Campeão do MMA

Lutador maranhense Caio Borralho busca mais um título no UFC

Caio Borralho, campeão peso-médio do Future MMA, está se preparando para participar da quinta temporada do Dana Withe’s Contenders Series.

(Foto: Divulgação)

Os desafios na carreira do maranhense Caio Borralho, campeão peso-médio do Future MMA, não param. Agora mesmo ele está se preparando para participar da quinta temporada do Dana Withe’s Contenders Series, evento de luta que serve como forma de seleção para o UFC. Sua expectativa é muito grande, mas mesmo sabendo que terá pela frente um adversário bastante difícil  (Aaron Jeffery, do Canadá), Borralho acha que  chegou a grande oportunidade para mostrar ao mundo o que conquistou com muito trabalho.

(Foto: Reprodução)

Além de já estar de ter farto material sobre as características do rival, Caio intensifica os treinos porque sabe que o UFC é o maior evento de MMA do planeta e lá todos lutam para alcançar um lugar de destaque. “Meu sonho é ser campeão do UFC, sei que ainda tenho uma longa estrada pela frente, mas estou pronto para percorrer, degrau por degrau”, enfatiza nesta entrevista concedida a O Imparcial.

Borralho considera que o fato de conhecer com antecedência o lutador contra quem vai atuar, colabora para que possa executar todas as fases necessárias do treinamento, diante do sparing Rômulo Oliveira, um atleta que vem de três vitórias seguidas e assustando todos que passam à sua frente.

Ele aproveitou a oportunidade para dizer aos maranhenses que está disposto a colocar o Estado no topo desse esporte, onde vem obtendo importantes e sucessivas vitórias.

O Imparcial – Caio, você firmou, recentemente, um contrato para participar da quinta temporada do Dana White’s Contender Series, evento de luta que serve como forma de seleção para o UFC. Qual sua expectativa, desde já, para a estreia nesse evento de alto nível, que exige muita garra e técnica dos lutadores?

Caio – Minha expectativa é a melhor possível. Já estou visualizando minha vitória todos os dias em que acordo. É a chance de mostrar para o mundo inteiro todos esses anos de trabalho árduo.

Você já tem informações sobre o canadense Aaron Jeffery? Quais seriam as características dele que você desde já está se preparando para encarar?

Tenho sim…tem bastante vídeos dele na internet e eu já estou começando a estudá-lo. Acho que a principal característica dele é a disciplina dele na luta…pelo pouco que eu já vi, percebo que não se emociona muito com o combate e faz o que tem de ser feito para ganhar…round a round. Eu diria que é um lutador disciplinado dentro do octógono, mas com menos ferramentas que eu.

Tanto você como o canadense, provavelmente treinam de forma secreta e não vão revelar agora o que pretendem fazer durante essa luta, mas até onde os sparings são importantes nesses treinamentos, sabendo-se que durante o confronto podem ocorrer surpresas de ambos os lados?

Na minha equipe, o dia de sparring é o mais importante da semana. Toda a semana é planejada para o atleta chegar bem nesse dia. O sparring é a hora de fazer o que você quer fazer no combate. É na verdade uma simulação da luta, da maneira mais real possível. E como é uma simulação, sempre há surpresas no próprio sparring…então já fico habituado a resolver os problemas que aparecem nos treinos, e assim na luta também.

Quem é o seu sparring, onde e como estão ocorrendo ou vão ocorrer os treinamentos?

Meu principal sparring é o também maranhense que eu trouxe aqui para São Paulo, Rômulo Oliveira. Atleta que está vindo de três vitórias seguidas e assustando todos os adversários que estão passando na frente dele, desde que ele veio a São Paulo. Os treinos ocorrem em sua maioria na Academia Combat Club com os treinadores Pablo Sucupira, Wagner Mota e Flavio Álvaro.

O fato de enfrentar um lutador que você nunca enfrentou exige muita cautela ou você encara o adversário com naturalidade?

A luta em si exige muita cautela sempre. Mesmo se você for lutar com um adversário que já lutou antes, o que não é normal acontecer. Então a cautela sempre existe.

O fato dessa luta não ter presença de público devido à pandemia do coronavírus tira um pouco do estado de ânimo dos lutadores ou você já está preparado para esse tipo de coisa?              

O que tenho ouvido dos lutadores é que realmente tira o ânimo sim. Por experiencia própria que lutei o título sem público, não achei que fez diferença pra mim. Mas com certeza, para o espetáculo em si, o local da luta lotado faz falta sim.

A disputa só acontecerá em setembro. Ficar treinando durante seis meses não torna essa rotina enfadonha? Há também um trabalho psicológico para deixar o atleta em bom estado tanto físico como mentalmente?

Essa é uma luta em que fiquei sabendo com bastante antecedência. Isso é bom, porque assim consigo executar todas as fases necessárias do treinamento…mas também é algo muito importante de se levar em consideração, porque também não podemos passar do ponto. Treinar demais também não é bom para a performance, então a gente faz um planejamento para que eu esteja 100% no dia da luta. Com relação ao trabalho psicológico, eu dou muito valor a esse quesito porque acho que a luta em sua maior parte se resume a isso. O físico tem que estar no ponto, mas também não adianta nada se a mente não estiver acompanhando.

 Como você avalia o nível técnico do UFC na atualidade? Está muito acima do MMA?

 O UFC é o maior evento de MMA do planeta. Então o nível lá é algo que as pessoas não fazem a menor ideia. São atletas de ponta do mundo todo querendo um lugar nesse evento. O nível técnico dos atletas do UFC está acima sim do nível dos atletas de outros eventos. Não existe curioso no UFC.

Qual foi a importância de São Paulo no teu crescimento no MMA?

Acho que foi o divisor de águas na minha carreira. Chegar aqui me possibilitou conhecer pessoas incríveis. Minha equipe e minha mulher são minha família aqui em São Paulo e isso com certeza é o que fez eu crescer como atleta no MMA. Fizeram-me um ser humano melhor e, consequentemente, um atleta melhor também.

Você acha que está atingindo o melhor momento da carreira ou ainda falta algo mais?

Eu diria que atingi um grande momento na minha carreira. Mas nem perto de onde quero chegar. Meu sonho é ser campeão do UFC, e sei que ainda tenho uma estrada longa pela frente, mas estou pronto para percorrer, degrau por degrau, sem pular etapas.

Para os maranhenses que torcem pelo teu sucesso, qual mensagem você deixa nesse momento?

Quero agradecer principalmente minha família e meus amigos aí no Maranhão. Cada um que sempre acreditou em mim. Desde quando eu era só um menino atleta sonhador querendo sair do estado em busca de oportunidades…e eu sempre tive amigos e pessoas por perto que acreditaram em mim. Aos maranhenses que acompanham meu trabalho, obrigado e quero que saibam que aqui existe um atleta 100% maranhense, disposto a colocar o nome do nosso estado no topo, que é onde ele merece. Acompanhem dia 28 de setembro ao vivo pelo canal Combate para o Brasil e canal ESPN+ para o mundo.

Regras do UFC

Inicialmente, o UFC era tido como um evento de vale-tudo. Era proibido apenas dedos nos olhos, mordidas e  tentativas de rasgar a boca com os dedos. Nos primeiros eventos, as lutas não tinham limite de tempo. 

Porém, para se adequar à programação da TV e ao tempo estipulado pelo pay per view, a SEG, promotora da competição, passou a adotar limite de tempo nas lutas. Foi essa mudança que provocou a saída de Rorion Gracie da organização. Ele era contra limitações de tempo, por julgar que essa regra não faria justiça ao jiu-jitsu. A imposição de tempo foi apenas uma das primeiras mudanças nas regras do UFC. Por ser considerado muito violento, o MMA chegou a ser proibido em 36 estados norte-americanos.

Em novembro de 2000, o UFC 28 foi o primeiro evento sancionado, depois de várias discussões com as comissões atléticas estaduais e a criação de muitas regras. Naquela época, foram criadas as primeiras categorias: pesados, meio-médios e meio-pesados. Assim, as comissões atléticas tiveram atendido o pedido de que houvesse combates com lutadores mais equilibrados fisicamente.

Atualmente, os combates do UFC e demais competições de MMA são disputados com as Regras Unificadas das Artes Marciais Mistas.

(Foto: Reprodução)

Eu diria que atingi um grande momento na minha carreira. Mas nem perto de onde quero chegar. Meu sonho é ser campeão do UFC, e sei que ainda tenho uma estrada longa pela frente, mas estou pronto para percorrer, degrau por degrau, sem pular etapas.

Regras unificadas do MMA

Conforme a regra unificada do MMA, são proibidos e passíveis de punição os seguintes atos:

Dar cabeçada, qualquer tipo de golpe com os dedos no olho do adversário; morder ou cuspir no oponente; inserir o dedo ou a mão na boca ou narina da pessoa; puxar o cabelo; arremessar o adversário contra a lona pela cabeça ou pescoço; golpear a espinha ou a parte de trás da cabeça; qualquer golpe na garganta e/ou agarrando a traqueia; usar os dedos esticados contra o rosto/olhos do oponente; golpear com o cotovelo de cima para baixo; qualquer tipo de ataque à virilha; dar joelhada e/ou chutar a cabeça de um oponente caído; pisar em um oponente caído; segurar a luva ou o calção do oponente; segurar ou se pendurar na grade com a mão ou os dedos dos pés; manipular pequenas juntas; arremessar o oponente para fora do ringue/área de luta; intencionalmente, colocar o dedo em qualquer orifício ou corte ou laceração do oponente; agarrar, beliscar, torcer a pele ou carne; evitar contato com o adversário, intencionalmente ou constantemente deixar cair o protetor bucal ou fingir uma lesão; usar linguagem abusiva na área de luta; desrespeitar flagrantemente as instruções do árbitro; ter conduta antidesportiva que cause lesão ao oponente; atacar o oponente depois de o gongo marcar o fim do round; atacar o oponente durante o intervalo; atacar o oponente enquanto ele estiver sob os cuidados do árbitro; interferência do córner ou de segundos.

Faltas podem resultar na dedução de um ponto na pontuação oficial do lutador que cometer a infração.

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