Agressores de Alexandre de Moraes são identificados; PF investiga caso
Em aeroporto na Itália, um grupo de brasileiros xingou o magistrado e sua família. Trio responderá em liberdade
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi hostilizado por um grupo de brasileiros no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, ao retornar ao país após participar do Fórum Internacional de Direito, na Universidade de Siena. O episódio ocorreu na sexta-feira, por volta das 18h45 no horário local, e o magistrado estava acompanhado da família.
A Polícia Federal (PF) já identificou os responsáveis pelo ataque ao ministro e instaurou um inquérito para tratar do caso. Uma mulher identificada como Andréia xingou o magistrado de “bandido, comunista e comprado”. Depois, um homem, que a PF apontou ser Roberto Mantovani Filho, passa a agredir fisicamente o ministro, reforçando as agressões verbais, e outro, Alex Zanatta, se uniu à dupla com palavras de baixo calão.
Mantovani Filho teria, inclusive, dado um tapa no filho do magistrado, enquanto este tentava intervir em defesa de Moraes. O agressor é casado com Andréia, que começou toda a confusão. Ele é de Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, e é empresário.
O grupo de agressores e Moraes e sua família seguiram para destinos diferentes. Enquanto o trio retornava ao país, o ministro do Supremo prosseguiu para um outro país na Europa.
O trio responderá em liberdade por crime contra honra e ameaça. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, entrou em contato para se solidarizar ao ministro, após o ataque, segundo informações do jornal O Globo. O Supremo afirmou que não comentará o caso.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) comentou o caso em suas redes sociais. Ele enfatizou que “democracia se faz com debate, não violência”. “Minha solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua família agredida no aeroporto de Roma. É inaceitável que se use o argumento de liberdade de expressão para agredir, ofender e desrespeitar autoridades constituídas. Isso não pode continuar. Democracia se faz com debate e não violência”, defendeu.
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, disse que atos como esse são “inaceitáveis”, e prestou solidariedade. “Esse tipo de comportamento mina o caminho que se visa construir de um país de progresso, civilizado e pacífico”, argumentou.
O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, usou o Twitter para comentar o episódio. “Ataques dessa natureza são inconcebíveis na democracia. Herança de um tempo em que o Brasil adoeceu. Que os autores dessa barbárie sejam rapidamente submetidos à justiça para que eventos como esse jamais se repitam!”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2022, reforçou a segurança de seus ministros, temendo ataques de possíveis apoiadores solitários do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, não só colocou em dúvida a segurança das urnas eletrônicas, como atacou abertamente diversos magistrados, como Luís Roberto Barroso e o próprio Alexandre de Moraes, presidente da Corte Eleitoral.