Casa Pelé vira ponto de encontro de fãs do Rei, em Minas Gerais
Fernando Ortiz, diretor de Cultura e Turismo da cidade mineira recorda montagem da casa e visita do rei em setembro de 2012.
Pouco mais de dez anos após sua inauguração da Casa Pelé, a remontagem da residência onde nasceu o Rei do futebol em Três Corações recebe moradores e visitantes de diversos estados em luto pela morte do mais ilustre filho da cidade do Sul de Minas.
Emocionado, o idealizador da homenagem, Fernando Ortiz, lembra de como foi o processo de criação da lembrança da infância do craque.
Ortiz, que também é diretor de Cultura e Turismo e representante dos Arantes do Nascimento em Três Corações, lembra do trabalho de montar a casa ao lado de Dona Celeste, mãe de Pelé.
“A gente passou dois anos em Santos antes do início das obras e ela foi buscando através da memória porque não existem fotos da casa. Então foi pela memória de quem morou aqui. Foi muito emocionante, porque ela voltou ao passado, ela voltou 60, 70 anos no tempo. Depois de muito esforço, de procurar a mobília e reproduzir a planta da casa, conseguimos inaugurar”, recorda.
Em setembro de 2012, Pelé voltou à sua cidade natal para a inauguração da casa. Ortiz recorda, orgulhoso do trabalho, da emoção do rei do futebol ao recordar de espaços específicos do espaço onde nasceu e viveu seus primeiros anos.
“A emoção dele foi ímpar. Ele abriu a porta e vibrou com tudo que ele via. Parecia que ele tinha voltado ao passado, apesar de ter saído com três anos. Ele lembrou do rádio do avô, do berço, abraçou a jabuticabeira no quintal. E eu me lembro que agradeceu por ter recebido a homenagem em vida. Aqui é a origem de tudo. Pelé poderia ter nascido em qualquer cidade do mundo, mas Deus quis que nascesse em Três Corações” conta.
Orientando dezenas de visitantes que passam pela Casa Pelé, a guia Francisca Isabel da Silva, conta que trabalha no setor de Cultura da prefeitura há mais de 20 anos e fala sobre a importância do ex-jogador para Três Corações.
“Precisamos fazer muito mais. É um privilégio ter um mito nascido aqui. De ontem pra hoje, não é um mito vivo mais, mas a memória não morre”, afirma.
Ao lado da jabuticabeira caída no quintal, Francisca relembra de quando a árvore que reviveu a memória de Pelé não suportou um temporal, mas seguiu fazendo parte da decoração da casa por sua importância simbólica.
“Há um mês e meio ela caiu depois de uma chuva forte. Mas como a história não pode morrer, deixamos ela aí. Fiquei emocionada no dia, porque foi um dos lugares que mais emocionaram o Pelé. Ele lembrou que subia na carroça do avô para alcançar as jabuticabas”, relembra.
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