DESAPARECIMENTO

Desaparecimento de indigenista e jornalista na Amazônia completa uma semana

A manhã deste domingo (12), foi marcada por protestos pedindo respostas sobre o paradeiro do jornalista do Dom Philips, correspondente do The Guardian no Brasil, e do indigenista Bruno Araújo.

Os remanescentes humanos foram encontrados após o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado”, ter confessado a participação no desaparecimento e indicado o local onde os corpos foram enterrados. (Foto: Reprodução)

As buscas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips continuam na região do Vale do Javari, na Amazônia. Neste domingo (12), a Polícia Federal isolou uma área da possível rota da lancha dos desaparecidos, vistos pela última vez no último domingo, 5 de junho.

Organizações internacionais, parentes e amigos pedem que os esforços sejam redobrados e que ações sejam esclarecidas.

A manhã deste domingo (12), foi marcada por protestos pedindo respostas sobre o paradeiro do jornalista do Dom Philips, correspondente do The Guardian no Brasil, e do indigenista Bruno Araújo. Familiares e amigos se reuniram no Rio de Janeiro, no Distrito Federal e em Belém para cobrar agilidade nas buscas pelos dois, desaparecidos na Amazônia desde 5 de junho.

Em Brasília, a concentração ocorreu no Eixão, durante a tradicional interdição da via aos domingos. O ato no Rio de Janeiro começou às 9h, na avenida Atlântica, em frente ao Posto 6, em Copacabana. Era lá que Dom fazia aulas de stand-up paddle quando morava no Rio.

Há um ano, ele a mulher se mudaram para Salvador. Um grupo de aproximadamente 50 pessoas segurou cartazes com fotos dos desaparecidos e gritou, em coro: “Onde estão Dom e Bruno?”

Estavam presentes ao ato os sogros do jornalista britânico. A aposentada Maria Lúcia Farias Sampaio, de 78 anos, mãe de Alessandra Sampaio, casada com Dom, disse a jornalistas que acredita que “ele já não está mais entre nós”. “Para ser sincera, não existe mais esperança”, afirmou. Philips está no Brasil há 15 anos.

O sogro do jornalista, o aposentado Luiz Carlos Rocha Sampaio, 80, ainda tem esperanças. “Eu ainda alimento a esperança de encontrá-lo. Peço a Deus que não seja em vão essa nossa luta.”

Além de Alessandra, o casal tem outros dois filhos. Uma delas está em Salvador com a irmã e o irmão, o produtor Marcus Farias Sampaio, 49, participou do ato na zona sul do Rio. “A gente sabe que é muito difícil. Enquanto não houver uma resposta definitiva, a gente tem que acreditar. Mas a gente está aguardando o pior, embora tenha muita fé”, disse.

A atriz Lucélia Santos também participou do ato. “Esse episódio vem escancarar a realidade trágica e horrorosa que está acontecendo no Brasil hoje. Que perseguem e matam as pessoas nessa região já é do conhecimento de todos. O que a gente não podia imaginar é a vulnerabilidade do Exército, de não reunir as condições adequadas para a busca. A sociedade precisa se unir e exigir do governo o esclarecimento do caso. Dom e Bruno não podem simplesmente sumir no interior da floresta”, disse a atriz.

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