Deputado Josimar de Maranhãozinho pode ter mandato cassado
O deputado é alvo de várias operações da PF sob acusação de desvio de recursos de emendas parlamentares.
Distante da Câmara dos Deputados desde o dia 17 de abril, quando pediu licença de 120 dias, para “tratar de assunto particular”, o deputado federal, Josimar de Maranhãozinho (PL), pode ter seu mandato cassado.
A representação está sob o comando do deputado Paulo Azi (União Brasil-BA), que é o atual presidente do Conselho de Ética da Câmara Federal. Josimar é suspeito de desviar recursos da Saúde viabilizados por emendas parlamentares em cidades do Maranhão.
O parlamentar que destinou emendas no valor de R$ 35 milhões, é pré-candidato ao governo do Maranhão foi aconselhado por aliados para pedir licença do cargo e ficar distante das redes sociais com intuito de evitar um desgaste político de sua imagem.
Com a saída, Josimar de Maranhãozinho abriu espaço para o seu suplente Paulo Marinho Júnior, que renunciou ao mandato de vice-prefeito de Caxias para assumir a vaga na Câmara dos Deputados..
No início de março, Josimar de Maranhãozinho foi alvo de uma nova operação da Polícia Federal, que fez uma ação de busca e apreensão na residência do parlamentar que foi acusado mais uma vez de desvio de recursos públicos por meio de empresas de fachada.
Para Josimar, as operações em seu desfavor tem relação direta com a sua pré-candidatura ao Governo do Estado e ao seu desempenho na articulação política, com a construção de um grupo que integra dezenas de prefeitos e deputados estaduais.
Por conta das investigações que estão sendo realizadas, a tendência é que o parlamentar não concorra mais ao governo.
O parlamentar, que alvo de pelo menos três inquéritos da PF. Em um deles, Maranhãozinho foi filmado em uma ação controlada manuseando caixas de dinheiro e entregando o material a aliados, conforme vídeos divulgados pelo GLOBO.
Nesta semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu destravar os pedidos de quebra de decoro contra deputados, ação que também atinge Maranhãozinho. Lira liberou um total de 22 representações ao Conselho de Ética da Câmara para que sejam instaurados os processos contra os parlamentares.
O Conselho retomou as atividades esta semana. A representação contra o deputado ainda aguarda designação de relator para ter prosseguimento. O documento foi apresentado no final do ano passado ao colegiado pelo partido Rede Sustentabilidade, baseando-se nas apurações da Polícia Federal. De acordo com a legenda, o deputado “parece ter cometido crime de corrupção, apropriando-se de escassos recursos públicos”.
O parlamentar tem negado o cometimento de irregularidades. Sobre o vídeo com caixa de dinheiro, ele disse na ocasião que a imagem retratava a sua atividade empresarial na pecuária “com compra e venda de gado e equipamentos com órgãos privado”
Maranhãozinho é presidente estadual do PL no Maranhão, partido que filiou mês passado o presidente Jair Bolsonaro e seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro, e é comandado por Valdemar Costa Neto, condenado no escândalo do Mensalão do PT.
A reportagem de O Imparcial entrou em contato com assessoria de comunicação de Josimar de Maranhãozinho para que o mesmo se pronunciasse sobre as acusações, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.