Dia da Advogada

Advocacia feminina em busca de espaço

O Imparcial entrevistou a advogada Alda Fernanda sobre o desafio diário de se impor na profissão.

Advogada Alda Fernanda Sodré Bayma. (Foto: Reprodução)

Embora muito já tenha mudado na forma como a sociedade e o sistema enxergam a mulher como profissional nas mais diversas áreas, é latente que dia após dia essas profissionais precisem provar, mostrar que são capazes e cavar a todo custo, um espaço no mercado de trabalho, um espaço de respeito no mercado de trabalho.

E isso acontece em todas as profissões.

Hoje, 15 de dezembro, no Dia da Advogada, falamos com a professora, Mestre em Direito pela UFMA, Especialista em Famílias e Sucessões, Coordenadora Acadêmica da Comissão de Famílias OABMA, Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa OABMA, membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAMMA), advogada Alda Fernanda Sodré Bayma, sobre, entre outras coisas, o desafio diário de se impor na profissão.

  • Quais são os principais desafios enfrentados pela mulher advogada no Brasil?

“Todos os dias temos que lidar com machismos institucionalizados que exigem de nós posicionamento, técnica e conhecimento. Não basta apenas ser advogada, você tem que aprender a repelir as injustas agressões do sistema que surgem através de assédios morais que se refletem em tratamento desigual para advogadas e advogados, convites e brincadeiras com conotações sexuais que objetificam a mulher advogada que está ali apenas para exercer a sua profissão. Tem que lidar, ainda, com a ausência de salas para amamentação nos fóruns e o papel de coadjuvante nas várias instituições que compõem o sistema de justiça que são comandadas em sua grande maioria por homens. Dessa forma, a advocacia feminina alça a sua voz todos os dias buscando quebrar paradigmas históricos culturais, sociais e institucionais com vistas a requerer igualdade de oportunidades independente do gênero”.

  • Como você vê o espaço da advocacia feminina no Brasil?

“Um espaço amplo a ser explorado por mulheres que estejam dispostas a se qualificar em busca de um diferencial em um mercado competitivo ainda muito dominado pelos homens.  Qualificar, se posicionar e combater é um imperativo para quem busca fazer a diferença na advocacia feminina”.

  • Sobre uma conquista importante da mulher advogada que você gostaria de destacar?

“Uma das maiores conquistas foi no ano de 2016 em que a advogada gestante, lactante ou adotante passou a ter seus direitos e garantias reconhecidos com a suspensão dos prazos processuais pelo período de 30 dias após a adoção ou nascimento dos filhos. Outra conquista foi que em setembro de 2018 o regulamento interno da OAB tornou obrigatório o registro da chapa com no mínimo 30% e o máximo de 70% para candidatura de cada sexo”.

  • O que você diria para quem está começando ou pensando em ser advogada?

“Vocês devem ser indesistíveis no exercício da profissão. Não deixem que a desesperança suplantem os sonhos e desejos da busca por uma justiça imparcial que, tão somente, visa garantir a qualquer mulher advogada o reconhecimento da igualdade de possibilidades e oportunidades independente do gênero no exercício de sua profissão.”

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