Adoçantes não são eficazes no controle do peso, diz OMS
A decisão baseia-se em estudos científicos que não encontraram benefícios a longo prazo na redução da gordura em adultos e crianças.
Uma nova diretriz da Organização Mundial da Saúde não recomenda o uso de adoçantes diabéticos não nutritivos para controle do peso corporal ou redução do risco de doenças crônicas.
Segundo Francesco Branca, diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, a decisão baseia-se em uma revisão sistemática de estudos científicos que não encontraram benefícios a longo prazo na redução da gordura em adultos e crianças.
No Brasil, não há dados oficiais sobre o consumo dessas substâncias. Já nos Estados Unidos, em 10 anos a ingestão aumentou 200% em crianças e 54% em adultos, de acordo com um artigo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
Além disso, a OMS afirma que os resultados da revisão sugerem efeitos colaterais do uso prolongado dos adoçantes, como risco aumentado de diabetes 2, doenças cardiovasculares e mortalidade precoce em adultos.
“As pessoas precisam considerar outras maneiras de reduzir a ingestão de açúcar, como consumir alimentos naturalmente açucarados — por exemplo, frutas e bebidas sem açúcar”, disse Branca, em nota. “Adoçantes não nutritivos não são fatores dietéticos essenciais e não têm valor nutricional. As pessoas devem reduzir completamente a adição de doçura na dieta, começando cedo na vida, para melhorar a sua saúde.”
Segundo a OMS, a diretriz é voltada a todas as pessoas, exceto pacientes de diabetes. Todos os adoçantes não nutritivos, como aspartame, sacarina, sucralose, estévia e derivados, ciclamatos, acesulfame K, advantame e neotame, estão incluídos, sejam vendidos separadamente ou adicionados a bebidas e alimentos.
A recomendação não se aplica a produtos de higiene adoçados artificialmente, como creme dental e medicamentos. Também excluem-se açúcares de baixa caloria.
A OMS reconhece, porém, que as evidências científicas que encontraram associação entre os adoçantes não nutritivos e o risco aumentado de doenças crônicas podem sofrer influência de condições preexistentes ou mesmo de hábitos dos participantes. Por isso, considera a recomendação como condicional, o que significa a necessidade de “discussões substanciais” em contextos específicos de cada país.
Os adoçantes são classificados como naturais e artificiais. Estes últimos são, ainda, divididos entre nutritivos e não nutritivos, dependendo se contêm ou não calorias, respectivamente. Os nutritivos incluem os polióis monossacarídeos (por exemplo, xilitol, manitol e sorbitol) e os polióis dissacarídeos (lactitol e maltitol).
Já os não nutritivos, conhecidos como artificiais, incluem substâncias de diferentes classes químicas que são 30 a 13 mil vezes mais doces que a sacarose. Entre eles, estão aspartame, sacarina, sucralose e estévia.
* Com informações do Correio Braziliense
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