ENTREVISTA – WEVERTON ROCHA

Weverton Rocha aposta no diálogo para desenvolver o Maranhão

Weverton afirma que se faz necessário um investimento nos segmentos da área da saúde, com serviços mais acessíveis à população.

Reprodução

Com o foco de se tornar o próximo governador do Maranhão, o senador Weverton Rocha afirma que se faz necessário um investimento nos segmentos da área da saúde, com serviços mais acessíveis à população, infraestrutura nas estradas para Baixada Maranhense e no serviço de ferry boat.

Além de oportunidade para que empreendedores, novas empresas, indústrias possam incentivar a geração de mais emprego e renda; que vai melhorar o programa Primeiro Emprego, implantar o 2ª chance voltado para mulheres acima de 40 anos, investir no agronegócio na região do Matopiba e incentivar a agricultura familiar para que a população que está em insegurança alimentar possa produzir e ter o que comer, além de manter programas como Restaurante Popular e Escola Digna, além do combate ao analfabetismo no Maranhão.

O candidato pelo PDT, em entrevista a O Imparcial, revelou que aposta no desenvolvimento do estado, e que para isso fez um estudo sobre a questão do gás natural produzido no Maranhão, a qual pretende, caso seja eleito, mexer na legislação de sua comercialização, além de fortalecer os investimentos feitos no Porto do Itaqui e do que está sendo construído em Alcântara para o desenvolvimento econômico do estado.

Weverton rebateu sobre as críticas de ser apontado como um candidato Bolsonarista e que independente de quem for o próximo presidente do Brasil manterá o diálogo para que os recursos para desenvolver o Maranhão estejam garantidos.

Confira a entrevista abaixo que também será publicada na versão impressa e nas redes sociais e no canal do YouTube do jornal.

Esta semana começou a campanha oficial para as eleições de 2022. Como o senhor está se preparando para essa fase determinante deste processo democrático?

“Eu já estou mobilizado. Temos preparado uma agenda para os próximos 10 dias. Inicio a minha campanha na minha terra natal Imperatriz com uma grande caminhada na cidade com os nossos apoiadores e de lá percorrer o Maranhão. E em São Luís, na praça João Lisboa, eu o prefeito Eduardo Braide, nossas lideranças faremos nossa tradicional caminhada na Rua Grande. Participei da nossa tradicional missa em São José de Ribamar, que eu sempre faço antes das eleições para pedir a benção e a proteção de Deus.”

O que diferente sua campanha atual das eleições de 2018 que o senhor participou quando foi eleito senador da República, desta de 2022?

“O protagonismo. Eu não era candidato a chefe do poder executivo. Mesmo eu sendo candidato a chapa majoritária as obrigações e as condições de seu trabalho são diferentes. Mesmo estando no Senado Federal, tenho tido uma reflexão direta do meu mandato aqui dentro do Maranhão. Exemplo, a lei que proíbe o corte de energia elétrica día de sexta-feira, final de semana e feriado. Lei do senador Weverton. O Hospital de Amor que eu tenho na luta contra o câncer no Maranhão. O Hospital de Amor em Imperatriz é uma realidade graças a uma articulação e recursos viabilizados por Weverton. O auxílio Brasil. Eu fui o presidente da sessão que votou a Medida Provisória do Auxílio Brasil e estabeleceu o valor de R$ 600. Tive essa articulação junto aos enfermeiros e agentes de saúde de combate a endemias. Então eu tenho esse protagonismo lá. Agora nas eleições de 2022 a agenda é outra.”

Falando sobre saúde. Qual é o seu programa de saúde para o Maranhão e o que ele tem de novo com relação ao que já existe no estado?

“Primeiro a municipalidade vai ser respeitada. A nossa ideia é de forma regional você fazer com que os municípios participem diretamente desta gestão que pode sem dúvida nenhuma compartilhada na medida que você consegue fazer com que ela chegue de verdade nos municípios maranhenses. Você não tem condição de ter um hospital de alta complexidade nos 217 municípios até por questão da presença do profissional de saúde nessas cidades e ter especialistas você vai ter dificuldade, é óbvio. Mas você tem como ter centros bons, regionais de referência para que você possa de forma articulada com os municípios como a Bahia já está fazendo, ela consegue de forma regional atender os seus municípios. E isso vem desde a logística de ônibus de qualidade, de estradas, e condições para que esse paciente chegue e seja bem tratado na sua regional.”

Tem se falado muito na estrutura do estado que foi feita nos últimos anos. O que o senhor pretende continuar ou mudar na que já existe?

“A nossa guerra é contra o analfabetismo. O Maranhão ainda tem índices vergonhosos na questão do analfabetismo. E nós somos o estado que mais aluno de ano e que menos aprende. O nosso estudante está passando hoje de ano e não está aprendendo. E por razão objetiva. Você pode imaginar que uma criança de terceiro ano, quarto ano aprendendo na mesma sala de aula com o mesmo professor. Então se você não tiver esta capacidade e coragem de virar esta chave e fazer o enfrentamento desse mundo seriado, dessa questão de colocar esses meninos em locais estruturados, mas que dê condições de levar a educação de qualidade. Você não vai resolver a questão da educação no estado. Então nós vamos atacar a questão do analfabetismo e a questão das séries apropriadas e estruturadas para cada faixa etária de sua cidade.”

O Maranhão é um estado que sempre padeceu na área de crescimento industrial. O senhor tem algum plano para esta área para mudar essa realidade?

“Nós não vamos enfrentar isso se não tiver uma ação concreta. Eu tenho duas concretas no meu governo: o primeiro emprego. Eu nunca votei no governo Sarney, mas o programa Meu Primeiro Emprego da Roseana foi muito bom. Eu irei melhorar e implantar este programa.
Repare que eu não tenho problema com o que está dando certo. Pelo contrário, o que tiver bom, eu vou manter e vou melhorar. O que não tiver eu tenho a coragem e mudar, e é isso que eu vou fazer. O outro programa concreto que eu vou ter é a questão das mulheres. 53% dos lares do Maranhão são comandados por mulheres e depois dos 40 anos elas não tem oportunidade. A oportunidade é menor de emprego e eu vou lançar o programa 2ª Chance.”

Até o final de 2021, o senhor estava no grupo que era liderado por Flavio Dino (PSB), hoje com a divisão do país em esquerda e direita, essa divisão interfere aqui numa gestão administrativa a partir de 2023?

“Ela interfere até o momento se continuar com brigas. Só quem perdeu com essas brigas até agora foi o povo. E eu tenho dito que: não se trata agora de quem vai ser eleito presidente. Se trata do próximo governador se vai ter capacidade de dialogar e abrir portas em Brasilia. E eu tenho hoje essa condição. Todos sabem da minha amizade e lealdade que sempre tive ao presidente Lula. E todos sabem que o meu partido tem o Ciro Gomes que é o nosso candidato a presidente da Republica. E o meu vice é do partido do atual presidente. Isso não é contraditório. Isso é uma sinalização concreta ao povo do Maranhão que for eleito presidente da República eu estarei lá dialogando para ajudar o estado. O Maranhão não tem mais tempo a perder para poder ficar discutindo política ideológica. Ou a gente parte para solução concreta que é gerar trabalho e gerar riqueza. Ou nós ainda vamos continuar a procurando culpados.”

O senhor chamar para vice um candidato do PL, mesmo partido do Bolsonaro , faz com que o senhor seja apontado como um bolsonarista. Qual é a sua posição sobre isso?

“A vontade deles é sempre nacionalizar a eleição porque eles não querem discutir os problemas reais. Aliás, o candidato vai ter que discutir conosco nos debates, nas sabatinas, uma hora vai ter que explicar para o Maranhão o que está sendo feito para desencalhar o governo e ações que estão acontecendo. Não é só o encalhe do ferry boat que está não! Mas o encalhe governamental onde se tem uma agenda assistencialista, eleitoreira, oportunista e de má fé com a população. Porque as pessoas precisam de resposta concreta para eleição. Quando eles tentam me colocar no campo do presidente, eles tentam nacionalizar porque eles sabem que o presidente Lula no Maranhão e no nordeste tem vantagem. Só que não é correto, além de não ser leal essa afirmação deles. Porque sou parlamentar e basta ver as minhas votações no congresso nacional. Eu voto com a oposição.”

Como o senhor vê a candidatura de seu partido a presidência liderada pelo Ciro Gomes?

“O Brasil tem que se dá a oportunidade de debater ideias. Toda polarização é ruim. Você tem que ter possibilidade de ouvir opiniões e outras propostas. O Ciro Gomes oferece isso. Se você olhar a carta que ele tem em defesa dos brasileiros, o programa que tem para os brasileiros, principalmente na geração de emprego e de renda justa é fundamental e importantíssima. Então ele ajuda enriquecer o debate. Ele é preparado, foi deputado federal, foi ministro da economia, governador, prefeito, então eu vejo com muito bons olhos a sua candidatura que vai ajudar a elevar o nível do debate para que a gente não fique só na agenda do presente e do passado. Você precisa ter condição e discutir propostas para o futuro.”

O senhor viajou vários municípios durante a sua pré-campanha O que o senhor viu que é fundamental para colocar no seu plano de governo. Diga pontos de seu governo.

“O Maranhão tem potencialidades que temos que enfrentar: o turismo na Chapada das Mesas, os Lençóis Maranhenses, a floresta dos guarás, o Delta das Américas, o nosso Delta do Parnaíba, você tem aqui a nossa ilha de encantos, você pega da Raposa a São José de Ribamar ao nosso Centro Histórico você tem uma indústria fortíssima que é do turismo. Nós temos o gás natural. Eu tenho estudado muito esse assunto. Fui conhecer os trabalhos da Eneva no Rio de Janeiro, fiquei três dias com eles para entender a lei do gás aqui no Maranhão e nós vamos rever essa lei porque é uma lei estadual. A Constituição Federal permite que o estado legisle sobre a distribuição de seu gás. E essa lei hoje ela não é boa para o estado do Maranhão.”

O Maranhão tem potencial imenso, mas você pode conferir nos supermercados e na central de abastecimento da capital que a maioria dos produtos que vão a mesa são produtos de fora do Maranhão. Como mudar essa realidade?

“Eu tenho batido muito nas minhas redes sociais sobre a falta de geração de condições para o pequeno produtor produzir o seu alimento, as frutas, os legumes, verduras que você pergunta na Ceasa, o tomate, a batata, a cenoura, vem de outros estados. Então você precisa de fazer uma forte articulação séria nas comunidades rurais para fazer um programa de verdade de desenvolvimento. Hoje eu tenho o apoio da Fetaema e do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Maranhão. A Fetaema será o meu braço forte nesse projeto que vamos chamar esses trabalhadores rurais do estado para virem para o estado ir para lá ajudar nessa agenda importantíssima”.

E tem outra questão que se tem falado em governos e mais governos são os investimentos no Porto Itaqui que não tem gerado um complexo industrial a altura do porto. O senhor tem uma proposta que mude essa realidade?

“Primeiro que o bolso não está a altura do mundo. Temos o segundo porto mais estratégico do mundo que é o Porto do Itaqui. Hoje a grande reclamação de quem quer receber as suas mercadorias é justamente a ineficiência do que se tem. Tem cargas que passam de duas semanas para serem recebidas. Já aconteceu de empresários grandes me chamar para fazer um pedido: “Governador ajude a dar eficiência para esse porto. Eu perco dinheiro com um dia de produto parado lá dentro. E hoje nós temos esse grande problema, que é criar novas frentes. Existe um estudo concreto do porto de Alcântara. Porque lá você vai ter condição com a nova ferrovia que já está no plano da VLI construir a ferrovia que vai de Alto Alegre a Alcântara.”

O que senhor pretende aproveitar de positivo do governo estadual ou
não vai aproveitar nada do que está sendo feito ou concluído que o senhor pode dar continuidade ou substituir?

“Vou dar continuidade ao programa Escola Digna. E avançando nessa agenda que falei do combate ao analfabetismo e do trabalho que estamos fazendo com relação aos alunos. O acesso aos alunos da escola para que possam aprender. Irei também fortalecer e manter o programa dos restaurantes populares, que são importantes nessa luta da segurança alimentar e levar essa condição para os maranhenses que estão sem condições de comprar seus alimentos e se alimentar dentro de casa. Programas como Restaurante Popular e Escola Digna e outros que possam ou estejam dando certo, irei manter, irei melhorar.”

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