Pecuarista dá dicas de como prevenir e combater focos de incêndio em propriedades rurais
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) alerta para o aumento de queimadas de risco neste período do ano no Maranhão, devido a baixa umidade, o calor e o vento que facilitam a propagação das chamas.
No último dia 1º de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o Maranhão registrou 3.322 focos de queimadas em agosto deste ano.
Segundo o Inpe, desde o início do ano até o mês de agosto, o Maranhão registrou 6.793 focos de incêndio em todo o estado. Os dados foram captados por meio de satélites de referência.
Ainda de acordo com o Inpe, houve um crescimento de 29% em relação ao mesmo período de 2020. A segunda quinzena do mês de agosto representou o período mais crítico do ano em relação aos focos de incêndio.
O Inpe alerta que o risco de queimadas no Maranhão permanece até o início do mês de outubro, por conta da baixa umidade, o calor e o vento que facilitam a propagação das chamas.
Segundo o médico veterinário e pecuarista, Samir Saldanha Nicolau, incêndios rurais precisam ser combatidos, pois colocam em risco a biodiversidade vegetal e animal.
“Os incêndios rurais desvalorizam as terras agricultáveis ao degradar o solo pela redução da porcentagem de matéria orgânica, podendo até levar a zero. E é a matéria orgânica a riqueza do solo, ela é o principal fator de fertilidade de solos para a agropecuária”, alerta Samir Nicolau.
O pecuarista ainda dá dicas estratégicas para os produtores rurais de como evitar as queimadas em suas propriedades. Entre as orientações, está o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e uma equipe capacitada para atuar como brigadistas. Além de cuidados com lixões próximos ao local, que podem causar o surgimento “espontâneo” de focos de incêndio.
Leia abaixo sete dicas estratégicas de como evitar queimadas em propriedades rurais:
- Aceiro
Aceiro é o nome que damos a limpeza de uma faixa de solo, em geral no perímetro externo da propriedade, deixando o solo sem vegetação, faz-se com uso de grade niveladora ou por roçadeira. Busca-se deixar o solo sem vegetação e consequentemente sem material para combustão. - Preparação da equipe
Uma equipe bem capacitada para atuar como brigadistas, é instruída de medidas de segurança pessoal, uso de equipamentos de segurança individual (EPIs) e dos próprios materiais de combate aos incêndios. - Materiais de combate a incêndio
Abafadores, enxadas e bombas costais além de EPIs, são alguns dos materiais que costumamos recomendar aos fazendeiros ter em boas condições, revisados e organizados, ficando assim prontos para uso logo no início do período de seca - Uso de tratores
Uso de tratores em estratégias de combate a incêndio em pastos e lavouras pode trazer excelentes resultados, em geral faz-se o acero a frente da linha de fogo na direção de avanço com uma grade niveladora. É importantíssimo que o operador da máquina seja devidamente capacitado podendo o próprio trator ser consumido pelas chamas em caso de erros de estratégia de combate ou pane do maquinário. - Uso de reservatórios estratégicos de água
Podem ser usados caminhões pipa ou pipa reboque de trator, estratégia de excelente resultado, ressalta-se a mesma necessidade de capacitação dos operadores que do uso de tratores. - Uso de paredes verdes
Estratégia pouco utilizada no Maranhão, podemos construir “paredes” plantando vegetação não propensa a ser consumida pelas chamas, como cactos e agaves. Propriedades que tem entrada recorrente de fogo no período seco advindo da mesma direção podem lançar mão dessa estratégia. - Limpeza de lixo
Propriedades próximas a lixões e estradas podem sofrer com o surgimento “espontâneo” de focos de incêndio oriundos da concentração dos raios solares em pedaços de vidro ou metal em dias de muito calor e baixa umidade, assim, recolher esses materiais se torna necessário.