fé e paixão

Dia de devoção e festa para São Pedro nesta quinta (29)

Brincantes de Bumba Meu Boi descrevem a paixão por trás da tradição junina no Largo de São Pedro.

Joelma Santos é uma brincante apaixonada pelas festas juninas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Nesta quinta-feira, dia de  São Pedro, além de marcado pelas tradicionais procissões marítima e terrestre em São Luís, tem o amanhecer na Capela ao som do bumba meu boi. A festa de devoção, fé e diversão ocorre durante todo dia, atravessando a noite e conta com a presença de milhares de brincantes e devotos, na tradicional e conhecida festa da Capela, no Largo de São Pedro.

Como manda a tradição há mais de 80 anos, os brincantes de grupos de bumba meu boi começam a chegar no Largo de São Pedro nas primeiras horas da madrugada do dia 29.  A caminhada que mistura o sagrado e o profano, atrai milhares de pessoas.

Joelma Santos, professora de História, frequenta a festa de São Pedro, especialmente na véspera, quando os bois sobem a Capela pra pagar suas promessas, desde o ano de 2009.

“A festa, pra mim, é um momento apoteótico, como é o São Marçal também, uma catarse. É a afirmação da força da cultura popular maranhense, da fé de pessoas que passam o ano, algumas a vida toda, dedicadas a levar sua brincadeira pra rua, e vão ali agradecer e festejar o Santo e as entidades que lhes ajudam, apesar de todas as dificuldades que enfrentam e da falta de políticas de salvaguarda desses grupos”, diz a professora.

Louise Furtado é frequentadora desde 2006 da festa. (Foto: Arquivo pessoal)

A Louise Furtado, professora de Geografia, frequenta a festa desde 2006, quando era estagiária da Casa do Maranhão.

“Gosto principalmente pela ligação religiosa. A atmosfera respirada ali é espiritual, Casa das Minas, Largo de São Sebastião, a Capela, a mistura entre as religiões, os Santos e divindades, quem vem brincar, as pessoas que manifestam a força da festa de jeitos particulares. Quem está atento, enxerga e sente muito”, disse.

E o que motiva essa paixão? Joelma diz que não sabe, mas que precisa estar lá (na Capela).

Na pandemia, quando a festa não aconteceu de forma tradicional, eu fui até a Capela a noite. Ela estava aberta, quem estava lá cumpria os protocolos de máscara e distância. Eu precisava ir pra lembrar que a vida é mais do que todo o horror que a gente estava passando naquele período. Eu acho que estar lá é valorizar a cultura do estado, mas também é valorizar a vida e lembrar que ela ainda pode ser mágica, e quem faz isso são pessoas comuns, normais, que trabalham de dia e brincam boi de noite. Estar lá é não me perder da minha origem, é lembrar da minha própria história”.

Louise Furtado demonstra sua devoção por São Pedro. (Foto: Arquivo pessoal)

O evento é uma realização da Comunidade de São Pedro, que neste ano está sob nova coordenação,  e trouxe a  revitalização do Largo de São Pedro, que está com programação cultural desde o dia 20, início do festejo.

Bois de matraca no largo de São Pedro. (Foto: Honório Moreira/2019)

A Festa ocorre todos os anos na madrugada do dia 28 para o dia 29 de junho, reunindo milhares de brincantes de bumba meu boi, além de fiéis ao santo. A ladeira e as escadas da Capela de São Pedro tornam-se ponto de encontro dos diversos  sotaques do bumba meu boi. Na ladeira, fiéis, devotos e brincantes se misturam em fé, religiosidade e festa.

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