100 anos da Bolívia Querida
O Sampaio Corrêa foi fundado em 25 de março de 1923 por um grupo de jovens operários praticantes do futebol amador.
Os jovens Inácio Coxo, que cedeu sua residência localizada numa rua do Codozinho de Baixo que dava acesso à Rua do Passeio, Gervásio Sapateiro; Antonio Roi Brid; Zé Macaco; Zé Ferreira; Henrique e os membros da primeira diretoria boliviana: Abrahão Andrade (presidente) Luís Vasconcelos (vice); João Almeida e Plasco Moraes Rêgo (secretários); Waldemar Zacarias de Almeida (tesoureiro); Almir Vasconcelos (diretor de esportes) e Manoel Brasil, auxiliar das vice-diretorias, criaram o Sampaio Corrêa Futebol Clube, no dia 25 de março de 1923.
Tudo começou no dia 12 de dezembro 1922, quando chegava a São Luís-MA o hidroavião Sampaio Corrêa II, na praia do Caju, próxima a atual Beiramar, que tentava fazer a travessia Brasil/Estados Unidos, num projeto criado por José Mattoso Sampaio Corrêa, educador, técnico, administrador, nascido em Niterói-RJ, em 8 de setembro de 1875 e falecido no dia 17 de novembro de 1942.
O primeiro avião havia caído nas águas de Cuba em 31 de agosto de 1922, quando tentava fazer o percurso determinado no projeto.
A bordo da aeronave vieram o piloto brasileiro Pinto Martins, que usava uma camisa vermelha e amarela, em linhas verticais, e o americano Walter Milton, com as cores vermelha e branca.
Ambos vestiam calças cáqui, cujo conjunto deu inspiração ao primeiro uniforme do clube , que tabém passou a ser chamado carinhosamente de Bolívia Querida, devido às cores representativas do país andino.
Passada a euforia da chegada, e com a maré vazante foi verificado que o hidroavião estava encalhado, do que se aproveitaram os pilotos para realizarem alguns ajustes.
A partir daquela data, os jovens peladeiros do Largo de Santiago, no bairro de São Pantaleão, entre eles Inácio, Gervásio; Zé Macaco; Rói Brid, Zé Ferreira e Henrique, que marcaram presença na Beira Mar e na hora do racha, formaram os dois quadros dando os nomes de Sampaio Corrêa II, e o outro, Clodomir Cardoso.
Eles e alguns torcedores começaram a se organizar, fizeram o campo de jogo, com colocação de traves, marcação, etc. Lá, os atletas deveriam fazer seus treinamentos e realizar jogos com clubes de outros bairros.
A cargo de Formigão e Gervásio Sapateiro, nas oficinas de Almir Vasconcelos, utilizando couro de búfalo, foram confeccionadas as primeiras chuteiras do Sampaio Corrêa Futebol Clube. O uso de chuteiras foi uma novidade, que levou tempo para que os atletas se adaptassem na prática de futebol.
O estabelecimento de Almir Vasconcelos, ficava na Rua do Passeio, ao lado do Cine Rialto, já foi um anexo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac, hoje utilizado pelos alunos do jardim do Serviço Social do Comércio – Sesc.
O responsável em criar o uniforme tricolor foi Gervásio Sapateiro, que se inspirou na equipagem do Fluminense do Rio de Janeiro. Ele quase fazia tudo igual, diferenciando apenas uma bola que colocou na parte superior e um espaço onde se identificam as letras S.C.F.C.
Também deu a mesma forma no escudo, pintou as cores verde, amarelo e vermelha e colocou na mesma posição, à altura do peito. Hoje tem alguns uniformes com a presença de três estrelas dos campeonatos nacionais vencidos em três diferentes divisões: B, C e D.
Do amador para o profissional
São 100 anos de glórias no desporto do nosso Estado. O Sampaio Corrêa, que em princípio tinha pretensão de ser apenas um clube amador, nunca deixou de disputar o Campeonato Maranhense de Futebol Profissional.
São 4.419 jogos disputados, 2.081 vitórias; 1.187 empates e 1.151 derrotas. Foram marcados a favor 8.045 gols e sofridos 5.173. A vantagem diante do Maranhão Atlético Clube é de 80 vitórias e 184 gols. Contra o Moto, o Sampaio tem desvantagem em 14 derrotas e 32 gols.
Campeão Maranhense
O Sampaio tem o registro de 36 títulos de campeão maranhense de futebol profissional série A, tricampeão 2020,2022 e 2022 nas divisões B, C e D, cinco títulos de campeão em competições nacionais, além de três vice-campeonatos.
Títulos: 1933, 1934, 1940, 1942, 1953, 1954, 1956, 1961, 1962, 1964, 1965, 1972, 1975, 1976, 1978, 1980, 1984, 1985, 1986, 1987, 1988, 1990, 1991, 1992, 1997, 1998, 2002, 2003, 2010, 2011, 2012, 2014, 2017, 2020, 2021 e 2022.
Títulos Nacionais
Série B em 1972, Série C em 1997 e Série D em 2012, campeão Copa Norte em 1998; vice-campeão da Copa Norte em 1999, vice-campeão Brasileiro Série C em 2013, campeão Copa Nordeste em 2018, vice Campeão Brasileiro Série C em 2019.
Jogo oficial
O primeiro jogo oficial do Sampaio Corrêa aconteceu no dia 26 de abril de 1925, quando venceu o Luso Brasileiro pelo placar de 1 a 0, gol de Paulo Lobo aos 4 minutos.
O time era campeão maranhense de futebol de 1924. Rato, Zé Ferreira; Henrique; Zé Raiol, Chico Bola e Roi Bride; Turrubinga, Mundiquinho; Zezico; Paulo Lôbo e João Macaco, que usaram o uniforme do Sampaio de camisas amarelas com as golas azuis, material que o time usou, enquanto não chegava do Rio de Janeiro, a equipagem encomendada por intermédio da firma Emilio Lustosa.
É bom lembrar que o desenho foi realizado por Gervásio Sapateiro e o custo da encomenda foi rateado entre os jogadores, na sua totalidade: sapateiros, empregados de fábricas, ajudante de alfaiates; etc, que pagaram em parcelas semanais por ocasião das costumeiras reuniões.
Copa Brasil
O Sampaio Corrêa foi o primeiro representante maranhense e o que mais vezes tem participado da Copa Brasil: 28 vezes das 34 em que estivemos na competição. Em 1997, não participamos porque o Bacabal, campeão de 1996, ter desistido.
O Tricolor passou da primeira fase nos anos de 2000, 2004, 2010, 2011, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018, que pela segunda vez foi até a terceira fase e 2022.
Foram 67 jogos já disputados na Copa do Brasil, com o registro de 18 vitórias, 33 derrotas e 15 empates. Marcou 69 gols e sofreu 11.
Copa Norte
Antes de ser incluído como um estado do nordeste para os dirigentes da CBF, o Maranhão participou por duas vezes na Copa Norte. O Sampaio venceu a competição no ano de 1998, e foi vice em 1999.
Como a Copa Norte credenciou o campeão a disputar o Torneio Internacional da Conmebol, em 98 o time boliviano fez seis jogos vencendo três, empatando dois e uma derrota para o Santos de São Paulo pelo placar de 5 a 1, registrando o maior público pagante no Estádio Castelão: 95.720 .
Em 1999, o Sampaio foi vice-campeão da Copa Norte, perdendo no jogo final para o próprio São Raimundo do Amazonas, nas cobranças de penalidades, depois de uma bela vitória em Manaus.
Na primeira fase o Tricolor eliminou o Paysandu do Pará com uma bela vitória (2 a 0) em Belém e um empate (1 a 1) em São Luís.
Copa Nordeste
Até 2014 para os dirigentes da CBF o estado do Maranhão ficava no norte. O Sampaio venceu a Copa Norte de 1998 e foi vice em 1999. Considerado um dos campeonatos regionais mais importantes do país, o “Nordestão” foi uma competição intermitente no calendário do futebol brasileiro em seus primeiros anos.
Organizada oficialmente pela primeira vez em 1994, o torneio foi disputado continuamente em 1997 a 2003, época que passou a ser organizada pela entidade nacional, teve quase todas suas edições canceladas de 2004 a 2012, com exceção da edição de 2010.
O time boliviano só ficou de fora no ano de 2020. No ano de 2018, não só conseguiu passar da fase classificatória, como, também, levantar o título de campeão da Copa do Nordeste em confronto no jogo final diante do Bahia, em Salvador. Em 2021, o time boliviano passou para a segunda fase, mas ficou diante do Ceará.
O patrimônio tricolor
Entre os clubes que ainda estão disputando as competições do futebol maranhense e as patrocinadas pela Confederação Brasileira de Futebol, o Sampaio Corrêa é o mais estruturado, tendo o seu patrimônio começado em 1972, quando um grupo de treze membros bolivianos, entre eles Chiquinho Aguiar, Ademar Aguiar, Dr.Mesquita, Celso Castro, Domingos Ramos, Atanázio, Humberto Castro, Djard Martins, Sócrates Belgas, Raimundo Amaral, Nonato Cassas e José Ribamar Sousa, que adquiriram um grande terreno.
Devido à distância do centro, muitos acharam um elefante branco. Hoje, graças as benfeitorias feitas pela direção atual, o clube é um das melhores estruturas do futebol nordestino.
Grandes times
Vários quadros formados pelo Sampaio ficaram na memória do torcedor maranhense. Particularmente, me lembro de um formado na década de 50 que tinha Dodo; Terrível e Wallace; Caracaraí, Herbert e Barradas. Lourival; Gedeão; Henrique; Reginaldo e Garcia. Um outro com Chamorro, Valfredo, Arlindo e Terrível; Almerio, Nonato Cassas e Lourival; Chico, Canhotinho, Biné e Garcia.
Em 1962: Joca, Valfredo, Clecio, Vareta e Damasceno; Maneco, Chico, Sabará Moraes, Santos e Pêu. No ano anterior, em 1961, Dadá, Ribeiro, Edgar, Decadela e Damasceno . Zé Carlos e Chico; Massaú, Vadinho, Fernando Carlos e Peu.
O time campeão brasileiro pela primeira vez em 1972, Jurandir, Célio Rodrigues; Neguinho; Nivaldo e Valdecy Lima. Gojoba, Djalma Campos e Edmilson Leite. Lima, Pelezinho e Jaldemir. Em 1984, o time dos gaúchos. Geordano, Nestor, Jorge Travolta, Paulinho e Cabrera. Rosclin, Adeilton e Edezio. Prado, Cabecinha e Bimbinha.
O time campeão de 1990 com Flávio, Luis Carlos, Paulo César, Ivanildo e Carlão. Zé Carlos, Orlando e Caio. Ismael, Bacabal e Fuzuê
Em 1992, Juca, Tarantine, Bado, Zarur e Catita. Zé Carlos, Júlio César e Dico Maradona. Ismael, Junior Amorim e Paulo Roberto. O time campeão da Copa Norte e bicampeão maranhense de 1998. Carlos Alberto Gaúcho, Paulinho, Remerson, Oliveira e Eraldo. Borçato, Valdir e Adãozinho. Toninho, Cal e Jô. No ano anterior, o time boliviano foi bi campeão brasileiro de maneira invicta com Geraldo, Erly, Gelásio, Ney e Lelis. Luis Almeida, Toninho; Ricardo (Edirzinho). Jó (Cal), Marcelo Baron e Adãozinho (Serginho).
No tricampeonato brasileiro, de maneira invicta, em 2012, Rodrigo Ramos, Roniery, Mimica, Robinho e Deca. Dudu, Arlindo Maracanã, Eloir e Cleitinho (Carlinho Rech). Wescley (Zé Paulo), Pimentinha (Célio Codó). Em 2018 o time que levantou a Copa do Nordeste e depois foi rebaixado para série C, com o torcedor boliviano sem entender o que aconteceu. O time suplantou Vitória, Bahia, ABC, CSA e Ceará. Andrey, Bruno Moura, Joécio, Maracás e Alyson. William Oliveira. Diego Silva (Silva); Fernando Sobral e Danielzinho (Rodrigo Fumaça). João Paulo (Wellington Rato) e Uilliam
Dirigentes
Merece destaque entre diversos presidentes do Sampaio Corrêa a presença do atual mandatário Sérgio Frota, que vai fazer 14 anos no comando do clube. São trinta e quatro conquistas, entre elas dois de campeão nacional e dois vices, oito de campeão regional e quatro vices; treze turnos; três taças cidades; três copas; uma super copa Maranhão; vice de um torneio, além de cinco acessos em competições nacionais..
Além de Abrahão Andrade, primeiro presidente, vários outros mandatários ficaram na história do time boliviano. Em 1972, Jurandir Santos, deputado Manoel Ribeiro, na série D de 1997, e Sérgio Frota na série D de 2012, professor Marcos Vinícius que construiu a primeira sede no time boliviano no seu terreno no bairro do Turu.