SÃO LUÍS

Racismo: segurança é chamado de “macaco”

Suposto caso de racismo foi denunciado pela vítima e está em curso na Delegacia de Combate aos Crimes Agrários, Raciais e de Intolerância.

O crime de racismo teria acontecido em um posto na avenida dos Holandeses. (Foto: Divulgação)

“Preto safado, bandido, macaco”. Essas foram algumas das ofensas ouvidas pelo segurança particular Werbeth Barros Costa, 36 anos, no dia 19 de março passado, em um posto de gasolina na Avenida dos Holandeses, quando estava a trabalho.

O caso foi denunciado no dia 25 de março (conforme Boletim de Ocorrência), na Delegacia de Combate aos Crimes Agrários, Raciais e de Intolerância, e a investigação está em curso.

Ainda emocionalmente abalado, Werbeth disse que quer justiça, e a liberdade de poder trabalhar livremente. “A questão do racismo dela, de vir me xingando, dizendo que eu acabei com o marido dela. Meu contato era com o meu cliente, que era marido dela. Tenho minha profissão que trabalho há anos. A injúria aconteceu, eu não sei o que ela falou de mim para outras pessoas que estavam ali. Foi aí que eu procurei um advogado e fiz o boletim de ocorrência na delegacia”, disse o segurança.

O caso aconteceu quando Werbeth estava a trabalho fazendo segurança para um cliente. Ele conta que ao avistá-lo, a acusada, que estava saindo da loja de conveniência, já começou com as agressões verbais, proferindo ofensas de cunho racista.

O vídeo apresentado pelos advogados de Werbeth, mostram o momento em que ele se afasta enquanto ela avança para cima dele e é contida por algumas pessoas que estão perto.

De acordo, com Werbeth, ele saiu de perto para não causar mais problemas e também porque se sentiu constrangido, visto que havia muitas pessoas no local vendo aquela situação.

“Quando ela me viu ficou muito alterada me xingando de vários nomes, como macaco, preto safado, e outros que não quero falar aqui. Eu estava trabalhando. Meu medo era que eu perdesse o meu emprego quando meu cliente visse aquilo ali, mas tenho medo ainda que ela espalhe isso, como já vem fazendo, para outros clientes, e eu perca os meus trabalhos”, disse Werbeth, que trabalha como segurança há pelo menos 15 anos.

O advogado dele, Adenauer Luiz Castelo Branco Rocha Júnior, completou que não foi a primeira vez que Werbeth foi agredido. Outros atritos já haviam ocorrido quando ele ainda trabalhava para o ex-marido da acusada. O caso de Werberth também está sendo acompanhado pelo advogado Diogo Arruda.

E que a denúncia é para que não ocorram outros episódios como o que aconteceu. “Infelizmente este não foi o primeiro e nem último caso de agressão contra negros. Ela deu sorte porque ninguém chamou a polícia para prendê-la em flagrante, até porque é um crime inafiançável. Se ele não tivesse saído do local, a situação poderia até ficar pior. A gente está aguardando o desenrolar do inquérito, esperando que o delegado chame as pessoas para serem ouvidas”, disse Adenauer Luiz Castelo Branco Rocha Júnior.

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