Ícone da TV brasileira, Milton Gonçalves, morre aos 88 anos
O ator, desde 2020 vinha enfrentando problemas de saúde, decorrente de um AVC.
O ator Milton Gonçalves morreu nesta segunda-feira (30), aos 88 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações na saúde que enfrentava desde que sofreu um AVC, em 2020.
A família de Milton Gonçaves confirmou que ator morreu por volta das 12h30, em casa. De acordo com familiares, ele vinha enfrentando problemas de saúde desde que teve um acidente vascular cerebral isquêmico, há dois anos.
Durante o processo de recuperação, Milton ficou com a voz mais baixa que o normal e andava apenas de cadeira de rodas, pois sentia dificuldades na perna esquerda.
Carreira
Milton Gonçalves nasceu em 9 de dezembro de 1933, em Monte Santo, em Minas Gerais. O ator estreou na TV Globo antes mesmo da inauguração da emissora, em 1965. Lá, ele fez mais de 40 novelas, atuou em programas humorísticos e minisséries de sucesso, como as primeiras versões de Irmãos Coragem (1970), A grande família (1972) e Escrava Isaura (1976).
As séries Carga pesada (1979) e Caso verdade (1982-1986) foram outros trabalhos de destaque do ator.
O artista foi indicado ao prêmio de melhor ator no Emmy Internacional pelo atuação como Pai José na segunda versão da novela Sinhá Moça (2006). Ele foi o primeiro brasileiro a apresentar a premiação.
Ao lado da atriz norte-americana Susan Sarandon, ele anunciou o prêmio de Melhor Programa Infanto-juvenil.
A última participação em novela de Milton Gonçalves foi em O Tempo Não Para (2018), interpretando o catador de material reciclável, Eliseu.
O ator mudou-se ainda criança para São Paulo com a família, onde trabalhou como aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico. Ainda na capital paulista, fez teatro infantil e amador. Estreou como profissional 1957 na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck.
Ele formou o primeiro elenco de atores da Globo, ao lado de Célia Biar e Milton Carneiro. Milton entrou para a emissora a convite do ator e diretor Otávio Graça Mello, de quem fora companheiro de set no filme Grande Sertão (1965), dos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira.
“Não tinha inaugurado nada ainda. Os três estúdios, aquele auditório, pareciam para mim os estúdios da Universal. O primeiro salário foi 500 cruzeiros. E eu fiquei feliz”, recordou o ator em um depoimento para a TV Globo.