Flávio Dino deixa Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados após confusão
O ministro da Justiça teve dificuldades em se expressar devido ao caos na reunião.
A situação na Comissão de Segurança Pública na Câmara dos Deputados foi tensa e tumultuada, com diversos deputados federais do governo e da oposição envolvendo-se em discussões acaloradas, xingamentos e até mesmo agressões verbais e físicas nesta terça-feira (11).
O ministro da Justiça, Flávio Dino, compareceu à comissão para prestar esclarecimentos sobre sua visita ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, a política de armas do governo Lula (PT) e as invasões em escolas em vários estados brasileiros. No entanto, o ministro teve dificuldades em se expressar devido ao caos na reunião.
O presidente da comissão, deputado Sanderson (PL/RS), declarou a audiência encerrada após a confusão e afirmou que outra data seria marcada para que Dino pudesse prestar os esclarecimentos necessários. Deputados da oposição gritaram “fujão” para Flávio Dino mesmo após o encerramento da reunião.
Flávio Dino comentou a confusão nas redes sociais, lamentando as atitudes ameaçadoras, ofensivas e agressivas dos deputados extremistas, e destacou a necessidade de controle de armas, considerando o comportamento dos parlamentares durante a reunião.
“Infelizmente, deputados extremistas adotaram uma sequência de atitudes ameaçadoras, ofensivas e agressivas, impedindo a realização de audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara. Considero um desrespeito ao povo brasileiro e ao próprio Poder Legislativo”, escreveu o ministro.
A briga na comissão foi intensa, com discussões sobre questões regimentais e de ordem, e até mesmo xingamentos entre os deputados.
Logo no começo, o presidente da comissão chegou a afirmar que a CSP não repetiria o que aconteceu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da semana retrasada,. No entanto, na prática, o cenário foi ainda pior. A fala de Sanderson chegou a ser questionada por deputados que compõem a CCJ, como Orlando Silva (PCdoB-SP).
“Se lá na CCJ foi aquela pantomima, aqui não vai ser”, disse Sanderson no começo da comissão que durou menos de duas horas.
O ponto alto da briga dentro da comissão ocorreu logo após as considerações iniciais do ministro da Justiça.
Após um bate-boca sobre questões regimentais e questões de ordem, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) xingou o deputado Duarte Júnior (PSB-MA). O deputado informou que fará uma denúncia formal contra a parlamentar bolsonarista no conselho de ética.
“Repudio veementemente essa atitude inaceitável e total falta de exemplo. Irei representá-la no Conselho de Ética. Respeito é a base de qualquer diálogo”, disse Duarte após a CSP. O deputado publicou um vídeo nas redes sociais que dá para ouvir o momento em que o xingamento é proferido.
Entre os integrantes da base do governo mais ativos estavam os deputados Duarte Júnior (PSB-MA), Gervásio Maia (PSB-PB) e Orlando Silva (PCdoB-SP), enquanto a oposição contava com alguns dos deputados bolsonaristas mais atuantes, como Gilvan da Federal (PL-ES), Delegado Éder Mauro (PL-PA), Junio Amaral (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP). Outros deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também estavam na reunião, mas não participaram do bate-boca.
Dentre os bolsonaristas, deputados como delegado Éder Mauro (PL-PA), Gilvan da Federa (PL-ES) e Junio Amaral (PL-MG) foram alguns dos protagonistas das discussões. Pela base do governo, estavam presentes nomes como Orlando Silva (PC do B-SP), Duarte (PSB-MA) e Gervásio Maia (PSB-PB).
Nesse momento, Duarte foi cercado por outros deputados bolsonaristas que chegara depois na reunião, como Hélio Lopes (PL-RJ), Zé Trovão e Gilvan da Federal. Zé Trovão (PL-SC), chegou a ficar em riste com o deputado governista. “Não me toque! Não me toque!”, bradou o deputado do PSB.