Os ganhadores e os perdedores da eleição geral no Maranhão
Confira quem levou a melhor na corrida eleitoral maranhense.
Os maiores vencedores da eleição geral no Maranhão foi Flávio Dino, com mais de 2,1 milhões de votos (maior votação na história).
Carlos Brandão, que venceu oito concorrentes no 1º turno; Josimar do Maranhãozinho, que pela primeira vez na história do Maranhão se reelegeu para a Câmara dos Deputados e colocou a esposa Detinha como a mais votada deputada federal.
A novata Iracema Vale, primeiro lugar entre os deputados estaduais; e Othelino Neto que trocou a companhia de Weverton Rocha pela de Brandão e foi o segundo mais votado para a Alema, que ele preside. E ainda colocou a esposa, Ana Paula como 1ª suplente de Dino.
Finalmente, o candidato do PSL, Lahésio Bonfim, que recebeu o descarrego da onda bolsonarista, na reta final da campanha e passou Weverton. Os maiores perdedores pode-se considerar o senador Weverton Rocha (PDT) que calculou errado o rompimento com o grupo de Flávio Dino, pelo qual foi eleito em 2018.
O empresário Lobão Filho, que imaginava quebrar a barreira dos 150 mil votos; Roseana Sarney, que andou longe de ser a mais votada, como alguns analistas prognosticaram, apesar de ser a única eleita deputada federal do MDB, depois de 10 anos fora da política; o deputado estadual Adriano Sarney (PV), e o estadual Wellington do Curso, mais ranzinza adversário do governo Dino na Alema, eleito como último colocado.
Carlos Brandão era hostilizado pelos seus adversários, mas preferiu fazer uma campanha limpa de ataques pessoais, optando por expor as realizações do governo passado, que teve efetiva participação, ter trocado o PSDB pelo PSB, articulado por Dino, apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva, que resultou no ex-tucano Geraldo Alkmin na vice do PT.
No Maranhão, Brandão fez o inverso, aceitando o petista Felipe Camarão na vice. Além do mais, o governador não entrou em polêmica, mostrou sua lealdade a Dino e pontuou ao usar o maior tempo no horário eleitoral entre os concorrentes, para mostrar o que fez e o que pretende fazer.
Carlos Bradão foi objetivo nos planos, não fez elucubrações e procurou ser convincente.
O erro de Weverton
Por sua vez, o senador Weverton Rocha errou feio ao imaginar que os quase dois milhões de
votos de 2018, apoiado por Flávio Dino, eram do eleitorado que lhe segue. Pensou também
que colocar o vice Hélio Soares, do PL e não assumir o bolsonarismo passaria despercebido
pelo eleitor.
Assim como tentar ser “o maior amigo de Lula no Maranhão”, descartando ainda o candidato de seu partido, Ciro Gomes. Na eleição com o país mais dividido da história não caberia tanta dubiedade numa disputa acirrada pelo governo.
No Maranhão, Lula teve 68,8% dos votos presidenciais, contra 26,02% de Bolsonaro; por coincidência, Lahesio Bonfim recebeu 24,87%. Carlos Brandão ganhou com 51,29% (1.769.187 votos), enquanto Weverton não passou de 20,71%, ou seja, 714.352 votos. Brandão somou mais de um milhão de votos adiante do pedetista.
Com o lema nada criativo de “Foguete não dá ré”, Weverton recebeu de Flávio Dino a resposta em tom de ironia: “Foguete não dá ré, mas explode”, discursou na comemoração da vitória.
O PSB que Flávio Dino assumiu em 2021 quando deixou o PCdoB e Brandão o seguiu no começo de 2022, elegeu 12 deputados estaduais, enquanto o PCdoB fez cinco, o PDT de Weverton, quatro e o PSC de Lahesio, dois.
Dos 12 deputados do PSB, cinco estão entre os 10 mais bem botados do Maranhão. Já o PCdoB, conseguiu reeleger Othelino Neto, o segundo mais votado na Alema.
PL levou a melhor
Para a Câmara, o desempenho melhor foi do PL, capitaneado no Estado pelo deputado Josimar do Maranhãozinho. Ele pôs a esposa, Detinha como a mais votada, enquanto ocupou a terceira, posição, atrás de Pedro Lucas, da UB.
O partido bolsonarista ainda elegeu Junior Lourenço e o Pastor Gil. O PSB de Brandão fez Josivaldo JP e Duarte Júnior. O PDT de Weverton elegeu Márcio Onaiser, o último da lista. Significa que, enquanto o PSB deitou e rolou na Assembleia Legislativa, com os partidos aliados da coligação governista, na Câmara, os partidos do Centrão levaram a melhor.
Ontem Flávio Dino postou em seu twitter que, o orçamento secreto, junto com fatores
ideológicos:
“resultou na inédita enxurrada de dinheiro federal no Maranhão, que ajuda a
entender resultados de ontem, sobretudo para o Congresso Nacional. Ainda assim,
venceremos a eleição presidencial”.
Disse mais:
“Não há razão para temor, busca de erros e culpados”.
Ontem, no final da tarde, Dino se juntou a Brandão para uma enorme caminhada da vitória pela Rua Grande, centro comercial de São Luís, também como primeiro movimento em prol da campanha de Lula para o segundo turno.
O MDB de Roseana Sarney chegou à eleição de domingo com dois deputados estaduais e ficou com dois – Roberto Costa (reeleito) e Ricardo Arruda. Na Câmara Federal, tinha Hildo Rocha e João Marcelo e ficou apenas com Roseana que, com 97 mil votos, passou muito longe das projeções que a indicavam acima de 250 mil votos, capaz de “puxar” pelo menos mais um.
O empresário Lobão Filho obteve votação decepcionante para sua campanha.