ECONOMIA

Crise na Ucrânia: os efeitos globais que vão chegar no seu bolso

O mundo deve receber um novo choque de pressão nos preços dos combustíveis e dos alimentos.

Derivados do trigo estão na lista de produtos impactados pela Guerra. (Foto: Fabiane de Paula)

A escalada nas tensões entre Estados Unidos, Rússia e Ucrânia nos últimos dois meses culminou na primeira ofensiva do governo de Vladimir Putin contra a capital Kiev nesta quinta-feira (24/2). Além dos abalos sísmicos geopolíticos entre as nações, os mercados sofreram.

A crise internacional chegou em um momento em que o mundo não está nada bem, já que a pandemia da covid-19 contaminou também as políticas monetárias globais. Agora, com a crise geopolítica, o mundo deve receber um novo choque de pressão nos preços dos combustíveis e dos alimentos. E isso somado à inflação que permeia as potências, ainda em processo de retomada após os intensos lockdowns.

Dólar

Para entender o impacto da crise, vale analisar primeiro o dólar. Com a aversão ao risco de uma guerra entre potências, o dólar comercial abriu o dia negociado a R$ 5. Às 14h10, registrava uma alta de 2,35%, negociado a R$ 5,12. A moeda ante o real vinha em uma tendência de queda desde 21 de fevereiro, quando fechou o dia cotado a R$ 5,10.

Energia

Outra alta importante foi a do petróleo. A Rússia é membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) e 60% de sua economia dependem da commodity. Com a ofensiva, pela primeira vez, o tipo Brent foi negociado a US$ 100 (valor de referência internacional) e o WTI (referência americana) foi negociado a US$ 95,54.

Além dos combustíveis que devem encarecer se a ofensiva continuar em Kiev, os europeus também deverão se preocupar. A Rússia é responsável pelo financiamento de 40% do gás natural que chega ao continente — motivo de preocupação da França, Alemanha, Itália e outros.

Trigo

Além do aumento no preço dos combustíveis, que deve surtir um efeito cascata nos alimentos e outros bens de consumo, aumentando a pressão inflacionária global em meio à retomada econômica, há o trigo. A commodity é sensível ao conflito já que Rússia e Ucrânia, juntas, produzem 14% do trigo global e fornecem 29% de todas as exportações do cereal. O Brasil é um dos maiores importadores do mundo.

Política fiscal

Um exemplo de pressão inflacionária ocorre nos EUA, que, em 2011, chegou a 7%, o maior nível desde 1982, apontou o índice de preços ao consumidor do país (CPI, na sigla em inglês). Lá, a juros básico está em 0% e 0,25%, conforme o Federal Reserve (Fed).

No caso do Brasil, a política contracionista de juros do Banco Central (BC) elevou a Selic para 10,75%. O último boletim Focus do BC estima que a inflação chegue a 5,6%.

Confira alguns dos itens que podem subir com a guerra na Ucrânia:

  • Pão, massas, biscoitos e outros derivados do trigo;
  • Combustíveis;
  • Fertilizantes;
  • Milho e produtos derivados;
  • Produtos do agronegócio, como frutas e hortaliças.
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