Balanço Geral

Antônio Américo analisa situação do futebol maranhense

O mandatário da FMF falou sobre vários assuntos, inclusive sobre o problema financeiro que o maior torneio de futebol profissional do estado enfrenta.

O presidente da Federação Maranhense de Futebol, Antônio Américo. (Foto: Reprodução)

Após o fim do 103º Campeonato Maranhense, o jornal O Imparcial conversou com o Antônio Américo, presidente da Federação Maranhense de Futebol.

O mandatário da FMF falou sobre vários assuntos, inclusive sobre o problema financeiro que o maior torneio de futebol profissional do estado enfrenta, pois é considerado deficiário.

Neste ano, o Maranhão Atlético Clube foi o campeão, uma das equipes mais tradicionais do estado do Maranhão, que contou com um elenco enxuto e uma folha salarial considerada baixa para a envergadura da agremiação.

O torcedor continua cada vez mais ausente. O que fazer para mudar esse quadro?

Veja bem. Essa questão do público é algo que precisa ser debatido de forma ampla. Por vezes, ouvimos comentários dizendo que a culpa é da FMF, que a competição é fraca. Argumentos estes que não são verdadeiros, não se confirmam. Vejamos. Nossos clubes disputam competições nacionais, como Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, além da Copa do Nordeste, jogando contra equipes tradicionais e da elite do futebol brasileiro. Qual o público nesses jogos?

O Sampaio, ano passado, por exemplo, esteve a 3 pontos de subir para a Série “A” do Brasileiro. Faltaram apenas 3 pontos. E a média de público foi a mesma dos jogos no Estadual. Qual a relação disso com a FMF….nenhuma. O que precisa ser feito é, cada um dos envolvidos com o futebol fazer mea culpa, ver com o que está contribuindo para a ausência de público nos estádios e o que está prejudicando. Clubes, Federação, torcedores, imprensa, governo. Assim poderemos melhorar.

Aqui se critica hora de jogo, dia de jogo, tabela, viagem. Além de ser observado que dependemos, estamos subordinados ao calendário da CBF, temos, todos os anos, problemas com os laudos que vencem e não são renovados, este ano chegamos ao absurdo no Estádio “Nhozinho Santos” não ter alvará de funcionamento. Qual a responsabilidade da FMF nisso? Nenhuma. E mais, vemos em outros estaduais jogos em qualquer dia e hora e todos aceitam pacificamente. Entendemos que isso não é o foco para melhorar o público nos estádios. Por fim, não podemos deixar de admitir que há uma questão cultural. Nós maranhenses, muitas vezes, damos mais valor a coisas de fora do Estado e não prestigiamos o interno. Basta ver o São João. As músicas só tocam nesse período. No carnaval, acabam vindo atrações de outros Estados, porque o público prefere.

Como a FMF viu a demora nos boletins de renda?

Por força de lei, a gestão financeira dos jogos fica a cargo do mandante. A Federação não repassou isso aos clubes. Faz parte da previsão legal. Cabe a nós a fiscalização e a cobrança. Isso temos feito. Os prazos estão previstos em regulamento e nos normativos. Estamos cobrando e encaminhado ao TJD para as devidas penalidades. Essa é a nossa função nessa questão.

E mais, a logística de vendas de ingressos, que alguns ainda culpam a FMF pela ausência de transparência na divulgação dos borderôs temos a esclarecer o seguinte. Por imposição da Lei Pelé e Estatuto do Torcedor, toda a confecção e venda de ingressos, assim como a fixação do valor dos ingressos e a disponibilização do número legal de meia entrada, é de responsabilidade exclusiva dos clubes, à FMF cabe apenas fiscalizar. Agora eu pergunto: como fiscalizar, se em todos os estádios do Maranhão, as catracas não funcionam?

Por outro lado, uma coisa temos que concordar, realmente os clubes tem divulgado números absurdos, não condizentes com a realidade que se vê nos jogos, mas volto a perguntar: como pode a FMF fiscalizar se em todos os nossos estádios as catracas não funcionam? Impossível.

A FMF, diferente do que afirmam os, vamos dizer assim, desinformados, não “lavou as mãos”. Não, a FMF tem cobrado dos clubes a transparência e publicação célere dos borderôs e tem conseguido publicar a grande maioria no prazo de lei, uma pequeníssima parte é publicada com atraso.

A Copa FMF está confirmada? Há possibilidade de haver mudanças na fórmula de disputa? Quais seriam as principais?

A Copa FMF é uma competição que vem dando muito certo. Foi idealizada com o intuito de dar cumprimento à lei (mantendo em atividade os atletas profissionais), de revelar jogadores (pois tem como base atletas sub 23) e não elevar o custo das equipes (que podem mesclar atletas). Quanto à fórmula de disputa, para este ano será mantida, posto que, por imposição legal, o atual regulamento tem validade por dois anos. Já para o próximo ano, quando do congresso técnico da Copa FMF, que ocorrerá ao final de 2023, debateremos a fórmula de disputa. Alguns clubes desejam aumentar a quantidade de atletas acima dos 23 anos, outros desejam manter. Vamos analisar e deliberar em conjunto.

A federação já projeta um campeonato bem melhor para a temporada 2024? Pode adiantar algumas sugestões?

Estamos sempre buscando a melhoria. Alguém que alega que faz o melhor, já está fazendo o pior. As falhas existentes sempre são objeto de maior atenção. E aquilo que dá certo, mantemos. Um dos pontos a melhorar é a questão dos estádios, onde clubes chegam as vésperas da competição sem a documentação necessária para seus mandos de campo. Sabemos que nem sempre são culpados, pois dependem de prefeituras ou outros órgãos. Daí, vamos acompanhar isso com bastante antecedência. Estamos melhorando nossa comunicação direta com o torcedor e vamos buscar ainda mais apoio financeiro aos clubes. Esses são alguns pontos, mas outras questões também serão analisadas. Esperando, também, a sensibilização do poder público, dos nossos parlamentares, com relação ao futebol. Em vários Estados, aqui próximos, o apoio é maciço. Deputados destinam emendas. Por que aqui não acontece.

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