Atriz há 40 anos, Grace Gianoukas está com a comédia que leva seu nome, “Grace em Revista”, em cartaz por todo o país, e nesse final de semana estará pousando em São Luís do Maranhão, para apresentar no Teatro Arthur Azevedo nos dias 24 e 25 de setembro.

Grace conversou com o Jornal O Imparcial para falar sobre seu espetáculo e demonstra muita alegria em poder conhecer e se apresentar pela primeira vez na Ilha do Amor.

O que é podemos esperar da comédia “Grace em revista”?

“Grace em revista” é uma comédia, que passa em revista os meus quarenta anos de carreira, os 21 anos da “Terça Insana”, o espetáculo é comemorativo. Então, é complexo pra criar um roteiro pra isso, porque eu tenho mais de 100 personagens criados. O que eu tentei foi fazer um apanhado desde quando eu pisei no palco profissionalmente, a maneira como eu fui me construindo como artista desde que eu saí do Rio Grande do Sul e tentando dar um panorama do meu universo de interesse de criação.

Como será o espetáculo?

Eu vou passando por várias personagens, são dez personagens que eu faço no palco, algumas muito conhecidas da “Terça Insana” com novos textos, trinta anos depois e eu vou contando histórias de bastidores, de onde surgiram as ideias também, eu conto pra criar essas personagens. Então é um espetáculo muito divertido e de certa forma muito emocionante que fala e faz um apanhado dessa dessa geração dos anos 80 a qual eu pertenço, que estourou e começou criar nos anos 80 e até os dias de hoje.

O espetáculo é comemorativo aos seus 40 anos de carreira e aos 21 anos da “Terça Insana”, a “Terça Insana” é um espetáculo que roda o Brasil, como funciona as apresentações?

Em todos os lugares que nós temos nos apresentado tem sido incrível, porque há muita identificação e apesar de eu estar revendo 40 anos, tudo é muito contemporâneo, porque eu crio personagens e escolhi personagens que são atemporais e que falam de questões humanas, sempre com muita graça, muito bom humor. No Brasil inteiro por onde eu já fui com o espetáculo, o público sempre vem abaixo. É uma delícia, tem sido ótimo fazer esse espetáculo em torneio pelo Brasil.

É a primeira vez que você vem em São Luís? 

Nesses 40 anos de profissão eu viajei pra muitos estados brasileiros e pra centenas de cidades no Brasil, viajei pra fora, me apresentei fora do Brasil algumas vezes, mas, eu tinha um sonho que eu nunca consegui realizar e que finalmente eu vou realizar. Eu sempre sonhei em conhecer São Luís, e acho que deve ser uma cidade interessantíssima e fascinante, e tem tantos artistas extraordinários que vieram daí. A cultura daí é tão maravilhosa e eu nunca tinha conseguido me apresentar em São Luís.

Porque São Luís foi um dos escolhidos para o show?

Eu sempre sonhei em conhecer São Luís que eu acho que deve ser uma cidade interessantíssima e fascinante, e tem tantos artistas extraordinários que vieram daí. A cultura daí é tão maravilhosa e eu nunca tinha conseguido me apresentar em São Luís, então, vai ser a minha grande oportunidade de conhecer a cidade um pouco e trocar com o público de São Luís que há anos pedem pra eu ir ao Maranhão.

 Como estão as expectativas para sua apresentação aqui na cidade?

Será uma apresentação muito emocionante pra mim, São Luís finalmente chegou no meu roteiro de turnê e eu estou muito ansiosa, louca pra que chegue dia 24 e 25 de setembro pra gente trocar essa energia.

O público poderá matar a saudade dos seus personagens mais icônicos, como foram escolhidos os personagens desses 40 anos de carreira?

Eu trouxe pro Grace in Revista alguns personagens que o público elegeu, eu vou passando por várias personagens, são dez personagens que eu faço no palco, bastante conhecidas do público da Terça Insana, o pessoal que conhece o meu trabalho pelos DVDs, televisão ou pelo YouTube. Algumas personagens que se tornaram muito famosas na Terça Insana, mas que algumas eu já tinha e que vieram de outros espetáculos, que acabaram estourando nacionalmente e internacionalmente por causa dos DVDs. Foi difícil de escolher porque eu tenho mais de cem personagens criadas.

Me conte sobre algumas personagens que estão no espetáculo.

Eu começo o espetáculo falando do desajuste que existe primeiro entre nós, uns com os outros dentro da sociedade, o quanto ninguém se entende ainda mais desse mundo polarizado de hoje, né? E aí eu vou eu passo pra uma outra faceta dessa dificuldade de entendimento é de nós com o nosso interior a gente passa o tempo todo tentando se equilibrar, tentando se entender e aí abre-se a porta pra que entre as minhas personagens que precisam de algumas substâncias químicas, lícita ou ilícita pra continuar levando a vida. Então começa a Aline Dorel, claro, alguns anos depois, agora no momento em que tudo são seguidores, todos os troféus e os prêmios que ela ganhou internacionais não serve pra nada, o que interessa são os números de seguidores. Eu faço a Cinderela que é aquela traficante internacional de drogas, que ficou muito engraçada, muito conhecida e que agora tá tentando dar, continua no mercado, tentando dar uma abordagem, uma maquiagem verde pro produto dela, dizendo que é um produto sustentável. 

Além do humor, seu espetáculo acarreta críticas e reflexões sobre a sociedade retratando vários estilos de grupos de indivíduos, o quanto é importe essa variedade de personagens?

 Essa é a outra faceta do meu trabalho eu sempre levei ao palco aquelas personagens que sempre foram os motivos das piadas, os excluídos, os estranhos, os esquisitos, os fracassados eu sempre trouxe esse tipo de personagem para o palco pra que eles pudessem dar o seu ponto de vista sobre o mundo que os condenava. Esse sempre foi uma faceta do meu trabalho, inclusão, né?

Me conte mais como isso é retratado no espetáculo, principalmente mostrando o ponto de vista feminino nessas questões sociais.

Para representar essa turma de oprimidos, excluídos, rejeitados eu faço duas personagens femininas porque desde que eu me conheço por gente, desde que eu comecei a escrever eu escrevo pelas mulheres, para mulheres. Então tenho muitas personagens que falam do universo feminino, do desencanto, sempre numa visão feminista. Hoje tem essa nova onda de feminismo e tal e tem muita gente que vem lutando por isso há muitos anos e eu sempre usei a comédia pra fazer denúncias da opressão da mulher.

Qual outra faceta poderá ser percebida nas histórias das personagens?

Eu passo para as minhas pra outras personagens, que eu acho ser uma outra faceta muito importante da vida da gente como sociedade, que é a relação que cada um de nós tem com o que a gente consegue como divino, então, entram aí as minhas personagens como a Santa Paciência que é sócia da Santa Ignorância e a advogada do diabo que é uma pessoa mais que não está em nenhum DVD, mas também sempre foi um sucesso nos shows da Terça Insana.

Além dos inúmeros personagens que serão relembrados, terá histórias dos bastidores?

No meio disso tudo, eu vou contando essas histórias de bastidores, dizendo da onde surgiram essas personagens e claro vou me encaminhando pro final. Enfim, são dez personagens, todos eles um pouco compactados pra caberem no espetáculo de uma hora e meia, mas eu garanto ao público que vai ser uma gargalhada, eu garanto as gargalhadas e também uma coisa que meu trabalho sempre teve que é você sair de lá não só rindo, mas também ah vendo muitos elementos pra disparar uma reflexão sobre muitas coisas que estão acontecendo na nossa sociedade hoje. 

Passamos por um período longo de pandemia que não podia ter espetáculos por conta do distanciamento social, mas após uns meses foi liberado e os projetos estão sendo realizados como esperava?

Esse ano de 2022 tem sido de muito trabalho porque muitas coisas ficaram paradas durante a pandemia e quando se liberou as pessoas tinham prazos pra cumprir e precisavam levar adiante esses trabalhos já aprovados e tudo mais. Então esse ano eu trabalhei bastante.

Quais foram seus últimos trabalhos?  

Eu fiz em São Paulo paralelo com a temporada de Grace em revista outro espetáculo com o grupo Manhas e Manias, direção do Eduardo Figueiredo chamado “Procure o Homem da Minha Vida, marido já tive”. Esse espetáculo já terminou, ficamos oito meses trabalhando com ele desde o ano passado. Fiz um trabalho pra Amazon que ainda vai ser lançado. Eu acabo de filmar uma nova obra da Ana Mulaert que ela  roteizou, chama-se “O Clube das Mulheres de Negócios”

Há previsão para novos projetos? Tem algo engatilhado? 

Eu tenho escrito bastante coisas, estou escrevendo muitas ideias que estavam meio paradas, só anotadas, então estou desenvolvendo alguns textos e estou preparando um novo trabalho para o início do ano que vem, muita coisa, eu vou tirar uns vinte dias de férias em dezembro para ver se eu me recupero, tem muita coisa acontecendo graças a Deus. E também agora em janeiro e fevereiro eu gravo a nova temporada do “Dono do Lar”. Vou participar de alguns capítulos. Muita coisa acontecendo. 

Parabéns aos seus 40 anos de carreira, Grace. 

Eu agradeço imensamente a oportunidade de estar conversando com vocês, com o público de São Luís e eu espero que vocês me ajudem a realizar esse sonho de me apresentar em São Luís e venham trocar comigo essas figurinhas porque vai ser uma alegria. Gente eu estou indo aí, venham me assistir.

O espetáculo será no Teatro Arthur Azevedo, nos dias 24 e 25 de setembro. Para adquirir o ingresso acesse o link.