O Maranhão na Tela nasceu como um festival de cinema focado no fomento à produção audiovisual maranhense, idealizado pela cineasta Mavi Simão. Em 2023, o festival comemora 15 anos e volta a ser realizado de forma presencial, em seu formato original, de 04 a 09 de setembro, em comemoração ao aniversário de São Luís.

Patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, o Maranhão na Tela abre inscrições para sua Mostra Competitiva já no próximo dia 05 de junho. Conversamos com Mavi Simão sobre a volta do festival, sua programação, suas ideias, suas expectativas e perspectivas.

• Qual a sensação de ter o Maranhão na Tela de volta em seu formato original depois da pandemia, após esse tempo parado?

Mavi Simão – A sensação é a de ver o sol, depois de um longo período chuvoso. É a retomada de um projeto que só cresceu ao longo dos anos e que de repente foi drasticamente reduzido, praticamente interrompido. Em 2019 realizamos a maior edição que o Maranhão na Tela já havia tido, era o ápice de um investimento de mais de uma década e, com a ocorrência da pandemia tudo parou. Desde então, realizamos ações do festival, mas nunca o Maranhão na Tela em si. E voltar ao formato original é voltar a poder contribuir com o sonho de ver o cinema do Maranhão pulsando em todas as telas. E é preciso reconhecer e agradecer o papel decisivo que o Instituto Cultural Vale – ICV tem nessa retomada do festival, que só está acontecendo graças ao investimento fundamental desse instituto.

_{Além das telas}

• O festival não apenas exibe filmes convidados e filmes em competição, mas promove oficinas, mostras paralelas, cursos, bate-papos e homenagens. O que o público pode esperar da edição de 15 anos?

M.S. – Para comemorar os 15 anos de existência do Maranhão na Tela não mediremos esforços para realizar uma edição que possa surpreender o público. Para isso, estamos investindo fortemente na curadoria e na formalização de parcerias que chegam para potencializar todas as atividades do festival. Das parcerias já firmadas, podemos destacar a parceria com a SEBRAE-MA, que irá viabilizar a realização de 05 cursos exclusivos sobre a Lei Paulo Gustavo. Também fechamos uma  parceria com o Cardume Curtas, que premiará os curtas vencedores da Mostra Maranhão de Cinema com o direito de fazerem parte do catálogo da plataforma de streaming do projeto, além de dar acesso à ela, por um ano, aos vencedores de todas as categorias da mostra competitiva e acesso de um mês a todo o público do festival.

• O festival se solidificou e é referência não apenas regional, mas também nacional. Como está essa interação com o restante do país e como tu sentes a receptividade a essa volta?

M.S. – Todos os parceiros que temos no restante do país estão vibrantes com a volta do Maranhão na Tela ao seu formato original, bem como estão ávidos para participarem do festival de alguma forma.

• A identidade visual do evento, que em todas as edições apresenta a obra de um artista plástico maranhense, é sempre um atrativo à parte. Qual a surpresa para este ano?

M.S. – Wal Paixão é artista visual escolhido para dar vida a identidade visual da edição de 15 anos do Maranhão na Tela. Neste ano, todas as peças de divulgação são baseadas na obra Santos Juninos, de autoria do Wal.

• Fala pra gente sobre as atividades formativas.

M.S. – As atividades formativas sempre foram uma grande prioridade para o Maranhão na Tela, pois acreditamos que o conhecimento é um investimento que fica e se multiplica. E nesta edição de 15 anos, realizaremos 05 cursos teóricos, 02 oficinas práticas e 01 masterclass com o(a) diretor(a) homenageado(a). Os cursos teóricos serão realizados em duas etapas e serão todos direcionados para Lei Paulo Gustavo. Na primeira etapa, serão oferecidos os cursos de Legislação, com o detalhamento dos artigos e do decreto para o audiovisual, e de Gestão de Projetos, com o detalhamento executivo e da prestação de contas. Os cursos teóricos são fruto da parceria com o SEBRAE Maranhão, terão carga horária de 6h cada um e serão realizados no SEBRAELAB. A segunda etapa de cursos ainda não tem data definida, pois o objetivo é realiza-los quando os editais estiverem abertos, já que serão voltados para o detalhamento das inscrições em todas as linhas direcionadas ao audiovisual. Sobre as oficinas práticas, a primeira será sobre produção de videoclipes e a segunda sobre produção de documentários. Ambas capacitarão os alunos para realização das obras com uso de aparelhos celulares. As oficinas acontecerão na segunda quinzena de agosto, no Parque Botânico São Luís e os alunos serão selecionados previamente, a partir de parcerias com ONGs que desenvolvem trabalhos direcionados aos jovens.

• Tu poderias nos antecipar quais serão os homenageados desta edição?

M.S. – O nome do homenageado maranhense já foi definido e será Celso Borges que, além do enorme legado deixado na literatura maranhense, também deixou uma obra importante no audiovisual. Para quem não sabe, Celso faz parte da história do Maranhão na Tela, atuando como assessor de imprensa do festival desde 2014. Poder lhe prestar uma homenagem será uma grande honra, ele que é um dos maiores artistas contemporâneos no Brasil.

• A partir deste retorno, podemos contar com o Maranhão na Tela de volta ao calendário cultural do Estado e do país?

M.S. – É uma grande alegria perceber como estão todos sendo tão receptivos à volta do Maranhão na Tela ao seu formato original, principalmente no meio cinematográfico maranhense, e isso nos dá ainda mais força para lutarmos c para que hiatos como esse nunca voltem a acontecer. Por isso que é sempre tão importante reconhecer a importância fundamental do patrocinador. Por isso, eu termino essa entrevista lembrando dessa importância e agradecendo mais uma vez ao Instituto.

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