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Investigadora maranhense é brutalmente agredida por instrutor durante curso no Ceará

Membro da corporação do Tocantins é suspeito de causar hematomas nas nádegas da policial e já foi afastado das atividades.

Policial mostra hematomas causados por agressão de instrutor. (Foto: Reprodução)

“Em 2012, fiz um curso de 45 dias, então estava bastante tranquila em participar deste curso [atual], principalmente por se tratar de valorização da mulher e empoderamento. No entanto, o objetivo foi totalmente desvirtuado”.

O relato é de uma investigadora de 53 anos, com 14 de carreira na Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), que foi brutalmente agredida a pauladas por um instrutor, durante a terceira edição do Curso Tático Policial Feminino (CTAP), organizado pela Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp).

A vítima, que prefere não se identificar por razões de segurança, sofreu hematomas nas nádegas, além de agressão psicológica intensa e ofensas gratuitas. Ela relatou o ocorrido em suas redes sociais, após solicitar o desligamento do curso e retornar ao estado do Maranhão.

Policial Civil denunciou agressões sofridas durante curso de aperfeiçoamento. (Foto: Reprodução/Redes sociais)

A agressão ocorreu no dia 8 de junho e a policial, que possui 14 anos de experiência nas forças de segurança, revelou ao portal Diário do Nordeste que o agressor fez vários insultos, chamando-a de “velha”, enquanto desferia as pauladas, com o intuito de exercer pressão psicológica sobre ela.

Após o incidente, a investigadora pediu para deixar a instrução e se dirigiu ao alojamento, onde foi abordada pela coordenação do curso e por policiais, que apresentaram desculpas e pediram seu retorno às aulas. No entanto, devido ao trauma causado pela agressão, ela se sentiu receosa e com medo.

O curso foi realizado em diversas localidades, incluindo uma fazenda em Maracanaú, na Grande Fortaleza, e também envolveu etapas em áreas rurais. A policial maranhense chegou ao Ceará no dia 27 de maio para dar início à sua participação no treinamento.

Vale ressaltar que a vítima já havia passado por um treinamento mais intensivo em táticas, o Curso de Operações Táticas Especiais (COTE), em 2012. “Estava bastante tranquila em participar deste curso, principalmente por se tratar de valorização da mulher e empoderamento”, explicou a investigadora.

Providências

O caso ganhou repercussão nacional, com manifestações de apoio à policial. O governador Carlos Brandão afirmou em uma rede social que “O Sistema de Segurança Pública segue acompanhando de perto o caso da policial que sofreu agressão”. Já a Polícia Civil do Maranhão informou que está cobrando providências para a resolução do caso.

Manifestação do governador doMaranhão, Carlos Brandão (Foto: Reprodução)

A policial fez um Boletim de Ocorrência (B.O) no dia 10 de junho na Casa da Mulher Brasileira, antes de sair do Ceará. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS-CE) informou que um inquérito foi aberto na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e pontuou que a mulher foi devidamente acolhida após as oitivas.

“É importante destacar ainda que, assim que o pedido de desligamento do curso foi solicitado pela policial feminina, foi designada uma equipe para acompanhar a vítima ao seu estado de origem”, diz a pasta.

Conforme a SSPDS, o policial de Tocantins suspeito das agressões, que atuava como instrutor do CTAP, foi “imediatamente afastado” das aulas.

Ainda de acordo com a Secretaria, a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública, que é “autônoma e isenta”, determinou “imediata instauração de procedimento disciplinar para devida apuração na seara administrativa disciplinar”.

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