Tetracampeão mundial de Jiu jitsu na categoria até 94 kg GI (com kimono), campeão mundial no GI (sem kimono) e vice-campeão mundial absoluto (sem limite de peso) GI (com kimono), o maranhense Ítalo Gabriel, 18 anos, 83 kg, vive um grande momento na carreira.

Mesmo assim, pretende dar voos mais altos e está de olho outro desafio. Ele se prepara  o Norte e Nordeste de Jiu jitsu, em Caxias, Copa Monte Branco de Judô e Copa Internacional de Fortaleza em dezembro deste ano.

Para conseguir o sucesso de competições anteriores, foram seis meses de preparação física, técnica e psicológica. Agora, representando a junção das duas artes (Judô e Jiu jitsu) isso mostra que estas práticas podem perfeitamente coexistir em função de um objetivo comum.

Por isso, nada melhor que intensificar os treinos e isso está acontecendo, em São Luís, sob a batuta de Sérgio Bruno Dualibe, judoca, 48 anos, faixa preta, segundo Dan.

Atleta veterano e professor de judô da Academia Judô Goes Polo Combate e tambem mestre do atleta Ítalo Gabriel Ivo da Silva, que também tem o mestre de Jiu jitsu Ivaldo Alves, da Academia Grace Barra, Sérgio Bruno diz estar confiante no sucesso de seu pupilo. 

“Estamos encarando as disputas com máxima seriedade e preparação árdua, pois os confrontos são classificatórios para o Pan e Sul-Americano em 2023. As chaves serão divulgadas uma semana antes, mas argentinos, Então, vamos em busca de títulos ainda mais expressivos no cenário nacional e mundial como Campeonato Brasileiro, Pan-Americano, Sul-Americano e Mundial de Judô”, relata.

Outro participante é o atleta John Dennis Pinto, tricampeão maranhense de Judô e vice campeão da Copa.

Os treinamentos ocorrem três vezes ao dia. É intensa a preparação técnica, tática e física. Bruno destaca a importante recuperação de Ítalo para atingir seus objetivos de atleta vencedor.

“Chegamos a trabalhar com ele oito meses atrás e na questão do peso diminuiu de 106 para 83kg, mudamos a categoria e começamos a trabalhar a parte de cima do judô. Ítalo já fazia com o mestre Ivaldo, da Grace Barra, a parte de chão que é do Jiu jitsu. Eu combinei com o mestre Ivaldo para voltarmos com ele para o cenário, fazer dele um atleta competidor e começamos com dieta, nutricionista, todo um trabalho físico e psicológico e a preparação, com campeonatos pequenos, locais”.

O trabalho obteve pleno êxito e então o atleta foi para o grande objetivo do ano, o campeonato mundial, no qual ele foi campeão em duas categorias e vice  na categoria absoluto, que não tem limite de peso. 

“Começamos a fazer esse trabalho, que hoje está rendendo frutos, graças a Deus. Nosso Dojo, local de treinamento, fica na Academia Combate, no bairro Maranhão Novo, nos ajuda muito, é um dos nossos patrocinadores com a Farma Fórmula São Luís e a Grace Barra, do mestre Ivaldo Alves”, enfatiza.

Entrevista – Quatro perguntas para Itálo Gabriel

O Imparcial –  Ítalo, fale um pouco sobre sua trajetória nas artes marciais, com detalhes. Como tudo começou ?

Ítalo: O primeiro contato com as artes marciais foi aos oito anos de idade, na academia do meu bairro. Era uma criança que ia para a escola pela manhã e ficava lá até às três e meia da tarde. Me chamou a atenção o número de crianças daquela época fazendo artes marciais e deu pra ver que elas gostavam. Falei com minha mãe, que me levou, fiz a primeira aula, gostei e fiquei treinando, apenas de uma  forma recreativa. Então, veio a primeira competição,  o Campeonato Maranhense, onde cheguei à final e fui vice-campeão. Gostei de competir e naquele momento vi que era aquilo que eu queria. Na competição seguinte eu já fui campeão no Open Ilha.

O Imparcial – E como foi a sequência da sua trajetória até conquistar os primeiros títulos no jiu jitsu?

Ítalo: Continuei treinando, evoluindo, até que aos 12 anos saí daquela academia e fui treinar com o mestre Ivaldo Alves, quando pude observar um jiu jsit mais técnico e estratégico. Mestre Ivaldo realmente me  lapidou. Viajei para fora, disputei campeonatos brasileiro e sul-americano, me destacando,  subindo ao pódio, sendo campeão, até chegar ao primeiro mundial onde conseguir ficar na terceira colocação.

O Imparcial – Quem mais te incentivou a seguir na prática deste esporte?

Ítalo: Desde o início minha tia Jaciara sempre me apoiou, me incentivou, me levando para os treinos e as competições. Ela sempre me motivou dizendo que aquilo daria certo. Até hoje, ela continua me ajudando, tanto nos esportes com o nos estudos.

O Imparcial – Você encontrou alguma dificuldade, no início e pensou algum dia em desistir?

Ítalo: Dependendo da fase, quem tem um sonho, às vezes pensa em desistir. Em Fortaleza foi um campeonato que me levou a pensar em parar, pois foi a primeira vez apaguei e finalizado fiquei bem baqueado, mas posteriormente voltei e disputei três categorias e fui campeão em duas. De doze lutas perdi apenas uma e continuar foi uma sensação de êxtase. Além da minha tia Jaciara, tive muito apoio do mestre Ivaldo, um cara que tem a visão do futuro, e também o sensei Sérgio, no judô, como preparador físico, me ajudou bastante.