Teatro Arthur Azevedo realiza comemoração de aniversário de 206 anos nesta quinta (1°)
A programação da semana de aniversário do Teatro é totalmente gratuita.
Nesta quinta-feira (1°), o Teatro Arthur Azevedo completa 206 anos de história. Para comemorar o aniversário do teatro, foi desenvolvida uma programação diversificada que acontece desde o início da semana, presencialmente e online.
A programação da semana de aniversário do Teatro é totalmente gratuita.
Hoje, aniversário do Teatro, haverá programação o dia todo. Pela manhã, às 9h, acontecerá o Seminário “Modos de ocupar a cidade e formação do artista-docente”, ministrada por Victor Silper, Nicolle Machado e Abimaelson Santos, do curso de Licenciatura em teatro da UFMA, no Centro Cultural Vale Maranhão, que fica na Rua Direita, 149 – Centro.
À tarde, o auge da programação acontece às 15h, no palco do Teatro Arthur Azevedo, com a participação da Orquestra João do Vale (MA). Às 20h, o palco receberá o Espetáculo “Sobre Azares Futuros”, com a Companhia Budejar Criações Artísticas (MA/CE).
Na sexta-feira (2), último dia de programação, o palco do Teatro abre suas cortinas para a companhia Xama Teatro (MA) com o espetáculo ”A Carroça é Nossa”, às 18h. O Show ”Lado B”, com Emanuele Paz, encerra as comemorações, às 19h.
Para o secretário de Estado da Cultura, Yuri Arruda, o Teatro Arthur Azevedo é um presente para a cidade, uma vez que a Casa já recebeu inúmeros e diversos espetáculos nacionais e internacionais, que fizeram história no cenário cultural.
“Mais de dois séculos de muita história. O Teatro Arthur Azevedo é uma relíquia cultural que nos remete ao passado e orgulha o nosso presente. Uma Casa com tanta riqueza de história deve ser orgulho para todo mundo, não só para os maranhenses, mas para todos que vivem e fazem a cultura em nosso país.”
O diretor, Victor Silper, diz que o Teatro, o segundo mais antigo do Brasil, representa para o estado uma casa não só de cultura, mas instrumento que fortalece a cadeia criativa local, no cenário das artes cênicas, principalmente, colocando o Maranhão na rota dos grandes espetáculos.
“Ele chega aos 206 anos se reinventando, olhando para seu passado, percebendo aas contribuições que podem ser reverberadas no hoje, pensando as suas memórias, e a as suas implicações como patrimônio”, disse Victor.
Os ingressos para a programação podem ser retirados de forma gratuita, na bilheteria do teatro, duas horas antes de cada evento.
Parte da história da cidade
Foi em 1815, em pleno ciclo do algodão maranhense, que dois comerciantes portugueses desejosos de assistirem espetáculos de arte dramática e música lírica de qualidade e em condições adequadas, aqui mesmo em São Luís, a exemplo do que assistiam em Lisboa, decidiram edificar um grande teatro do mesmo porte das casas de óperas da Europa. Eram eles Eleutério Lopes da Silva Varela e Estevão Gonçalves Braga.
O projeto inicial era fazer o prédio com a fachada principal para o Largo do Carmo (praça João Lisboa). Entretanto os dois tiveram que enfrentar a oposição dos padres carmelitas da Igreja Nossa Senhora do Carmo que não admitiam ter como vizinhos uma casa de espetáculos profanos. E foi assim que depois de muita briga o prédio foi construído com a frente para a Rua do Sol.
No dia 1º de junho de 1817 foi inaugurado com o nome de Teatro União. O primeiro espetáculo foi apresentado pela Companhia Dramática de Lisboa e durante alguns anos o Teatro foi palco de apresentações de companhias europeias, muito prestigiadas pela sociedade da época.
E foi em uma dessas apresentações que uma atriz portuguesa, em 1854, entrou em trabalho de parto em pleno camarim do Teatro. Nesse camarim nasceu Apolônia Pinto, que viria a se tornar uma das grandes atrizes do teatro brasileiro. Ainda nesse ano foi realizado o primeiro baile de máscaras de São Luís, um acontecimento inédito, que geraria intermináveis discussões e debates entre a população.
O nome Teatro Arthur Azevedo viria na segunda década do século XX em homenagem ao contista, teatrólogo, poeta e jornalista Artur Azevedo. O escritor foi o consolidador da comédia de costumes. Autor muito popular que retratou os costumes da sociedade brasileira do final da Monarquia e início da República.
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