Em São Luís, 82 casos de violência contra idosos foram registrados em janeiro
Os dados são do núcleo especializado da Defensoria Pública do Estado.
Tudo que eles querem é envelhecer com saúde e em segurança, mas nem sempre é assim. Violência física, psicológica, abandono, abuso, negligência, impedimento de ter o próprio dinheiro.
Estas e outras atrocidades acontecem, infelizmente, cotidianamente diariamente com pessoas idosas, e são cometidas no âmbito familiar, em geral, pelos próprios entes familiares.
Na semana que passou, um idoso de 74 anos, foi resgatado pela Polícia Militar (PM), no município de Imperatriz, vivendo em situação de abandono, em más condições de higiene, e sem alimentação na residência onde morava.
O principal suspeito é o sobrinho da vítima, que não foi localizado pela corporação. Esse é, infelizmente, mais um dos vários casos de violência contra a pessoa idosa registrados no Maranhão.
Segundos dados fornecidos pela Defensoria Pública do Estado, através do CIAPVI – Centro Integrado de Apoio e Prevenção à Violência contra a Pessoa Idosa, somente no mês de janeiro foram realizados 93 atendimentos públicos e registrados 82 casos de violência contra idosos, em São Luís, uma média de 2,64 vítimas por dia.
A negligência foi o tipo de violência mais cometida com 22 casos (27%), seguida de abuso financeiro 18 (22%), e violência física com 8 casos, assim como a violência psicológica também com 8 casos (10%).
O relatório do CIAPVI também aponta que os bairros de São Luís com os casos mais registrados são São Francisco e Cidade Olímpica com 4 (cada); e Paço do Lumiar e Anjo da Guarda com 3 (cada).
“Com o advento da pandemia de COVID 19, os números de denúncias de violência contra a pessoa idosa aumentaram devido ao estado de isolamento. Ou seja, na maioria das vezes os casos de abuso e violência contra a pessoa idosa é cometida por um entre familiar”, disse a advogada Deborah Cartágenes, Presidente da Comissão Estadual do Direito da Pessoa Idosa da OAB-MA, completando que na capital, as mais cometidas são negligência, a violência psicológica, o abuso financeiro, o abandono e a autonegligência.
Em 2021, ainda de acordo com os dados da Defensoria, foram 875 casos registrados, sendo que 235 foram de Negligência (29%), seguidos de 175 casos de violência psicológica (21%), 120 casos de abuso financeiro (9%), 68 casos de violência física (8%) e 32 casos de abandono (4%). Figuram ainda casos de autonegligência 24 (3%) e documentação, 11 (1%).
No ano passado, os locais dentro da Grande Ilha, onde os casos são mais recorrentes são São José de Ribamar (com 25 casos), Cidade Operária (com 24 casos) e e Centro, com 20 casos.