CONHEÇA GABRIELLE COSTA

Lugar de mulher também é na ferrovia

O Imparcial conversou com Gabrielle sobre como é estar em uma profissão historicamente masculina e hoje ser inspiração para muitas outras meninas.

Gabrielle Costa é a maquinista mais jovem da Vale no Brasil. (Foto: Arquivo pessoal)

Ela não tem habilitação e nem sabe dirigir um automóvel, mas aos 20 anos, comanda um trem. Para se ter ideia, uma locomotiva chega a ter 63 vezes a potência de um carro popular. Falamos de Gabrielle Costa, maranhense, moradora do Bonfim, na área Itaqui Bacanga, mais jovem maquinista da Estrada de Ferro Carajás e de toda a Vale.  

Assim que entrou na Vale como oficial de operações ferroviárias, em 2020, por meio do processo de trainee, se apaixonou pela profissão de maquinista, da qual era auxiliar. A curiosidades foram muitas. Queria operar uma locomotiva.

Conversamos com Gabrielle sobre como é estar em uma profissão historicamente masculina e hoje ser inspiração para muitas outras meninas.

Os olhos de Gabrielle brilham ao falar do trabalho. Não só a empolgação pela carreira que está construindo dentro da Vale, que já era um sonho, mas por estar fazendo o que gosta. Aos 20 anos, a jovem sabe bem o que quer e o que representa estar no lugar que quer: na ferrovia.

Após um ano como oficial de operações, ela, já apaixonada pela ferrovia, realizou seletivo interno para a vaga de maquinista de pátio, obtendo nota máxima. 

“Houve a oportunidade de desenvolvimento dentro da empresa, de desenvolvimento profissional e também de atuar no que eu gostava. Era um sonho entrar na Vale e quando eu consegui a oportunidade, foi um sentimento muito de gratidão, de entrar em uma das empresas mais reconhecidas”, disse Gabrielle.

Depois passar no processo para maquinista e de ter feito um treinamento de 240h (cerca de 3 meses), acompanhada por um profissional qualificado, fez uma prova para liberação e operação de um trem, locomotiva, para então encarar o trabalho sozinha.

(Foto: Arquivo pessoal)

“A primeira vez que eu operei sozinha foi uma emoção muito grande. Eu não consegui nem conter as lágrimas, porque foi um sonho realizado. Eu vi que foi tudo dedicação e você realizar um sonho é muito gratificante. Eu acredito que Deus tem seus planos e se eu entrei foi por dedicação, mas também porque faz parte dos planos dele.”

A família que sempre a apoiou, sente orgulho da filha, segundo Gabrielle, porque não é algo muito comum, uma mulher operando uma máquina.

“Até mesmo os colegas ficam me perguntando como eu consegui e a gente vê o interesse de pessoas mais novas, de meninas, de querer também. Me sinto gratificada por estar à frente dessa profissão e mostra aos jovens que sim, é possível ter uma qualificação profissional onde quer que ele esteja e da forma que ele ou ela quiser. E eu definitivamente digo que não é uma profissão só para homens, lugar de mulher é também na ferrovia”, avisa.

(Foto: Arquivo pessoal)

A maquinista mais jovem da Vale no Brasil se tornou bastante conhecida entre os colegas. Atualmente maquinista de pátio, ela pensa no futuro, quando pretende ser maquinista de viagem.  

Operar um trem de passageiros e transportar cerca de 1.300 pessoas também é uma vontade.

“Se tiver a oportunidade gostaria muito de operar. A responsabilidade é mil vezes maior porque estarei transportando pessoas. Mas tenho vontade”, diz Gabrielle.

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