Dia da educação marcado por protesto
Os profissionais do ensino público municipal estão mobilizados em um movimento grevista que completa 10 dias.
Educação: ato ou processo de educar. O 28 de abril é marcado mundialmente como o Dia da Educação, uma data que propõe “incentivar e conscientizar a população sobre a importância da educação, seja escolar, social ou familiar, para a construção de valores essenciais na vida em sociedade e do convívio saudável com outros indivíduos (significados.com.br).
A data, mais que celebrativa, é de reflexões porque o tema é amplo e engloba muito mais que apenas o termo educação. Na capital São Luís, por exemplo, os profissionais do ensino público municipal estão mobilizados em um movimento grevista que hoje, 28, completa 10 dias.
Na manhã de ontem, o Sindicato participou de uma audiência no Ministério Público para tratar do movimento grevista. E hoje, a categoria vai participar do ato “Paralisação dos Servidores Públicos e por um 1º de maio Classista”, promovido por diversas entidades classistas, às 16h, na Praça Deodoro.
“A gente na praça, no dia da Educação, não tem nada mais significativo e histórico. Não há nada que represente mais a educação do que a luta dos professores em defesa da qualidade, da educação pública para todos. Nós vamos permanecer em greve sim, e nós esperamos ser valorizados pela prefeitura, pela sociedade, e que a educação seja feita pelo que de fato ela é: uma forma de emancipar e desenvolver a sociedade do ponto de vista tecnológico, cultural e científico”, disse Ana Paula Martins, secretária de Comunicação do Sindeducação.
A decisão pela greve foi no dia 8 de abril, resultado da insatisfação após a Prefeitura de São Luís oferecer reajuste de 5%, indo contra o piso nacional que prevê o aumento de 33,24%.
De acordo com a categoria, a luta também está compromissada em agir pela situação das escolas, para que ofereçam condições dignas para toda a comunidade escolar, em pedir o fim do assédio moral e cobrar mais transparência da prefeitura sobre orçamentos e contas.
No dia 20 de abril, em uma audiência de conciliação marcada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão, a Secretária Municipal de Educação (Semed) apresentou a proposta de reajuste salarial de 10,06%, o que foi recusado pela categoria, em assembleia.
“Reivindicando melhores condições de trabalho”
A Semed informou que “o percentual ofertado demonstra todo o esforço do Município para assegurar este reajuste aos professores (ativos, inativos e pensionistas de nível superior), respeitando a realidade orçamentária e financeira municipal, além de garantir a valorização dos profissionais do Magistério e os investimentos necessários para a educação”.
O comando de greve está realizando passeatas e caminhadas em vários pontos da cidade. De acordo com o Sindicato, o momento é muito importante para conversar e divulgar a demanda da classe que não se restringe ao reajuste salarial.
“Amanhã (hoje, 28) nós estaremos com nosso batalhão pesado da educação junto com outros trabalhadores. Estamos reivindicando melhores condições de trabalho, melhoria na carreira, defesa da carreira do magistério e o reajuste para que a gente tenha salários dignos”, reforçou Ana Paula.
Investimentos para recuperar o ensino
Para a sindicalista, mais do que nunca a educação precisa ser vista com prioridade. Neste dia 28, ela lembra da importância dos investimentos para que a sociedade possa ser transformadora, especialmente nesse período pós-pandemia.
“A educação como um todo, nesse momento, depois de 2 anos de pandemia, precisa passar por um plano de reinvestimento, de valorização. É preciso que todas as redes de ensino pensem a curto, médio e longo prazo, um plano de recuperação da aprendizagem, investimento em tecnologia, na formação de professores, para que possamos dar uma qualidade de ensino melhor, revisão curricular, investir na internet, em equipamentos tecnológicos para que a gente possa ampliar as possibilidade de construção de conhecimento dos nossos alunos. Hoje a educação precisa de um investimento maior para que os alunos que passaram por esses 2 anos de ensino remoto possam ter a possibilidade de recuperar a aprendizagem e ter um futuro melhor, com consciência crítica, que lhes possibilite uma vida melhor com mais qualidade”, disse Ana Paula.