Jornalismo esportivo em pauta
O curso destina-se a graduados em qualquer área do conhecimento, preferencialmente em Comunicação Social.
Tendo como objetivo primordial capacitar profissionais de comunicação para o exercício do jornalismo sobre esporte, nas diferentes modalidades de atuação, a Fundação Sousândrade e a Faculdade Laboro vão ministrar em São Luís o Curso de Especialização em Jornalismo Esportivo.
Na programação de assuntos específicos estão a forma de compreender o fenômeno esportivo em suas dimensões sociológica, política e de gestão e atualização de conhecimentos específicos associados às diversas formas de mídia (impressas, audiovisuais e digitais); o conhecimento de ferramentas indispensáveis para a cobertura de grandes eventos; a importância do marketing esportivo na consolidação de marcas e na concepção de eventos, entre tantos outros.
O curso destina-se a graduados em qualquer área do conhecimento, preferencialmente em Comunicação Social (Jornalismo, Radialismo, Publicidade e Propaganda, Marketing, Fotografia e Relações Públicas).
O critério de seleção é a análise curricular.
Estruturado em nove módulos mensais, com encontros em dois finais de semana, no primeiro, haverá aula sexta à noite, sábado pela manhã e à tarde e domingo de manhã, e no segundo somente sábado manhã e tarde. O vínculo dos alunos é de 12 meses. Nos três últimos meses, após o módulo final, os alunos devem se dedicar à produção do TCC.
As aulas presenciais serão ministradas no auditório da Fundação Sousândrade (Rua das Juçaras, Renascença, São Luís-MA), com previsão de visitas técnicas e aulas práticas em estúdios e laboratórios de informática, e as disciplinas versam sobre metodologia científica, sociologia e psicologia do esporte, teoria e técnica de jornalismo, as particularidades do jornalismo esportivo nas diferentes plataformas, jornalismo de dados e estatísticas, direito esportivo, marketing esportivo, assessoria de imprensa, conteúdos importantes na evolução da carreira do profissional e na sua prática do dia a dia.
Na coordenação deste projeto inovador está o jornalista e professor Paulo Pellegrini, especialista em Ciência da Informação e em Jornalismo Cultural na Contemporaneidade e Mestre em Cultura e Sociedade.
Entre os professores dos demais módulos, também estarão Poliana Sales Alves, Soares Júnior, Elthon Aragão, Guilbert Macedo e Heraldo Moreira.
Em entrevista ao O Imparcial, Pellegrini adiantou detalhes importantes do evento, que terá ainda a participação de convidados presenciais e online, ministrando palestras, videoconferências ou treinamentos.
O Imparcial – Qual a importância de um curso de jornalismo esportivo nos dias atuais, no momento em que este espaço está se tornando cada vez maior nos veículos de comunicação social, como rádio, jornal impresso, portais e televisão ?
Paulo Pellegrini – Acredito que o acesso a mais conhecimento, troca de experiências e oportunidade de aperfeiçoamento técnico e profissional são fundamentais para o comunicador se posicionar melhor no mercado, e com o jornalista esportivo não é diferente. O curso é uma oportunidade de atualização, de capacitação, mas também de abertura de novas possibilidades, como o ingresso na docência de pequenos cursos, workshops, oficinas, e até mesmo no ensino superior.
Você considera que, pela sua influência na sociedade, o jornalismo esportivo já deveria ter inclusão dentro da grade de disciplinas dos cursos de graduação?
Sem dúvida. É uma das áreas mais procuradas pelo aluno quando sai da faculdade, ao mesmo tempo em que o jornalista esportivo é um dos que mais procuram as faculdades para fazer um curso de graduação. Mas ainda hoje, na maioria dos casos, o Jornalismo Esportivo é apenas uma disciplina optativa, quando está na grade curricular. Por isso, essa Especialização é ainda mais importante, por preencher uma lacuna que a maioria dos cursos de Jornalismo ainda não oferece de forma obrigatória.
Alguma pesquisa já foi feita junto aos futuros jornalistas sobre o desejo de especializar-se, ou se interessam em jornalismo esportivo? Qual seria o percentual?
Não tenho conhecimento. Mas percebemos que o número de especialistas em jornalismo esportivo ainda é muito baixo e, na realidade do Maranhão, quase zero. Há poucas pós-graduações em jornalismo como um todo em nosso estado e, em relação ao jornalismo esportivo, nunca foi oferecida uma pós. Estamos exatamente nesse momento de convencimento junto ao público-alvo para que se conscientizem da importância desse aperfeiçoamento. Enxergar como investimento, não como gasto, é um investimento que inevitavelmente dará retorno. Profissionais atualizados e capacitados têm muito mais chance de se manter e progredir no mercado, além de serem constantemente requisitados para contribuir na formação dos futuros colegas.
Quais as questões que serão discutidas e analisadas ao longo desse curso?
A grade curricular está priorizando os aspectos técnicos, éticos, sociológicos e científicos da profissão, o que naturalmente trará o aluno para a essência do jornalismo, a natureza desta área de conhecimento. No entanto, o chamado infotenimento é uma realidade de nossa profissão e, uma vez realizado com responsabilidade e senso crítico, não pode ser visto de forma negativa. Pelo contrário, é um campo que se abre para perfis diferentes de profissionais, que atraem uma audiência mais ampla, além do âmbito esportivo. O curso vai abordar essa temática com bons olhos também.
Quais as maiores questões do jornalismo esportivo que serão discutidas e analisadas ao longo desse curso?
O fazer cotidiano é muito importante. Então é fundamental rediscutir o papel do jornalismo esportivo na sociedade, o combate às informações falsas, os procedimentos éticos, o gerenciamento de crises e a assessoria de comunicação, a importância dos bancos de dados e das estatísticas, e as técnicas voltadas às práticas em todas as plataformas. É um amplo leque de temas e abordagens, com professores de formações diferentes, mas todos voltados para a capacitação específica do jornalismo em esportes.
Até onde a Sociologia pode ser utilizada durante o curso como ferramenta teórica do esporte na vida do brasileiro e fundamentar sua importância no jornalismo esportivo?
Não se pode dissociar a prática esportiva dos aspectos sociológicos de um país ou região. O esporte é uma oportunidade de ascensão social. Muda realidades. E faz parte da formação humana do cidadão, desde a escola. É também uma prática social, um exercício de sociabilidade, sem contar os benefícios para a saúde física e mental. O curso dedicará uma disciplina específica sobre esses aspectos, que envolvem também o lado psicológico, dos comportamentos e das emoções.
O esporte possui um enorme público de diferentes níveis sócio econômicos, ou seja, é praticado e acompanhado por todas as classes sociais. O curso de jornalismo esportivo pretende prestigiar o trabalho dos profissionais para lidar com pessoas de diferentes níveis e preferência de várias modalidades? Como será, na prática?
Penso que o jornalismo, como um todo, deve ser adaptável aos diferentes públicos. Tanto que se preza por uma linguagem acessível, pela objetividade, para ser compreendido de forma geral. Em relação às modalidades, de fato é preciso estar atento para suas especificidades. Um bom jornalista esportivo deve ser capacitado para cobrir o esporte como um todo, conhecer as regras de cada modalidade, estar por dentro dos cenários e da história de cada uma. Ao mesmo tempo, no entanto, é possível que haja preferência por uma modalidade específica e tornar-se especialista nela, o que também é legítimo. Mas, ainda assim, deve ser capaz de cobrir todas elas, caso necessário.
No conteúdo do curso, consta alguma carga teórica e prática sobre formato, discussão de pautas e textos para os veículos de comunicação? Como seria esse roteiro?
Os módulos de jornalismo impresso, audiovisual e digital abordam esses elementos, da construção da pauta à redação final, passando pela apuração, captação de informações, e seleção do material captado, cada qual seguindo as características de cada suporte. O texto da reportagem impressa é diferente do texto de rádio e TV e também da multimidialidade da internet. Há também os gêneros opinativos, muito presentes no jornalismo esportivo, que precisam ser desenvolvidos com precisão, embasamento, argumentação, e não serem um mero achismo ou exercício da paixão.
O mercado de trabalho no jornalismo esportivo do Maranhão ainda é escasso. De que forma esse curso pode contribuir para que as empresas apresentem projetos para melhor aproveitamento dessa mão de obra especializada?
De fato, houve uma diminuição da quantidade de equipes nos meios tradicionais, como rádios e TVs, mas ao mesmo tempo há uma migração considerável para os canais de vídeo, blogs e redes sociais, além das transmissões independentes. No geral, o mercado tem abrigado uma grande quantidade de jornalistas esportivos, parte com formação em nível superior e parte ainda não. Penso que o curso é uma oportunidade de nivelar os diferentes perfis que estão no mercado, proporcionar para as empresas o aperfeiçoamento de seu quadro profissional, que certamente redundará em produção de material ainda mais qualificado, criativo, diferenciado, atrativo para público e anunciantes. O tripé educação-mercado-qualidade é indissociável e lucrativo para todas as partes. Profissionais capacitados geram produtos melhores, que geram mais consumo e retorno.
Serviço
O Curso de Especialização em Jornalismo Esportivo (lato sensu) terá 360 horas-aula, divididas em 9 (nove) módulos (disciplinas) de 40 horas-aula cada. As aulas de cada módulo ocorrerão durante dois finais de semana por mês.
Na primeira semana, às sextas-feiras (18h às 22h), sábados (08h às 12h e 14h às 18h) e domingos (08h às 12h), e na segunda semana aos sábados (08h às 12 e 14h às 18h), em formato presencial.
As aulas presenciais acontecerão na Fundação Sousândrade, situada à Rua das Juçaras, 28, Jardim Renascença, São Luís (MA).
Investimento
- Mensalidade (12 meses – de fevereiro/2022 a janeiro/2024): R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais) mensais, equivalentes ao período dos 9 (nove) módulos e do prazo para entrega do TCC (3 meses). Pagamento via boletos mensais, a serem emitidos pelo próprio aluno por meio de portal específico.
- Quantidade de vagas disponíveis: 80 (oitenta)
- Documentos necessários para inscrição: Histórico escolar (graduação), Diploma (graduação), CPF, RG e Comprovante de residência