Tradição

Ruas do João Paulo recebem grupos de Bumba Boi nesta sexta (30)

Festa em homenagem a São Marçal completa 96 anos em 2023; 21 grupos já estão confirmados.

São Marçal é o último santo festivo do mês de junho na capital.(Foto: Reprodução)

A intensidade junina de São Luís e a temporada festiva dos grupos de bumba meu boi desaguam no dia 30 de junho, na Festa de São Marçal, realizada na Avenida São Marçal, no João Paulo. São Marçal é o último santo festivo do mês de junho na capital. Grupos de bois, brincantes e simpatizantes fazem a festa no grande encontro de bois de matraca.

A Festa completa 96 anos em 2023 e já está com tudo pronto. Segundo o coordenador-geral da festa, Carlos André Costa Teixeira, a passagem dos grupos é por ordem de chegada e começa às 5 da manhã, com encerramento às 23h. A edição deste ano fará homenagem ao senhor José Manoel Cardoso, falecido em abril último, e que foi ex-diretor do Boi da Maioba e do Boi de Maracanã.

No ano passado, pelo menos 250 mil pessoas passaram pela Festa, segundo Carlos André. Foi um ano atípico, pois a Festa voltava, assim como muitos outros eventos culturais, depois um período de pandemia.

Este ano já estão confirmados os bois de matraca: Boi de Ribamar, Boi da Pindoba, Boi de Maracanã, Boi da Maioba, Boi de Iguaíba, Boi de Juçatuba, Boi Sitio do Apicum, Boi Tremor da Campina, Boi Itapera de Maracanã, Boi do Bairro de Fátima, Boi do João Paulo, Boi Estrela Maior, Boi de Panaquatira, Boi Revelação de São Marçal, Boi Itatuaba de Icatu, Boi do Maiobão, Boi da Madre Deus, Boi da Matinha, Boi Touro da Ilha de Santana, Boi de Miritiua. O desfile é definido por ordem de chegada dos grupos.

Para garantir a segurança de público e brincantes, o evento conta com infraestrutura e apoio do Governo do Estado por meio das secretarias de Cultura e Saúde; Polícia Militar, Corpo de Bombeiros; além de outras instituições como Exército Brasileiro, Ministério Público, Blitz Urbana, Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte.

“Temos mais de 50 brigadistas que darão apoio durante o desfile. Teremos o caldinho de feijão para distribuir para o povão e estamos preparados para mais uma grande festa”, disse Carlos André.

Festa de resistência

No dia de São Marçal, matracas e pandeirões dão o tom da festa. É uma celebração que atravessa o tempo e também testa a força, fé e resistência de brincantes, organizadores dos grupos e admiradores dos batalhões que ficam na rua desde a madrugada anterior.

A Festa surgiu a partir da proibição aos grupos de bumba meu boi de seguirem para a área do Centro da cidade, sob pretexto de manutenção da segurança, ordem e tranquilidade. A polícia não permitia que os brincantes passassem do Areal do João Paulo. Lá mesmo, eles se encontravam, e desde então, o encontro dos grupos de bumba-boi foi se consolidando a cada ano e se expandiu, tomando as proporções atuais.

O santo

Em artigo, o Diácono João Pedro Fonseca conta que São Marçal foi o primeiro bispo do local e evangelizou a Aquitânia, uma região próxima de Limoges. Seria o próprio São Marçal um gaulês. Foi martirizado no século III junto com outros dois presbíteros de sua diocese. Sua imagem geralmente o apresenta como um bispo, de casula ou capa pluvial, báculo e mitra – o chapéu do bispo. Outras o trazem com uma tocha, na companhia de um anjo ou com uma casa em chamas a seus pés.

“Não se sabe como começou a atribuição a São Marçal, mas ela ganhou força e notoriedade principalmente a partir dos anos 1980. Hoje uma estátua de 5 metros do santo está em destaque no local dos folguedos São Marçal ultrapassou fronteiras e se enraizou no imaginário folclórico e devocional do povo ludovicense. Encerra com maestria o período junino da capital maranhense e sempre passa aquela sensação de saudade e dever cumprido aos brincantes”, disse o religioso.

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