Engasgos em bebês precisam de atenção; veja dicas para evitar
Levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria aponta as crianças de 1 a 3 anos são mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência.
No mês de junho passado, policiais militares do 15º BPM, da cidade de Bacabal (MA) salvaram a vida de Wellington, bebê que na época tinha 1 ano e 1 mês. Ana Galvão, a mãe do bebê buscou ajuda no quartel, pois o bebê havia se engasgado no banho e estava sem respirar. Ao recebê-lo, o soldado PM Sobrinho que começou os procedimentos com manobras de reanimação e salvamento para ajudar o bebê a voltar a respirar. O militar fora auxiliado pelo Sargento Miranda. A criança reagiu e voltou a respirar normalmente. Segundo Ana Galvão, ela dava banho na criança quando o fato aconteceu.
Mais recentemente, nesta semana, policiais militares também socorreram uma criança de pouco mais de 1 mês, no bairro Cidade Operária, que havia se engasgado com leite materno. A criança de 1 mês e 15 dias, já estava fraca, desfalecida e roxa, segundo os policiais militares, que fizeram a manobra de “Heimlich” adequada para a situação. O procedimento durou cerca de dez minutos onde foi obtido êxito no salvamento.
Casos como esses, são mais comuns do que se pode imaginar, segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 5 ocorrências desse tipo são registradas mensalmente. Em bebês recém-nascidos e crianças de até 1 ano, as principais causas de obstrução de vias aéreas (Obstrução por vias aéreas de corpos estranhos, chamada de OVACE), é a aspiração de leite regurgitado ou de pequenos objetos. Nesse caso, a primeira coisa a ser feita é manter a calma.
A enfermeira e coordenadora do curso de Enfermagem da faculdade Pitágoras, Luciana Carvalho, explica que algumas crianças se engasgam com maior frequência pois demoram um pouco mais para se adaptar à deglutição dos alimentos. Além disso, nessa faixa etária, uma das maneiras de a criança explorar o mundo é colocar os objetos na boca para sentir seu gosto e textura.
“Outro fator importante a observar é a posição do amamentar. A melhor posição é a ventral, ela é mais biológica. Verifique também a velocidade com que esse alimento é ofertado, pois quando a mãe tem muito leite, a descida é mais forte e acelerada, contribuindo com o engasgo. Atenção, pois essa velocidade é ainda maior se for em mamadeira. E lembre-se de não amamentar a criança se ela estiver muito sonolenta”, recomenda.
Levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria aponta as crianças de 1 a 3 anos são as mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência. Entre os mais novos, milho, feijão e amendoim são os alimentos que mais causam engasgos, mas isso também ocorre com brinquedos inadequados para a faixa etária, como aqueles com muitas pecinhas pequenas, e materiais sintéticos, como bexigas.
Para crianças maiores, cuidados com os objetos pequenos como moedas, brincos entre outros. Em relação à alimentação, a especialista recomenda não oferecer alimentos muito duros ou comidas difíceis de mastigar. “Corte os alimentos em pedaços pequenos que possam ser engolidos inteiros caso a criança engula sem mastigar, mas ensine sempre a criança a mastigar bem. Outro ponto importante é não permitir que a criança se alimente deitada ou recostada, pois a melhor posição é a sentada. Tenha cuidado com balas e chicletes”, alerta a especialista.
Instruções para agir em caso de engasgo em bebês
Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões entre as escápulas (no meio das costas). Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e efetue mais cinco compressões sobre o esterno (osso que divide o peito ao meio), na altura dos mamilos. Tente visualizar o corpo estranho e retirá-lo da boca delicadamente. Se não conseguir, repita as compressões até a chegada a um serviço de emergência (pronto socorro ou hospital).
Esses procedimentos são válidos somente se a criança ou o adulto engasgado estiverem conscientes. Vítimas inconscientes precisam de atendimento hospitalar rapidamente. Os primeiros socorros para asfixia ou engasgo devem ser tomados até que seja possível o atendimento especializado. Os números de emergência do Corpo de Bombeiros e SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) são 193 e 192, respectivamente.
Dicas para evitar o engasgo na criança:
Amamente em local tranquilo
É importante para que a criança não sugue o peito ansiosa. Se a criança estiver com muita fome, a dica é deixá-la mamar por alguns segundos, separá-la do seu peito para que se acalme e depois deixá-la voltar a sugar, menos afobada.
Deixe a criança na posição vertical por cerca de meia hora após a mamada
Nesse intervalo de tempo ela pode arrotar ou regurgitar. Se mesmo depois de meia hora você ainda não tiver ouvido um arroto, fique tranquila. O ar sai por gravidade.
Hora da refeição deve ser tranquila
Evite fazer a criança dar muita risada nesse momento ou permitir que corra pelo
local. O fato de ela estar agitada atrapalha a mastigação e a deglutição e pode facilitar o
engasgo.
Atenção com os brinquedos
Só compre brinquedos certificados pelo Inmetro e que sejam indicados para a faixa etária da criança. Vale a pena observar se ele não vem com peças pequenas ou cantos pontudos. Se tem mais de um filho em casa, garanta que os brinquedos dos mais velhos fiquem guardados em locais separados.