TÓQUIO 2020

Doping: defesa de Tandara se pronuncia sobre caso

Nota assinada por advogado da brasiliense diz que a substância Ostarina entrou acidentalmente no organismo da jogadora e que não foi utilizada para fins de performance esportiva

Divulgação/Correio Brasiliense

Afastada dos Jogos Olímpicos de Tóquio depois de testar positivo para a substância ostarina, que modula o metabolismo, pode ajudar no ganho de massa muscular e pertence a uma classe de anabolizantes, a jogadora brasiliense da Seleção Brasileira feminina de vôlei, Tandara Caixeta, se pronunciou pela primeira vez sobre o resultado apresentado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Desligada do time, Tandara não participou da vitória contra a Coreia do Sul na semifinal, não participará da decisão da medalha de ouro contra os Estados Unidos na madrugada deste domingo e está a caminho do Brasil.

Em nota publicada nas redes sociais com papel timbrado do escritório de advocacia contratado pelo estafe dela, Tandara afirmou: “Confiamos plenamente que comprovaremos que a substância Ostarina entrou acidentalmente no organismo da atleta e que não foi utilizada para fins de performance esportiva”, diz o texto assinado por Marcelo Franklin.

A defesa diz, ainda, que o caso de Tandara não é o primeiro desse tipo. “Recentemente, inúmeros atletas no Brasil foram vítimas de incidentes envolvendo a Ostarina (SARM-S22), a ponto de a ANVISA intervir para proibir a comercialização de tal substância em território nacional”, argumenta a nota apresentada pelos advogados.

O texto também informa: “Até o momento, sequer foi analisada a contraprova da urina da atleta (amostra B), portanto, salvo melhor juízo, não se afigura razoável qualquer pré-julgamento de uma atleta íntegra, sem quaisquer antecedentes e que há anos contribui para as conquistas do voleibol brasileiro”.

A reação da notícia na Seleção

O exame de Tandara foi realizado em 7 de julho, quando ela estava com a Seleção no Centro de Treinamento de Saquarema, no Rio de Janeiro, na pré-temporada antes do embarque para os Jogos Olímpicos de Tóquio. O técnico José Roberto Guimarães falou sobre o assunto nesta sexta-feira (6/8), depois da vitória por 3 sets a 0 contra a Coreia do Sul na semifinal.

“Foi uma situação muito difícil, até porque foi tudo muito rápido. Quando soube da notícia, eu tinha preocupação com ela e com o grupo. Como o grupo iria absorver isso. Conversei com ela. Cabe a ela fazer a defesa. Garantiu que não consumiu absolutamente nada e acredito nisso. E, depois, no encontro com o grupo, todo mundo ficou de boca aberta, sem chão”, afirmou o técnico José Roberto Guimarães.

O treinador também falou como trabalhou o grupo psicologicamente. “A gente tinha uma causa para lutar. Uma medalha, representando um país, 220 milhões de pessoas, e temos que focar nisso. Vamos jogar por ela e correr por ela. Depois do jogo a gente pensa e chora, sente a ausência dela. Mas no momento não temos tempo. Absorver rápido isso e fazer o que temos que fazer. Todas se juntaram, falaram sobre isso e assimilaram”, disse.

Ostarina (SARM-S22) tem compercialização proibida pela Anvisa

Desde fevereiro deste ano, está proibida a comercialização, a distribuição, a fabricação, a importação, a manipulação, a propaganda e o uso produtos que contenham o Modulador Seletivo de Receptores Androgênicos (em inglês: Selective Androgen Receptor Modulators – SARM), por meio da Resolução 791/2021.

Segundo publicação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os efeitos desses produtos, categorizados como medicamentos, são desconhecidos no corpo humano a longo prazo. Não há medicamento registrado na Agência que contenha SARM até o momento da publicação, em abril.

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