Até o dia 6 abril, o Sebrae no Maranhão e o Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – Fapema, estão recebendo inscrições para concessão de apoio financeiro a projetos de economia criativa em todo o estado.

Por meio de edital específico, já disponível no site da Fapema, serão selecionados 40 projetos em todo o estado. As inscrições estão disponíveis no link.

Podem participar microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte com sede no estado do Maranhão, com projetos nos eixos de Consumo (áreas de Publicidade & Marketing, Arquitetura, Design e Moda), Cultura (áreas de Expressões Culturais, Patrimônio & Artes, Música, Artes Visuais e Artes Cênicas) e Mídias (áreas de Editorial, Games e Audiovisual).

Após o processo de inscrição, a lista de projetos selecionados será divulgada ao público em geral. A partir da assinatura do Termo de Outorga dos recursos, os contemplados terão prazo de 10 meses (até novembro deste ano) para executar os projetos. Cada projeto selecionado receberá um aporte máximo de R$ 30 mil reais.

Os empreendedores classificados serão acompanhados em um programa de pré-incubação do Sebrae, com objetivo de validação das ideias e dos produtos objeto de seus projetos, focando a transformação destes em negócios.

Esse acompanhamento inclui mentorias e encontros presenciais e on-line. A participação no programa é obrigatória e terá duração de seis meses, com aproximadamente 600 horas.

O Edital 2023 repete uma parceria exitosa do Sebrae com o governo do Estado, por meio da Fapema, cujo objetivo é estimular o empreendedorismo com viés criativo e negócios da economia criativa, que hoje responde por quase 4% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

Mas também, é um instrumento de valorização da tradição e do patrimônio cultural do estado e do talento desses empreendedores.

“Este edital é importante por promover a inovação, fortalecimento e o incremento da competitividade dos empreendimentos criativos em atividade no Maranhão. O edital vem contribuir para dinamizar o segmento da economia criativa, com fins a gerar mais empregos, renda e oportunidades de desenvolvimento deste setor no Estado. É meta do governo Carlos Brandão fomentar esses empreendimentos por entender que são geradores de benefícios econômicos, sociais e culturais. Com certeza este edital, fruto de parceria da FAPEMA com o Sebrae vai dar bons frutos ”, pontuou o presidente da FAPEMA, Nordman Wall.

Kássio Sousa, CEO e co-funder da OPS Games Studio e diretor executivo da Associação Maranhense de Desenvolvedores de Games – Amagames, é um dos selecionados pelo Edital Sebrae/Fapema 2018-2022. Ele conta que o edital foi a oportunidade perfeita para desenvolvimento de um projeto que já vinha sendo gestado há algum tempo.

“Nós tínhamos elaborado a ideia do jogo na equipe e entraríamos na parte de planejamento para captação de recursos para desenvolvê-lo. O edital surgiu no momento certo, nos permitindo tirar a ideia do papel e dar vida ao produto”, explica ele.

Na primeira edição do edital (2018 – 2021), no momento mais crítico da pandemia de coronavírus, o edital de subvenção econômica Sebrae-Fapema beneficiou 18 projetos locais de economia criativa, aportando em média R$ 30 mil por projeto apoiado, nas áreas de tecnologia, audiovisual, games, moda, artesanato, design, música, dança e teatro, além de projetos multisetoriais, num painel bastante revelador da diversidade dos negócios criativos.

Segundo a analista do Sebrae e gestora de projetos de Economia Criativa da instituição, Danielle Abreu, “no primeiro edital, os parceiros aportaram cerca de R$ 500 mil reais. Já para o ciclo 2023, está previsto um aporte de R$ 1,5 milhão e a seleção de até 40 projetos com modelos de negócios inovadores no segmento da economia criativa”.

Saudando a parceria, o diretor Técnico do Sebrae, Mauro Borralho, explica que a iniciativa tem buma dimensão estratégica. “O Edital 2023 é um marco. Primeiro, por consolidar uma parceria exitosa com a Fapema e o Governo do Estado, por meio da qual estamos atuando para fomentar a economia criativa e apoiar os empreendedores criativos e seus projetos, eles que são uma espécie de guardiões da nossa tradição cultural, ao perpetuar como arte traços, memória coletiva e manifestações do Maranhão. Além disso, o edital serve também de incentivo à própria preparação desses negócios criativos para uma gestão mais eficiente, contribuindo em um processo de transformação que faz com que eles se enxerguem com empreendedores”, frisou o diretor.

Fomento à produção gráfica – Já Iramir Araújo, conhecido pela trajetória como quadrinhista, roteirista de quadrinhos e professor, trouxe para a cena literária um conjunto de cinco histórias inspiradas em narrativas populares do Maranhão, como as lendas de Don Sebastião, da Praia do Olho d’Água, da Serpente encantada, da Manguda e a do Palácio das Lágrimas, roteirizadas por ele e recriadas pelas mãos e traços de Beto Nicácio, Marcos Caldas, Rom Freire, Ronilson Freire e Amanda Belo, estreante no mundo dos quadrinhos.

Além das Lendas também resulta de projeto aprovado no Edital de Economia Criativa Fapema/Sebrae 2019_2022, e reflete a importância dos editais como instrumentos de apoio aos artistas locais. Iramir destaca a importância dos editais de fomento, principalmente neste período de pandemia.

“São muito importantes, os editais e iniciativas de instituições como o Sebrae e a Fapema, que se preocupam com a economia criativa, com as pessoas que trabalham nesse setor, que muitas vezes são quase invisíveis, mas que geram produtos culturais consumidos por outras pessoas que às vezes não se dão conta do esforço que existe por trás de uma produção até que chegue ao mercado. Então, essas iniciativas ajudam enormemente para que essa economia consiga pelo menos não sucumbir, como ajudam o fazer cultural e o fazer científico. Então, ao criar esses editais, essas instituições estão colaborando com os artistas, criadores, produtores culturais e até como forma de resistência nesse momento em que a cultura tem sido desvalorizada, atacada e colocada em segundo plano de forma agressiva. De fato, esses editais prestam um grande serviço na resistência, na manutenção da produção criativa, científica e cultural’, analisa Araújo.