Doença

Mais de 3 mil casos de tuberculose em 2021 foram registrados no Maranhão

Entre 2020 e 2021, houve aumento de casos notificados no Maranhão.

A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que interfere principalmente nos pulmões, podendo também atingir outras partes do corpo. (Foto: Reprodução/Carol Garcia)

O diagnóstico de uma doença com celeridade é um dos fatores primordiais para um bom direcionamento aos pacientes a um tratamento seguro, em especial quando se fala de uma enfermidade com grande risco de contagio, como é o caso da tuberculose. 

As estimativas são que uma pessoa contaminada infecte entre 10 a 15 pessoas. Segundo dados do último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, em 2021 foram notificados 68.271 casos novos de tuberculose no país.

No estado do Maranhão, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), houve um aumento nos diagnósticos da doença, em 2020 foram 2.608, e em 2021 os números de notificações chegaram a 3.046, ou seja, um crescimento de 14,38%. 

Dentre aqueles considerados vulneráveis, a tuberculose atinge 8% da população com HIV, pessoas em situação de rua 1,5% e indígenas 1,1%, em solo maranhense.

A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que interfere principalmente nos pulmões, podendo também atingir outras partes do corpo. 

Os principais sintomas da tuberculose são tosse persistente por três semanas ou mais (com ou sem catarro e nos casos mais graves, podendo ter sangue), febre, sudorese noturna, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento.

A transmissão é por via aérea, ocorrendo por meio de partículas contaminadas liberadas quando um indivíduo doente espirra, tosse ou fala. O tratamento tem duração mínima de seis meses, é feito com antibióticos e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

É muito importante destacar que a vacina BCG protege as crianças dos casos mais graves da doença como a tuberculose miliar e tuberculose meníngea.

Resultado rápido evita tratamento inadequado

Rapidez no diagnóstico da doença garante melhor tratamento a pacientes. (Foto: Reprodução)

Em relação aos exames usados para o diagnóstico da tuberculose, a baciloscopia de escarro ainda é o mais utilizado. Porém, segundo o médico infectologista Dr. Francisco Beraldi de Magalhães, apresenta sensibilidade de 40% a 60%, em média. 

“Muito dessa baixa sensibilidade se dá pelo fato de que o limite inferior de detecção da baciloscopia é de 10.000 bacilos/ml, quantidade suficiente para que o paciente já apresente cavitações pulmonares. Portanto, a baciloscopia nos traz um diagnóstico mais tardio da doença. Além disso, outros agentes infecciosos como as microbactérias não-tuberculosas (MNT), cada vez mais presentes no nosso dia a dia e que apresentam terapêutica específica, também cursam com baciloscopia positiva. Ou seja, a baciloscopia além de não ter boa sensibilidade não é um exame espécie-específico e pode nos induzir a tratamentos errôneos”, explica Beraldi.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo como causa isolada.  A demora no resultado pode gerar inúmeros problemas, como agravamento do quadro do paciente, tratamentos incorretos e maior transmissão da doença na sociedade.

Ademais, a necessidade de um número de visitas médicas maior, suporte medicamentoso ou a necessidade de um leito de isolamento nos casos de internação, aumentam rigorosamente os custos hospitalares. Um diagnóstico preciso e no tempo adequado, melhora a qualidade de vida do paciente e da comunidade. 

Desde 2008, a OMS recomenda técnicas de biologia molecular para o diagnóstico da tuberculose.  Em 2021, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação desses testes de sonda em linha, no rol de exames. O Kit XGEN MASTER MTB oferece um resultado rápido, assertivo e com uma alta especificidade.

Resistência a medicamentos

Há ainda um outro desafio ao tratamento da tuberculose que é a resistência aos medicamentos. Um dos motivos que leva o aparecimento desse quadro é o abandono dos pacientes ao tratamento após melhora dos sintomas, como menciona o infectologista. 

“Se o esquema terapêutico é equivocado, realizado de maneira irregular, com doses inadequadas ou interrompido precocemente, cepas resistentes aos medicamentos podem ser selecionadas, caracterizando a resistência adquirida”.  

Ainda segundo Beraldi, a demora no diagnóstico dá resistência, pode comprometer o tratamento e permitir a transmissão de cepas resistentes a outras pessoas. 

“Sem diagnóstico de resistência, o tratamento não é adequado. Com tratamento inadequado, o paciente não melhora, potencializa o surgimento de resistência aos demais fármacos, e acaba por transmitir TB-DR”.

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