Carnaval

Representantes culturais do Maranhão participam do podcast “Confetes e Serpentinas”

Diversos assuntos foram tratados no podcast, enredo, produção, investimentos e principalmente a relação e interesse do poder público.

O videocast Confetes e Serpentinas é um lançamento do Jornal O Imparcial. (Foto: Reprodução)

No bate papo que aconteceu no último sábado (21), o assunto “carnaval” rendeu, os convidados são personalidades que estão à frente de duas grandes escolas de samba de São Luís.

São eles: Renato Dionisio, do enredo da Favela do Samba e Euclides Moreira Neto, que é presidente da Favela do Samba, Josias Sobrinho cantor e compositor do enredo da Turma do Quinto e Celso Brandão, o diretor de carnaval da Turma do Quinto, com apresentação do emblemático jornalista e radialista Joel Jaschinto, especialista em Carnaval maranhense.

Diversos assuntos foram tratados no podcast, enredo, produção, investimentos e principalmente a relação e interesse do poder público, que deixa a desejar, quanto aos investimentos para quem faz o Carnaval local acontecer e carrega a tradição na passarela.

Um dos assuntos que mais deu o que falar foi sobre os recursos financeiros necessários para os desfiles acontecerem.

O presidente da Favela do Samba, Euclides Moreira, deu voz ao descaso que a cultura vem enfrentando no que diz respeito ao âmbito carnavalesco, e deu como exemplo a situação que se encontra a escola de samba que preside, a Favela do Samba: 

“Mesmo com a crise que nós estamos vivendo, com falta de recurso, até hoje a gente não abriu um barracão. Não adianta porque não há dinheiro mesmo. Faltando praticamente 28 dias a gente está com o barracão fechado, eu não tenho dinheiro. Sou professor, eu não sou empresário”, lamenta o produtor cultural.

Segundo Euclides, quem banca as escolas de samba é o poder público e não há outros interessados para de fato, investir com recursos financeiros nas escolas.

“Infelizmente, nós não temos bicheiro, nós não temos investidores que que vão pra dentro das escolas e vão botar dinheiro”, completa Euclides, que também defende o quão importante é o apoio do estado para festa cultural que é o Carnaval.

“Os grupos políticos não se únem, não começa a perceber de que há uma rede criativa que vai fazer parte de uma cadeia produtiva da cultura, do turismo, que é bom pro estado, é bom pra cidade e é bom pra região e pra todo mundo, para as famílias e quando não perceber isso a gente não vai evoluir. E a construção do sonho realmente ele tem que ser visto como sonho” finaliza.

O produtor cultural Renato Dionisio também falou sobre o assunto e como vê o apoio do estado nas manifestações cultural, segundo ele, “primeiro é preciso que a gente entenda como é que é o funcionamento do estado. Quem está lá em cima não tem nenhum olhar de magnanimidade com quem está lá embaixo, ou a gente compreende a correlação de força que estabelece politicamente na sociedade e a gente se organiza aqui embaixo pra fazer valer os nossos direitos e as nossas vontades ou elas jamais serão atendidas”, analisa.

Dionísio afirma que é importante a união dos produtores e de todos que estão por dentro das organizações carnavalescas, a convergência de opiniões resulta em divisão da classe, e isso dificulta ainda mais a busca por acordos e negociações.

O produtor maranhense utiliza o exemplo de outros estados que tem o cronograma de Carnaval organizado financeiramente, que são os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, “eles, têm um cronograma que funciona a partir de janeiro.

O cronograma é o ano inteiro, então, na medida que você começa a construir essa realidade o poder público não pode dizer não pra você aqui a gente vai conversar com o governador.

Não tem audiência com o governador, não tem audiência com o prefeito, não tem audiência pra dizer. A gente só vai ser ouvido se a gente usar um grande megafone pra ser ouvido. Ou seja, se a gente estiver unido”, declara Dionísio.

Celso Brandão, diretor da Turma do Quinto comenta concordar com Renato Dionísio e complementa: “a maioria dos representantes do poder público adoram dizem que ‘temos que olhar para os que mais precisam, plateia da Areinha e do Aterro Bacanga são os mais pobres’. Olhem para nossa platéia, querem fazer o Carnaval para os mais pobres? É lá no Carnaval de passarela”, aponta Celso Brandão.

Ainda no seguimento dos investimentos que o poder público libera para o Carnaval do Maranhão, Josias sobrinho explica que o Carnaval é um evento previsível para o poder público, ou seja, é certo os gastos que haverá nesse período, mas mesmo assim é deixado para depois os cronogramas de liberação de verbas “não se organizam pra isso e acabam tirando do orçamento para atender de última hora, pois a pressão vai aumentando e se tornando público o vazio na história, como a sociedade sabe que cede, então não trabalha de outra forma” declara o cantor.

Para nosso cenário carnavalesco contamos com máscaras do artesão da cultura maranhense em argila e papel marchê, Nil Muniz.

O videocast Confetes e Serpentinas é um lançamento do Jornal O Imparcial que traz semanalmente assuntos carnavalescos no canal do Youtube TV IMPARCIAL, com a apresentação do emblemático radialista Joel Jascintho, que há mais de 30 anos acompanha de perto o carnaval maranhense.

Para assistir o videocast completo e saber mais sobre o Carnaval de 2023 escaneie o QR Code abaixo e acesse no Youtube o canal TV Imparcial.

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