Com Covid, Ministro da Saúde compartilha post antivacina
Maior autoridade da Saúde no país reproduziu, no Instagram, texto no qual questiona o fato de se infectar mesmo se vacinando com a CoronaVac e usando máscara
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga compartilhou uma mensagem contra a vacinação na rede social Instagram, após seu diagnóstico de Covid-19 nos Estados Unidos, onde fez parte da comitiva brasileira que participou da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Que ironia! Ministro Marcelo Queiroga seguiu todos os protocolos, vacinou com a CoronaVac, usa máscara o tempo inteiro e foi contaminado. O presidente (Jair Bolsonaro, sem partido) não se vacinou, não usa máscara, estava ao lado dele e não pegou”, escreveu uma mulher no Instagram. O ministro compartilhou a postagem.
Vale lembrar que a vacina não impede que uma pessoa pegue a doença. Na verdade, o imunizante impede que o paciente desenvolva quadros graves da enfermidade.
Os efeitos da vacinação são sentidos na prática. Todos os dados que circundam a pandemia estão em queda desde que a campanha avançou, como os números de casos e mortes, a transmissão do vírus e as ocupações dos leitos nos hospitais.
Queiroga excluiu o story antivacina após a repercussão.
Pelo Twitter, ele informou que testou positivo para a doença e disse que o ‘Ministério da Saúde seguirá firme nas ações de enfrentamento à pandemia no Brasil’.
Críticas
Nesta semana, o ministro Queiroga se tornou alvo de críticas do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan classificou o trabalho do médico como ‘fracasso’ e o chamou de ‘Pazuello de jaleco’, em referência ao ex-chefe da Saúde, general Eduardo Pazuello.
Foi na gestão do militar que o Brasil enfrentou seus piores momentos na pandemia – com colapso dos hospitais de grande parte das cidades, até mesmo com falta de oxigênio no Amazonas.
Na semana passada, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu à CPI para reconvocar Marcelo Queiroga para prestar depoimento ao Senado.
O objetivo é repercutir os posicionamentos do ministro contra a vacinação de adolescentes sem comorbidades entre 12 e 17 anos. Queiroga afirmou que os estados que imunizaram esse público agiram de maneira “intempestiva”.