SÃO LUÍS

Racismo: segurança é chamado de “macaco”

Suposto caso de racismo foi denunciado pela vítima e está em curso na Delegacia de Combate aos Crimes Agrários, Raciais e de Intolerância.

O crime de racismo teria acontecido em um posto na avenida dos Holandeses. (Foto: Divulgação)

Sentimento de impotência no momento da agressão

Ca­sa­do e pai de dois fi­lhos, Wer­beth dis­se que fi­cou im­po­ten­te di­an­te da si­tu­a­ção. E que já ti­nha vis­to acon­te­cer com os ou­tros, mas sen­tiu na pe­le, quan­do acon­te­ceu com ele. “É uma coi­sa que as pes­so­as fa­lam co­mo se fos­se uma coi­sa nor­mal. Eu que­ro a mi­nha li­ber­da­de de sair pa­ra tra­ba­lhar, não ter que es­tar me es­con­den­do das pes­so­as, pe­lo fa­to de ser ne­gro. Eu tra­ba­lho com is­so, vi­vo dis­so”, dis­se, la­men­tan­do a si­tu­a­ção.

Ade­nau­er Ro­cha com­ple­men­ta que du­as si­tu­a­ções es­tão sen­do de­fen­di­das nes­se ca­so, a suspei­ta de ra­cis­mo e de in­jú­ria ra­ci­al e a ga­ran­tia do po­der de tra­ba­lhar, de Wer­beth. Por isso, um ou­tro ad­vo­ga­do es­tá no ca­so pa­ra as­se­gu­rar que ele não se­ja pre­ju­di­ca­do no seu trabalho.

“Ele tem ou­tras pes­so­as pa­ra quem ele pres­ta ser­vi­ço de mo­to­ris­ta e se­gu­ran­ça, aí is­so pre­ju­di­ca mui­to o tra­ba­lho de­le. A pes­soa faz is­so, aí sai ile­sa, faz o que quer, fa­la o que quer e acha que po­de fa­zer is­so a qual­quer mo­men­to e que não vai ser pu­ni­da de for­ma al­gu­ma? Nós va­mos le­var is­so até o fim. O ra­cis­mo é uma pau­ta re­cor­ren­te, sé­ria e as pes­so­as tem que en­ten­der que não há mais es­pa­ço pa­ra is­so”, fi­na­li­za Ade­nau­er Ro­cha.

495 ocor­rên­ci­as de cri­mes de in­jú­ria ra­ci­al no es­ta­do

De acor­do com a Po­lí­cia Ci­vil do Ma­ra­nhão, no ano de 2021, fo­ram con­ta­bi­li­za­das 38 ocor­rên­ci­as de ra­cis­mo e 495 ocor­rên­ci­as de cri­mes de in­jú­ria ra­ci­al no es­ta­do. “A res­pei­to do quan­ti­ta­ti­vo de inqué­ri­tos em an­da­men­to, inqué­ri­tos con­cluí­dos, ca­sos in­ves­ti­ga­dos e pe­nas apli­ca­das, além dos da­dos re­fe­ren­tes ao mês de ja­nei­ro e fe­ve­rei­ro de 2022, o pra­zo pa­ra con­so­li­da­ção dos da­dos é de até 7 di­as úteis”, in­for­mou a Po­lí­cia Ci­vil so­bre os re­gis­tros de 2022.

A Se­cre­ta­ria de Es­ta­do da Igual­da­de Ra­ci­al (SEIR) in­for­mou que de­sen­vol­ve, des­de 2015, ações de cons­ci­en­ti­za­ção e com­ba­te a cri­mes ra­ci­ais. “São de­sen­vol­vi­das ações de for­ta­le­ci­men­to ét­ni­co em co­mu­ni­da­des, além da re­a­li­za­ção de en­con­tros e pa­les­tras em es­co­las e fa­cul­da­des. Nes­tas ati­vi­da­des, a po­pu­la­ção é ori­en­ta­da so­bre co­mo iden­ti­fi­car os ti­pos de ra­cis­mo e de­mais cri­mes ra­ci­ais e co­mo de­nun­ciá-los”.

Sai­ba co­mo de­nun­ci­ar o ra­cis­mo no Ma­ra­nhão

Pa­ra de­nun­ci­ar qual­quer ação de pre­con­cei­to ou dis­cri­mi­na­ção ra­ci­al, pro­cu­re a de­le­ga­cia mais pró­xi­ma. Os ca­sos de ra­cis­mo são re­sol­vi­dos na De­le­ga­cia de Cri­mes Ra­ci­ais (Rua Rio Bran­co, Cen­tro); ou­tro ca­nal é a Po­lí­cia Mi­li­tar do Ma­ra­nhão pe­lo nú­me­ro 190; na Ou­vi­do­ria dos Di­rei­tos Hu­ma­nos, Igual­da­de Ra­ci­al e Ju­ven­tu­de, que po­de ser aces­sa­da pe­lo What­sApp (98) 99104-4558 ou e-mail: ou­vi­do­ria.se­dih­pop@gmail.com; ou Dis­que 100. A li­ga­ção é gra­tui­ta e fun­ci­o­na 24 ho­ras por dia e em to­dos os di­as da se­ma­na.

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