De acordo com o Observatório do Trânsito do Maranhão, os acidentes de trânsito matam pelo menos 1.600 pessoas por ano e deixam 21 mil inválidos permanentes no Maranhão. “As informações sobre acidentes em São Luís e no Maranhão são assimétricas, pouco confiáveis. Foi divulgada uma estatística irreal que diz que no último ano morreram apenas 800 pessoas no Maranhão. É o dobro disso. Por exemplo se uma pessoa da entrada no hospital por acidente e depois morre, não é dada a morte por acidente de trânsito. Em São Luís de 7 mil acidentes que tiveram em 2015 só 2 mil foram catalogados”, disse o Diretor Geral da Fundação Odilon Soares, engenheiro Francisco de Assis Peres Soares, coordenador do OT.

Francisco Soares se refere aos dados oficiais apresentados pelo Detran-MA, em que pelas estatísticas,  mais de 50 milhões de pessoas são vítimas do trânsito no mundo, seja por lesões ou morte. E no Maranhão, 797 pessoas morreram no trânsito em 2020, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública. O  diretor geral do Detran-MA, Francisco Nagib também chamou atenção para o alto índice de motociclistas vítimas de acidente de trânsito, destacando que quase 60% dos acidentes envolvem condutores de motocicletas.

Considerada uma epidemia pelos estudiosos em trânsito, Francisco Nagib foi além, ressaltando os objetivos do Movimento Maio Amarelo. “O número de mortes no trânsito é equivalente ao de uma pandemia, e a vacina para isso é a conscientização das pessoas para a importância de um comportamento correto que deixe o trânsito mais seguro para todos”, disse.

Francisco Soares, do Observatório do Trânsito, alerta que os acidentes de trânsito e as mortes advindas deles, geram altos custos para a saúde pública. “A epidemia de mortes no trânsito, mata cerca de 1,4 milhões de pessoas no mundo. No Maranhão, que possui uma frota circulante em torno de 1,8 milhões de veículos, tem mais de 27 mil acidentes por ano. 20 mil só com motocicletas.  Os custos para a saúde pública são altíssimos. Estima-se uma conta em torno de 1,6 bilhões por ano, onde 400 milhões correspondem aos gastos previdenciários, 160 milhões de  indenizações do DPVAT e outros 1 bilhão para gastos em tratamentos hospitalares”.

Em 2022, Francisco Soares conta que Observatório do Trânsito no Maranhão vai iniciar o desenvolvimento de um sistema de observação e monitoramento de todas mortes no estado do Maranhão, com a integração das bases de dados da Prefeitura de São Luís /SAMU,  DPVAT,   Correios, DATASUS e Secretaria de Estado da Saúde/CIOPS..

O sistema informatizado fará a integração com todas bases de dados disponíveis e manterá os dados georreferenciados de modo que se possa saber os locais com maiores frequências de acidentes e os motivos estruturais para que eles ocorram.  “O acesso aos Boletins de Ocorrência (BO) de acidentes no trânsito partir de compartilhamento de dados  com o sistema de segurança pública do Maranhão, em parceria com a SES/CETRAN-MA, será fundamental para se definir uma base de dados confiável  e útil para planejamento de ações de combate aos acidentes nas estradas e rodovias  maranhenses”, disse Francisco.

Dados do Detran-MA revelam no ano de 2020, o número total das  infrações cometidas por condutores de veículos chegou a 297.435, no Maranhão. Em São Luís, foi registrado o total de 227.158 infrações nas vias de trânsito urbano da capital, sendo as infrações com excesso de velocidade acima do permitido de 20% a 50% como as infrações mais cometidas. O excesso de velocidade traz um fator mais agravante que é o aumento de acidentes de trânsito.

“No Maranhão, que possui uma frota circulante em torno de 1,8 milhões de veículos, tem mais de 27 mil acidentes por ano. 20 mil só com motocicletas.  Os custos para a saúde pública são altíssimos. Estima-se uma conta em torno de 1,6 bilhões por ano.”