu consegui”.
O momento mais importante da maranhense ela diz acreditar ter sido exatamente a participação desta Copa do Mundo.
“Acho que o fato de ter começado a jogar e ter boas atuações, chamar atenção de toda essa galera aqui da Seleção, foi o momento mais importante pra mim. Disputar uma Copa é um momento único, esperado por todo o atleta, que odo mundo sonha conquistar”.
Sobre o atual momento, na Seleção Brasileira, Camila afirma:
“Felicidade é o que resume tudo, porque estar aqui já é uma realização. Então, tem que estar feliz pra correr atrás e tudo isso que a gente está correndo, estar todo mundo unido em prol de uma única coisa que é a estrela para o Brasil, acho que isso faz muita diferença.Tá todo mundo focado nisso, querendo a mesma coisa. A união é o que vai fazer a gente ir muito mais longe do que a gente imagina”.
*Com colaboração da Assessoria de Imprensa
Copa tem aumento de LBGTQIA+
O número de atletas LGBTQIA + aumentou na Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia em relação a 2019, na França. É que mostra um levantamento confeccionado pela agência de notícias inglesa Reuters. Os dados apontam aumento de mais que o dobro em relação ao torneio passado. Ao todo, 87 atletas homoafetivos estão nos campos da Oceania — 128% a mais em comparação às 38 da última competição realizada na Europa. O Brasil lidera o ranking da pesquisa em 2023.
Nove convocadas assumem oficialmente a identidade.A lista conta com a goleira Letícia, as defensoras Kathellen, Lauren e Tamires, a meio-campista Adriana e as atacantes Andressa Alves, Debinha, Geyse e Marta. Cortada na preparação por entorse no tornozelo esquerdo, a brasiliense Nycole seria a décima da relação. O pódio é completado pelas anfitriãs australianas e pela Irlanda.
* Com informações do Correio Braziliense