Orientação Médica

Entenda os riscos do PMMA, silicone industrial aplicado em Lygia Fazio

O PPMA é indicado em pouquíssimos casos, onde é utilizado para a melhora do contorno e da anatomia de pacientes.

Lygia estava internada há cerca de três semanas, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) (Foto: Reprodução/Instagram)

Você conhece os riscos da aplicação do silicone industrial no corpo? A modelo Lygia Fazio, de 40 anos, morreu nesta quinta-feira (1º) em decorrência de complicações após aplicação do material polimetilmetacrilato (conhecido como PMMA, um componente plástico) nos glúteos.

Lygia estava internada há cerca de três semanas, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). O cirurgião plástico Victor Hugo Cordeiro alerta que o PPMA é indicado em pouquíssimos casos, onde é utilizado para a melhora do contorno e da anatomia de pacientes que sofreram com lipodistrofias e alterações causadas pelo uso das medicações para tratamento do vírus do HIV. 

“É contraindicado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para grandes volumes, e isso é recorrente. Infelizmente já aconteceu há algum tempo atrás, problemas com complicações do PMMA”, disse o especialista. 

Victor Hugo explica que o PMMA é um material plástico, sendo assim, a substância não é absorvida pelo corpo, fazendo com que todo o conteúdo que infiltra e se espalha pelo tecido subcutâneo ou muscular possa ser infectado.

“A grande complicação é que é muito difícil de se retirar um tecido todo infiltrado”, ressalta.

“A partir do momento que ele (PMMA) é colocado, ele fica teoricamente inerte. Porém, uma infecção ou uma reação inflamatória muito grave pode gerar complicações e uma tendência de expulsão do tecido. Com ele espalhado, pode gerar grandes abcessos e ter que fazer cirurgias plásticas para remoção e reconstrução do tecido, que podem gerar graves infecções, podendo levar a septicemia e a morte”, complementa.

Aplicação clandestina

Irmão de Lygia, George Ricardo aponta que a modelo procurou um profissional clandestino para aplicação de PMMA, após ter pedido de novas aplicações recusado pelo profissional com quem normalmente fazia os procedimentos.  

Ele explica que exames laboratoriais mostraram que, na verdade, o novo profissional teria aplicado silicone industrial e não PMMA. “Tudo isso gerou uma inflamação enorme no corpo dela, o que acabou ocasionando, anos depois, esse AVC”, contou.

Opções mais seguras

O cirurgião plástico sugere outras maneiras de realizar procedimentos estéticos de uma forma mais segura. Uma das opções é a lipoenxertia, também conhecida como enxerto de gordura ou enxerto adiposo.

“É um procedimento estético no qual a gordura é removida de uma parte do corpo por meio da lipoaspiração e, em seguida, é injetada em outra área do corpo para melhorar seu volume, forma ou contorno”, explica.

Outra opção é a prótese glútea, um implante utilizado para aumentar o volume ou melhorara forma dos glúteos.

“É um procedimento cirúrgico conhecido como gluteoplastia de aumento. Nesse procedimento, uma prótese de silicone é colocada cirurgicamente dentro do músculo glúteo para proporcionar um resultado desejado.”

Victor Hugo também cita o aumento do bumbum com ácido hialurônico, que é um procedimento estético não cirúrgico. A substância é um tipo de preenchedor dérmico que é injetado diretamente na região dos glúteos para proporcionar um aumento temporário.

Em todos os casos, o especialista faz a seguinte orientação:

“É importante ressaltar que todos os procedimentos devem ser feitos com um profissional capacitado. E deve ser feita uma avaliação do caso de cada paciente”, finaliza.

* Com Informações do Correio Braziliense

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