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Eliziane quer confrontar versões de militares sobre conversas golpistas

Eliziane interpreta que Lawand mentiu no depoimento quando disse que buscava, com as mensagens, apenas “pacificar” a nação.

Eliziane Gama durante sessão na CPMI. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Finalizado o depoimento do coronel Jean Lawand Jr. à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro, nesta terça-feira (27), a próxima oitiva será com o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A relatora Eliziane Gama (PSD-MA) diz que pretende confrontar as versões de ambos depoentes sobre as conversas de teor golpistas encontradas no celular de Cid.

Em entrevista após o termino da oitiva, Eliziane interpreta que Lawand mentiu no depoimento quando disse que buscava, com as mensagens, apenas “pacificar” a nação.

“O coronel Lawand tentou colocar de que ele estaria fazendo uma orientação apenas em relação ao equilíbrio nacional, a paz nacional. A gente vai tentar ouvir do Mauro Cid se ele efetivamente recebeu esse tipo de comunicado nesta mesma linha”, explicou.

A relatora acredita que não era o caso. “A gente sabe, claramente, que não foi isso. Se percebe que ele fala de golpe, você percebe que ele tenta na verdade envolver o Mauro conduzir o então presidente da República a de fato decretar uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem)”, conclui.

Pedido de prisão

O presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), afirmou que foi “a reunião mais difícil” para ele conduzir, e que Lawand “faltou com a verdade”. Uma CPMI tem a prerrogativa de determinar a prisão em caso de “flagrante delito” — como, por exemplo, mentir sob juramento.

Eliziane Gama explicou que o acordo entre a relatoria e a presidência é de que, em caso de flagrante delito, a prisão seja tomada e deliberada pela presidência.

“Nós tivemos um entendimento na comissão, acerca dos pedidos de prisão, que serão tomados e deliberados pelo presidente da comissão. Ele compreendeu de fato que não haveria necessidade de fazer o pedido de prisão diante das mentiras que ele claramente colocou”, apontou, após o encerramento da sessão, acatando a decisão do presidente.

A defesa de Cid solicitou que não fosse obrigado a comparecer, pois ele está na condição de investigado. O tenente-coronel do Exército está preso, acusado de ligação com as fraudes nos registros de vacinação de Bolsonaro, além do da própria família de Cid. No celular do oficial, a Polícia Federal ainda encontrou uma outra minuta de golpe de Estado, que complicou-lhe ainda mais a situação.

* Com informações do Correio Braziliense

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