Seca 2020: Maranhão registra crescimento nas áreas de seca
O monitoramento é feito pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico e acompanhou 19 estados do país
De acordo com o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, as áreas com seca aumentaram, em pelo menos, 12 dos 19 estados do país que foram acompanhados pelo órgão. No Maranhão, entre julho e agosto, a área com seca fraca cresceu significativamente, passando de 53,65% do território maranhense para 87,57% – maior percentual desde janeiro de 2018, quando todo o estado registrou seca.
No Maranhão o Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (LABMET-UEMA) é o órgão que atua no Monitor de Secas. Através da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 18 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido.
Além do Maranhão, as áreas com seca também cresceram nos estados: Alagoas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. Somente na Bahia e no Espírito Santo houve redução dessas áreas. O Distrito Federal permaneceu, durante o período avaliado, sem seca. Já o Mato Grosso do Sul manteve 100% de seu território com seca, os três estados do Sul – Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – ainda não tiveram sua situação comparada com meses anteriores porque foram adicionados no Mapa no Monitor no mês de agosto.
Agravamento das secas
Quanto a severidade do fenômeno, oito estados sofreram o agravamento da seca entre julho e agosto: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins. Em outras oito unidades da Federação, o grau de severidade da seca se manteve: Alagoas, Ceará, Distrito Federal (sem seca), Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Fatores climatológicos
De acordo com a análise, agosto é um mês seco nos estados que compõem o Mapa do Monitor, exceto no litoral leste do Nordeste e em grande parte do Sul. Os valores climatológicos de precipitação são inferiores a 20mm, nos estados: Piauí, Ceará, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, norte de Mato Grosso do Sul, centro-sul do Maranhão e oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia.
Já no litoral leste do Nordeste, agosto é o último período chuvoso na faixa que se estende desde o Rio Grande do Norte até a Bahia, com valores de precipitação mensal acima de 150mm. No Sul a precipitação esperada varia, em média, de 50 a 150mm.
Os maiores níveis de precipitação registradas em agosto, acima de 200mm, ocorrerram no Paraná, em parte do noroeste do Rio Grande do Sul, bem como no extremo sul e em parte do leste do Mato Grosso do Sul. Totais mensais acima de 150mm foram observados em Santa Catarina (exceto no extremo sul e serra catarinense) e em boa parte do litoral leste do Nordeste (desde Pernambuco até a Bahia).
Na maior parte dos estados do Sudeste monitorados as chuvas em agosto ficaram em torno da média. Nos estados do Paraná, sudoeste e centro-leste de Mato Grosso do Sul e no leste da Bahia. As chuvas abaixo da média foram registradas sobretudo no sul de Santa Catarina, no sudoeste gaúcho e na faixa leste do Rio Grande do Norte até Alagoas.
Como funciona o monitoramento?
O Monitor das secas realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. A ferramenta é utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.