Centro Histórico

Rua Grande volta a receber reparos

A Rua Grande é a mais antiga da capital maranhense.

O calçamento em alguns locais já apresentavam sinais de destruição, mediante o tráfego de pesados veículos cargueiros que no período da noite fazem a entrega de mercadorias. (Foto: Reprodução/Douglas Júnior)

Com apenas um pouco mais de três anos de entrega totalmente recuperada e embelezada, a Rua Grande já está passando por obras de recuperação de seus equipamentos e pertenças mobiliárias, já danificadas pela má utilização dos usuários, exemplificando-se os bancos que são transformadores em expositores de produtos do mercado ambulante, ou utilizados para secar panos usados na limpeza das lojas.

Os marcos obstrutivos de concreto colocados nas esquinas, boa parte já foram quebrados pela ação do homem que à noite operam veículos pesados para proceder a entrega de mercadorias.

O calçamento em alguns locais já apresentavam sinais de destruição, mediante o tráfego de pesados veículos cargueiros que no período da noite fazem a entrega de mercadorias.

Diante da situação caótica que estava tomando conta da principal artéria comercial da cidade a Prefeitura  determinou a intervenção e operários foram acionados para proceder a imediata recuperação dos setores danificados.

Foto: Reprodução/Douglas Júnior

A rua mais antiga

A Rua Grande, também denominada Rua Osvaldo Cruz, é a mais antiga da capital maranhense. Foi idealizada após a expulsão dos invasores holandeses, por tropas portuguesas.

Ao longo dos anos, sofreu reformas e consequentes transformações, se tornando uma rua feia nada condizente com o seu status de principal centro comercial da cidade.

Este quadro mudou quando em 2018, foi anunciada uma parceria entre a Prefeitura Municipal de São Luís com o Instituto do Patrimônio. 

Então foi iniciada uma obra de reconstrução da Rua Grande, em toda sua estrutura, no que concerne a pavimentação, passeio publico e mudanças da rede de fornecimento de energia elétrica que passou a ser toda subterrânea, assim como as rede hidráulicas de fornecimento  de água, sanitária com captação de esgoto e águas pluviais com efetivo sistema de rede de drenagem profunda, instalação de floreiras e bancos de madeira, para maior conforto da população.

A demanda foi grande e o desconforto, exigindo sacrifícios dos comerciantes ali estabelecidos, não sendo maiores os danos à economia porque os trabalhos foram executados por quadras para evitar que os comerciantes tivessem que suspender suas atividades.

Terminado o trabalho, a rua foi entregue à população atraindo grande número de visitantes nativos e de turistas, causando o encantamento de todos.

Também o comércio ambulante voltou a funcionar com o beneplácito do poder público, por entender o momento de crise sanitária causada pela pandemia de coronavírus com reflexos cruéis na economia resultando no fechamento de casas comerciais e consequente desemprego.

Todos desenvolvendo suas atividades sempre observando normas emanadas da Prefeitura Municipal com ordenamento através de seu órgão fiscalizador, a Blitz Urbana. 

Mas, foi observado que ao longo dos seus 900 metros, a Rua Grande estava apresentando danos em seus equipamentos e em alguns pontos da sua pavimentação e o poder público, responsável pela sua preservação, iniciou o trabalho de recuperação, ora em fase de conclusão,

Rua Grande na história

A Rua Grande é um dos logradouros mais importantes do município de São Luís no Maranhão. Está localizada no Centro Histórico da cidade. Considerada um importante centro comercial, a rua guarda uma longa história.

Em meados do século XVII, já possuía quatro quadras, mas tem seus primeiros registros em mapas a partir de 1698. De acordo com os historiadores, a rua seria o caminho mais fácil de acesso ao interior da ilha.

Em 1665, o caminho foi transformado em rua, facilitando a passagem de carros de boi, levando cargas até o Cutim. Em 1743, foi construída a Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Mulatos (sede paroquial a partir de 1805).

[Em 1844, a rua se estendia até a rua do Outeiro, sendo conhecida então como Caminho Grande. Outros nomes pela qual ficou conhecida foram “Estrada Real” e “ Rua Larga”. Entre 1852 e 1855, a rua passou por uma reestruturação, recebendo o primeiro calçamento. Novo calçamento foi feito em 1867 e em 1877.

Nesse período, personalidades como Ana Jansen e Cândido Ribeiro (importante industrial do Maranhão) moraram na rua Grande.

Em 1912, foi instalada uma linha de bonde na Rua Grande em sua extensão, indo até o Anil, além de outra linha que ia do Largo dos Remédios até a Quinta do Matadouro (atual São Pantaleão), passando pelas Ruas Rio Branco, do Passeio e a atual Rua do Norte. Entretanto, só a partir de 1924 o transporte por bonde elétrico passa a ser efetivo.

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Mulatos foi demolida em 1939, sendo construído, no seu lugar, o Edifício Caiçara, primeiro arranha-céu de São Luís. Essa medida ocorreu no contexto do projeto de modernização urbanista de São Luís, durante o governo do interventor Paulo Ramos (1936-1945).

Na esquina com a Rua do Passeio, fica localizado o Palacete Gentil Braga. O antigo cinema Éden ficava no início da rua, abrigando hoje uma loja de departamentos. Ao longo das décadas seguintes, a via sofre modificações que a descaracterizam, como a retirada dos trilhos dos bondes, a substituição do calçamento tradicional por camadas de asfalto, demolição de prédios, transformação das residências em pontos comerciais.

Em 1979, tornou-se proibido o transido de veículos motorizados, transformando a Rua Grande em um espaço exclusivo para pedestres.

Em 1986, ocorreu o tombamento estadual do Centro  Histórico, abrangendo a Rua Grande.

Em 1990, foi executada uma reforma pela Prefeitura, que incluiu o alargamento das calçadas, mantendo-se a pista com paralelepípedos.

Em 2018, foi feita nova reforma pela Prefeitura e IPHAN, que incluiu obras de drenagem, calçamento e pavimentação em concreto intertravado, instalação elétrica subterrânea, novo posteamento de iluminação pública e colocação de bancos em madeira e aço.

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