Entrevista com Yglésio Moyses

Série C é principal meta do Moto Club em 2022

O Moto Club estreia neste domingo na Série D do Campeonato Brasileiro, às 15h, contra o Castanhal.

O temporada do Moto Club não começou da forma que a torcida esperava. (Foto: Reprodução)

O Moto Club estreia neste domingo na Série D do Campeonato Brasileiro, às 15h, contra o Castanhal, no Estádio Diogão, em Bragança-PA. O jogo vale pelo Grupo 2, onde também parte Juventude Samas-MA, Pacajus-CE, 4 de Julho-PI, Tuna-PA, Tocantinópolis-TO e Fluminense-PI.

Quatro equipes se classificam-se para a segunda fase. Eliminado do Estadual, a grande meta do Papão, agora, é o acesso à Série C.

Nesta entrevista a O Imparcial, o presidente Yglesio Moyses fala sobre o atual momento do clube e dos planos para alcançar metas até o fim da temporada.

Yglésio Moyses, presidente do Moto Club

O Imparcial Presidente, no decorrer destes cinco meses no comando administrativo do Moto, quais foram as metas alcançadas e o que está sendo projetado?

Yglésio A primeira meta que a gente alcançou foi o pagamento das obrigações do clube em dia, como os salários, pois havia um histórico no Moto de chamar jogadores o tempo todo sem honrar os compromissos assumidos. Então, nosso principal destaque é este, ou seja, organizar o futebol do tamanho que se pudesse pagar. A gente pegou o Moto sem nenhum centavo de receita, apenas com notícia de débitos na Justiça, ações trabalhistas, tudo isso aí, um cenário desolador, de fechar as portas. Realmente, continua um cenário difícil, não é um horizonte tranquilo o que o Moto tem à frente. Infelizmente, vamos concluir o Campeonato Maranhense na terceira posição, pois tivemos um jogo muito ruim contra o Iape, quando o elenco não rendeu e andou muito distante do esperado. O resultado de tudo isso foi a reestruturação do elenco em 50 a 60 por cento, que a gente espera que progrida com o trabalho do novo técnico.

A meta, agora, será a subida para a Série C do Campeonato Brasileiro?

A gente sempre busca, quando monta um time na Série D, conseguir o acesso. O Moto no ano passado, apesar de três a quatro meses de salários atrasados, sem recursos até para alimentar os jogadores no CT, no final da gestão passada. Infelizmente, não logrou êxito, mas ainda assim ficou entre os 16 clubes na expectativa de brigar pelo acesso na fase mata-mata. Este ano, com melhores condições, a gente espera que o elenco renda e o Moto busque o acesso à Série C, apesar de ser um torneio difícil.

O senhor entende que a participação na Copa do Brasil de 2023 será fundamental para que o clube apareça na próxima temporada com mais regularidade?

Sempre é o ideal, um torneio que tem expectativa de cotas de até 800 mil brutos, um recurso interessante, mas muito longe ainda do que o Moto precisa para sair dos problemas, pois já chegaram novas penhoras nas cotas da CBF do ano passado. Tem processo que o Moto nem se defendeu, com 199 mil, outro de 200 e poucos mil, chegou agora um de 152 mil, penhoras que vão chegando. Ainda bem que na dispensa desses últimos atletas, já temos de 80 a 85 por cento de acordos realizados. São jogadores que não vão entrar na Justiça contra o Moto. A gente está tendo cuidado para não aumentar esse passivo trabalhista que o clube tem. Se a gente não tivesse assumido, hoje o Moto não conseguiria nem montar um sub-23.

SAF, reformulação do elenco e reforços

Como anda o projeto da Sociedade Anônima do Futebol (SAF)?

A SAF está aguardando uma nova reunião do Conselho. Nós entregamos um embrião do Estatuto ao Deliberativo do Moto. A gente espera que com os prazos que já foram mais elásticos não haja mais nenhum tipo de reclamação. Como é uma lei nova, de agosto do ano passado, nós temos muito a aprender com ela. Às vezes a gente fica muito reticente quanto ao formato, para saber se realmente este é o caminho, mas pode haver reformulação que os senadores vão deliberar no curso desse aprendizado. O que dificulta? O ex-presidente nunca prestou conta até hoje. Todos os prazos possíveis foram extrapolados. Todos os dias nós temos uma surpresa. Têm acordos a serem feitos, mas o Moto não tem recurso, então é um caminho muito complicado para o futebol maranhense. Infelizmente, esse time que tivemos de liberar, teve muito questionamento da torcida. Não estava mais rendendo. Alguns tinham bom relacionamento com a torcida, mas não havia mais clima, ao ponto do jogador e sua família serem ofendidos.

E por falar em elenco, qual sua expectativa sobre a participação desta Série D?

O elenco foi reformulado com algumas peças que vieram de fora do Maranhão, visando dar uma esperança maior nesse tipo de competição. A Série D é um campeonato longo, nós não conseguimos trazer a quantidade de jogadores que pensamos, porque não temos dinheiro pra isso. São jogadores com salários um pouco maiores por conta da bagagem. Não vou conseguir trazer doze, treze peças com essa qualidade, então temos que ter estratégia. Trazendo jogadores com maior experiência. A gente busca um time mais técnico, com bagagem emocional, inclusive.

O senhor admite que o time pode ser mais reforçado nos próximos dias?

A expectativa é de que a gente consiga trazer mais dois ou três jogadores, estamos ainda em negociações, mas sem pressa, pois tem o quantitativo mínimo de atletas para inscreverem na competição, que é longa, mas pode haver substituições no decorrer do processo, do campeonato, onde a gente só pode inscrever 35 atletas. Então não adianta inchar o elenco agora para não nos tornarmos refém, eventualmente, de pessoas que possam não vir a render o que se espera. Claro que dos contratados esperamos o melhor resultado possível, porém, nem sempre isso acontece.

O que está sendo preparado para o centro de treinamento?

Estamos garantindo recursos para reestruturação do CT. É um sonho que a gente tem, compartilhado por muita gente da torcida. O Moto Club só vai voltar a ser um time formador quando tiver um centro de treinamento para trazer aquele peso da estrutura que a gente precisa ter para oferecer aos atletas, então tudo isso aí agrega bastante.

Qual a mensagem que o senhor teria neste momento para a grande torcida motense?

A gente espera da torcida a confiança no nosso trabalho. É que, da maneira como estamos fazendo a gestão do Moto Club, há muitos anos não tinha o comprometimento com a saúde financeira do clube. Se fosse uma empresa já teria falido, fechado as portas. Não faliu porque é o Moto Club, porque tem vocês da torcida para dar esse suporte. Então, ele vai levando, buscando oxigênio o tempo todo para continuar respirando.

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