Câmara aprova “14º salário” para professores da educação básica de São Luís
Após discussões intensas, vereadores encaminharam projeto de lei para ser sancionado pelo Executivo Municipal.
Nesta terça-feira (30), a Câmara Municipal de São Luís aprovou o Projeto de Lei nº 338/21, de autoria do Executivo Municipal, que concede abono aos profissionais da rede de educação básica de São Luís, considerado informalmente como 14º salário.
A discussão do projeto iniciou na sessão do dia 23 de novembro, com a aprovação de duas emendas, sendo uma delas apresentada pelo vereador Raimundo Penha (PDT) e a outra pelo Coletivo Nós (PT). A sessão ordinária daquele dia foi suspensa e retomada apenas nesta quarta-feira, 30, com a apreciação de uma nova emenda
O Projeto de Lei (PL) nº338/21, de autoria do vereador Marquinhos (DEM), propunha que os profissionais da educação recebessem o 15º salário, além do abono já previsto no projeto inicial. No final da sessão, a emenda foi rejeitada pelo plenário após votação.
Discussões
No início das discussões, o vereador Raimundo Penha (PDT) levantou questionamento sobre o abono, defendendo que o valor seja pago integralmente.
“O abono é algo que os entes federados usam para chegar ao percentual mínimo que tem que ser gasto com pessoal, que é 70,1%. A visão que eu tenho é que, quanto mais aumentarmos isso, só vai aumentar a quantidade de parcelas, pois a Prefeitura vai ter que pagar o mesmo valor, que é a sobra do Fundeb”, disse o parlamentar.
O vereador Marquinhos, por sua vez, destacou que os profissionais da educação de São Luís foram fundamentais durante a pandemia de Covid-19 e defendeu que a categoria recebesse um 15º salário.
“Sabemos que a educação de São Luís, ao longo deste ano de 2021, só tem 12 escolas funcionando. O dinheiro de manutenção dessas escolas, portanto, não foi usado. A Prefeitura tem que gastar 25% de seu orçamento com a Educação, sendo 75% deste montante deve ser destinado aos recursos humanos. Estamos encerrando o ano sem o funcionamento da maior parte das escolas, sendo milhões de reais, cujo valor exato desconhecemos, porque não houve prestação de contas”, enfatizou.
O debate também questionou também a forma de pagamento do benefício. Caso seja pago em parcela única, como diz o texto do PL, o abono chega aos profissionais de educação sem incidência de tributação, como desconto de aposentadoria. Caso seja pago em forma de 14º e 15º salário, os trabalhadores teriam prejuízos financeiros em função dos descontos.
Já o vereador Ribeiro Neto (PMN) explicou que a Gestão Municipal não teria condições de pagar o 14º e o 15º salário ao mesmo tempo. Francisco Carvalho (Pros) e Concita Pinto (PCdoB) defenderam votar contra a emenda de Marquinhos, para que os professores pudessem receber o pagamento a tempo, ainda em dezembro.
Marquinhos finalizou solicitando que a Prefeitura de São Luís cumpra a Lei orçamentária da Educação. “Quantos secretários vieram aqui prestar contas? Se há dinheiro, porque o prefeito não pode pagar? Se há dinheiro sobrando, que ele devolva para os profissionais das escolas de nossa cidade”, enfatizou.
Após a emenda ter sido rejeitada pelo plenário da Câmara, o PL do abono foi novamente encaminhado ao Prefeito Eduardo Braide para sanção.