Dia Internacional da Cerveja: dicas de especialista para quem pretende produzir cerveja artesanal
No Dia Internacional da Cerveja conheça um pouco mais desse mercado ainda em expansão
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Reprodução
Elas chegaram no mercado trazendo mais aroma e sabores que são resultados de combinações diferenciadas, por isso, oferecem uma experiência exclusiva. As cervejas artesanais são uma opção a mais para os amantes de uma boa cerveja e que buscam algo além das tradicionais. A cada ano elas conquistam mais o mercado e o número de bares que oferecem a bebida tem aumentado no Brasil e no Maranhão não é diferente.
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Com ampla experiência e 44 anos dedicados ao universo da cerveja, acumulando experiências em grandes cervejarias no Brasil, como Brahma e Ambev, por exemplo, o mestre cervejeiro Mario Carneiro, explica como o movimento da cerveja artesanal começou a se intensificar no Brasil.
“Até o início do século XXI nos brasileiros só conhecíamos um estilo de cerveja pilsen e mesmo assim mais próximo do estilo americano e não a pilsen europeia, isso nos limitou em termos de paladar. Culturalmente cerveja para os brasileiros tem que ser leve, pouco amarga, límpida, etc. Mesmo atuando em cervejaria quando fui para a Europa no início da década de 90 [fazer o curso de Mestre Cervejeiro], fiquei impressionado com os diversos estilos de cerveja que encontrei por lá. Até a literatura sobre cerveja no Brasil era inexistente”, pontua Mario Carneiro.
Apesar de não ser mais uma novidade no mercado, o consumo de cerveja artesanal no Maranhão ainda é bastante tímido, afirma o especialista, porém, degustadores de carteirinha e produtores da bebida no estado, principalmente em São Luís tem ajudado a difundir o consumo desse tipo de bebida, ampliado o paladar de quem ama uma cerveja com sabor intenso.
“Hoje graças ao movimento dos cervejeiros artesanais estamos tendo contato com vários estilos como: Bock, IPA, APA, Stout, Witbier, Saison, Sour, Rauchbier, Fruitbeer, Albier e muitos outros. Acredito que com a difusão do conhecimento das características de cada um dos estilos de cerveja e da própria história da relação da cerveja com a evolução da civilização, do conhecimento dos componentes existentes na cerveja, sua harmonização com diversos pratos da culinária, possam proporcionar uma experiência única. E atrair uma legião maior de seguidores”, acrescenta.
Em São Luís são muitos os apreciadores que se tornam fabricantes de cerveja artesanal, é uma paixão que acaba virando também uma oportunidade de negócio. Se você já pensou em se aventurar no universo das cervejas artesanais, saiba que existe milhares de rótulos nacionais e importados disponíveis para consumo e mais de 100 estilos diferentes, produzidos em microcervejarias.
“Dentre todas as bebidas a fabricação de cerveja é a mais complexa de todas. Requer um profundo conhecimento das matérias primas, suas características, suas transformações durante o processo de fabricação além de um rigoroso acompanhamento de todas as etapas do processo desde o plantio das matérias primas, processo de elaboração até o produto final pronto para ser consumido. Afinal de conta quem fabrica cerveja está fabricando um alimento. Na Europa desde os primórdios da nossa civilização a cerveja é considerada como o pão liquido”.
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Se quiser passar o próximo Dia Internacional da Cerveja degustando sua própria cerveja artesanal, o especialista Mario Carneiro compartilha conosco cinco dicas de ouro, necessárias antes de iniciar a própria produção.
1: Estudar e conhecer o máximo possível sobre o assunto, buscar formação especifica. Existem hoje no Brasil centros de formação profissional como: Centro de Formação Profissional do SENAI em Vassouras, RJ; Instituto da Cerveja Brasil em São Paulo, SP; Escola Superior de Cerveja e Malte, Blumenau, SC.
2: Amar fazer cerveja, pois ser cervejeiro é um Sacerdócio.
3: Ter muita resistência à frustração, nem sempre as coisas ocorrem como planejamos.
4: Ter disciplina para repetir sempre todos os passos da receita e assim garantir a repetibilidade do processo e a fidelidade do cliente.
5: Ser um eterno insatisfeito: sempre existe possibilidade de melhorar o que já foi feito.