Greve: rodoviários e empresários se reúnem novamente nesta sexta (18)
Será a segunda audiência de conciliação em dissídio coletivo, pois na primeira, realizada na última sexta-feira (11), não houve acordo.
Sem avanços sobre a greve dos rodoviários. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (STTREMA) e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de São Luís não se manifestaram sobre o movimento grevista.
Neste dia 18 de março já são 31 dias do movimento em São Luís. Até então, o que se tem é uma frota circulante reduzida na Região Metropolitana, de 60%, e nenhum aceno, entre as partes, de que haverá uma solução.
Neste dia 18, às 14h, está marcada a segunda audiência de conciliação em dissídio coletivo de rodoviários, no Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região – Maranhão, para que o impasse chegue ao fim, e chegue ao fim também o transtorno dos 800 mil usuários do transporte coletivo que têm sido prejudicados com a frota reduzida.
“Se antes eu tinha que chegar na parada de ônibus com antecedência de meia hora, agora tenho que chegar uma hora mais cedo e ainda correndo o risco de não conseguir entrar”, disse o comerciário Antônio José Santos, 39 anos, morador da área Itaqui Bacanga.
Na Cidade Operária não é diferente. “Os ônibus já passam superlotados quando tá 100% da frota, imagina agora que tá reduzida. A gente espera que isso se resolva logo. Já aumentou passagem”, comentou o estudante André Pereira, 19 anos.
Na audiência que ocorre na tarde de hoje, além de dois representantes de cada sindicato, vão participar da reunião os advogados credenciados nos autos, o procurador do Ministério Público do Trabalho e a assessoria da Presidência do Tribunal.
Será a segunda audiência de conciliação em dissídio coletivo, pois na primeira, realizada na última sexta-feira (11), não houve acordo.
Entre as reivindicações apresentadas no dissídio, pelo Sindicato dos Rodoviários, estão a implantação imediata do índice de 15% de reajuste salarial, ticket alimentação no valor de R$ 800,00 e manutenção do plano de saúde pelas empresas componentes da categoria patronal do dissídio.
Eles também querem o pagamento das diferenças resultantes desse percentual nos salários e no ticket alimentação dos membros da categoria profissional, retroativamente a janeiro de 2020 (data-base).
A última audiência de conciliação ocorreu no último dia 25 de fevereiro, presidida pelo Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA). Antes, houve ainda três mediações no MPT-MA, nos dias 10, 22 e 24 de fevereiro. A paralisação afeta, diretamente, cerca de 800 mil passageiros que utilizam o sistema urbano e semiurbano da Ilha.
Cronologia do movimento
- Dia 10.02 – Primeira audiência no MPT-MA. Empresários fizeram proposta de reajuste salarial de 5%, mas mediante a demissão de todos os cobradores do sistema. Rodoviários não aceitaram. Não houve acordo;
- Dia 15.02 – Rodoviários decidem, em assembleia, deflagrar o movimento grevista;
- Dia 16.02 – Rodoviários iniciam a greve com 100% de adesão dos trabalhadores;
- Dia 16.02 – O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) determinou que os rodoviários disponibilizassem, no mínimo, 80% da frota do transporte público que atende a capital e os municípios da Região Metropolitana, sob pena de multa diária de R$ 50 mil por dia de descumprimento;
- Dia 19.02 – O TRT, por meio da desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, determinou pela prisão de 15 membros do STTREMA, visto o descumprimento do retorno de 80% da frota do transporte público da Região Metropolitana da capital. O Sindicato dos Rodoviários acatou a decisão judicial;
- Dia 22.02 – Segunda audiência no MPT-MA, sem acordo;
- Dia 23.02 – A desembargadora Solange Cristina Passos de Castro, do TRT, autoriza a circulação de 60% da frota de ônibus na grande São Luís, a pedido do Sindicato dos Rodoviários. A multa diária por descumprimento da decisão foi mantida em 50 mil.
- Dia 24.02 – Terceira audiência no MPT-MA, sem acordo;
- Dia 25.05 – Quarta audiência no MPT-MA, sem acordo;
- Dia 27.02 – Reajuste nas tarifas de transporte público;
- Dia 11.03 – Audiência em dissidio coletivo (sem acordo);
- Dia 18.03 – Marcada a segunda audiência em dissidio coletivo.