Relembre gols, títulos e jogos de Pelé na Seleção Brasileira
O ‘Rei do Futebol’ foi o único jogador da história a conquistar três Copas do Mundo; veja os números do craque com a amarelinha.
Pelé foi a melhor representação do que é a Seleção Brasileira: futebol vistoso, gols e muitos títulos. A história do mineiro de Três Corações pelo escrete canarinho começa e termina de forma exitosa.
Pela Seleção, Pelé marcou 77 gols em 92 partidas oficiais. A CBF contabiliza amistosos contra clubes e seleções estaduais, aumentando os números do ‘Rei’: 113 jogos (84 vitórias, 15 empates e 14 derrotas) e 95 gols.
Em Copas do Mundo, o craque comemorou 12 vezes (média de 0,85 gol por jogo) em 14 jogos. O ‘Rei do Futebol’ vestiu a camisa amarelinha de 1957 a 1971, com dez conquistas: três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970), duas Copas Roca (1957 e 1963), uma Taça do Atlântico (1960), três Taças Oswaldo Cruz (1958, 1962 e 1968) e uma Taça Bernardo O’Higgins (1959).
Estreia
Em 1957, aos 16 anos, o então jovem atacante do Santos foi convocado para disputar a Copa Roca, um tradicional torneio amistoso entre Brasil e Argentina, no Maracanã. Era a primeira vez dele com o escrete canarinho.
O técnico Sylvio Pirillo foi o responsável por oportunizar Pelé, que entrou em campo aos 20 minutos do segundo tempo. Bastaram apenas 11′ em jogo para que a estrela do garoto brilhasse. Apesar do gol do mineiro, a Argentina venceu a partida por 2 a 1.
No segundo jogo da finalíssima, disputada três dias depois no Pacaembu, a Seleção Brasileira venceu a Argentina por 2 a 0, com mais um gol de Pelé, e se consagrou campeã da Copa Roca de 1957, o primeiro título do ‘Rei do Futebol’ pelo escrete canarinho.
Copa de 1958
Um ano depois, Pelé conquistou com a Seleção Brasileira a primeira Copa do Mundo. Embora com muitos craques (Didi, Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Djalma Santos, Vavá), a equipe nacional carregava um peso simbólico: o complexo de vira-lata.
A expressão foi criada pelo cronista Nelson Rodrigues para designar uma posição de inferioridade em que o Brasil se colocou em face do resto do mundo. O termo tem origem após a derrota na final da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, no Maracanã.
Foi Pelé e companhia que acabaram com esse vira-latismo. Aos 17 anos, o mineiro foi decisivo ao marcar seis gols na Copa da Suécia. Ele começou o Mundial no banco, mas ganhou a posição no terceiro jogo.
O craque mineiro marcou em todos os jogos eliminatórios daquela competição. Fez o gol solitário do 1 a 0 contra País de Gales, balançou as redes três vezes contra a França na goleada por 5 a 2 e marcou dois na vitória sobre a Suécia, por 5 a 2, na final da Copa.
Copa de 1962
Pelé e Garrincha eram as esperanças do Brasil para o bicampeonato mundial no Chile, em 1962. A campanha começou com o mineiro de Três Corações brilhando ao marcar um dos gols da vitória brasileira sobre o México, por 2 a 0.
Pelé jogou apenas 27 minutos da partida contra Tchecoslováquia. Em um lance, ele sentiu distensão do músculo adutor da coxa esquerda e não conseguiu se recuperar a tempo de voltar à competição.
Amarildo foi o substituto de Pelé e entrou bem. Ao todo, marcou três gols na Copa. Autor de quatro tentos e dribles geniais, Garrincha foi eleito o melhor jogador daquele Mundial. Vavá, Zito, Zagallo e Djalma Santos foram outros expoentes da conquista do segundo Mundial brasileiro.
Copa de 1970
A equipe brasileira que representou o Brasil na Copa do Mundo de 1970 é reconhecida até os dias de hoje como a melhor da história. E Pelé foi o símbolo principal de uma geração de craques (Carlos Alberto, Rivellino, Gérson, Jairzinho e Tostão, entre outros).
Antes da Copa do Mundo do México, Pelé já havia avisado que aquele seria o seu último Mundial. Embora com apenas 29 anos, ele era o único remanescente do time bicampeão mundial em 1958 e 1962.
O craque fez da sua despedida o que estava acostumado: gols e lances geniais. Pelé foi titular em todos os jogos da Seleção Brasileira, marcou quatro gols, contribuiu com seis assistências e foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo.
A Copa de 1970 também ficou marcada pelos lances geniais de Pelé. No jogo contra a Tchecoslováquia, na fase de grupos, ele arriscou um chute do meio-campo e por pouco não marcou um golaço.
Diante da Inglaterra (1 a 0), o ‘Rei do Futebol’ deu uma cabeçada para baixo, defendida de forma espetacular pelo goleiro Gordon Banks. No duelo contra o Uruguai (3 a 1), na semifinal, o craque aplicou um drible de corpo no goleiro Mazurkiewicz, mas errou a finalização. Essas jogadas são lembradas até hoje.
A despedida
Com apenas 31 anos, Pelé resolveu se despedir da Seleção Brasileira. Diante de um Maracanã lotado, com 138.575 pessoas, o Rei entrou em campo pela última vez em amistoso contra a Iugoslávia, no dia 18 de julho.
O jogo festivo terminou em um empate por 2 a 2. Pelé jogou bem, mas não balançou as redes. Gérson e Rivellino marcaram os tentos brasileiros. Dzajic e Jerkovic balançaram as redes para os iugoslavos.
Pelé deixou o campo e deu uma volta olímpica no Maracanã. Ele foi às lágrimas. Mesmo com 33 anos, preferiu não disputar a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Sem Pelé, o Brasil só voltaria a conquistar um Mundial em 1994.