CORONAVÍRUS

Máscaras feitas em casa se tornam o grande negócio diante da pandemia

Devido a falta de EPI’s, moradores da capital maranhenses começaram a confeccionar máscaras

Divulgação

Diante da crise causada pelo novo coronavírus no Brasil e o mundo, muita gente tem se virado como pode para ajudar as pessoas e de quebra ainda faturar em meio a pandemia. Especialmente com a confecção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como máscaras, por exemplo.

A grande procura por máscaras cirúrgicas para prevenir a transmissão do Covid-19 fez com que o produto hospitalar faltasse em diversas farmácias e com isso, moradores da capital maranhense resolveram inovar e criar uma alternativa por conta própria como forma de garantir a proteção da população: confeccionar máscara.

É o caso da empresária Socorro Santos que também é costureira e é proprietária de um ateliê que aluga roupas para casamento em São Luís, também sentiu o impacto da crise no comércio trazida pelo coronavírus quando as encomendas começaram a cair. Com a determinação do isolamento social e quarentena, a empresária que já atua há 40 anos no ramo, percebeu que não podia ficar parada e começou a fazer máscaras de tecido para vender.

A costureira iniciou a confecção do material inicialmente para a família, no entanto, um amigo gostou tanto da ideia que resolveu compartilhar em alguns grupos de WhatsApp. Não deu outra, o resultado foi bastante positivo e há três dias, a costureira não para de receber pedidos e mais pedidos.

“Resolvi fazer isso porque o nosso segmento fechou, todos os ateliês de vendas de roupas também, e aí surgiu essa oportunidade e eu estou aproveitando”, conta Socorro.

As redes sociais ajudaram bastante também viu?! Socorro readaptou o negócio e utilizou a página de seu ateliê para compartilhar a mais nova alternativa adotada.

A procura foi tão grande que a costureira teve que mudar o atendimento, e só recebe pedidos por encomendas, já que no momento está confeccionando as máscaras sozinha em casa. A empreendedora que chega a trabalhar no mínimo 12 horas por dia, também oferece serviço de entrega para quem deseja adquirir o material. “partir de 10 unidades é realizada a entrega. Com o delivery a gente consegue gerar mais comodidade para quem está adquirindo os produtos, mas na maioria das vezes, os clientes vêm buscar aqui na porta da minha casa”, explica.

As máscaras que são feitas totalmente de algodão, possuem forro e são lavadas e higienizadas antes da entrega, estão sendo vendidas pelo preço de R$8,00 a unidades; se forem duas saem por 15 reais; 3 máscaras são vendidas a R$ 20, e a partir de 10 unidades, todas as máscaras saem por 5 reais.

Foi pensando nessa mesma alternativa que o Augusto César do Vale, proprietário há dois anos, de um restaurante no bairro da Cohama em São Luís, teve que fechar suas portas por causa da pandemia do coronavírus, precisou se reinventar teve que agradar a clientela de uma outra maneira, resolveu investir na confecção de máscaras de tecido.

A ideia surgiu através da mãe dele, costureira, que também teve que se afastar do local em que trabalha, por conta da quarentena.

O empresário conta que a confecção do material começou no último dia 23. De lá pra cá, foram produzidas uma média de 400 máscaras. Com tudo pronto, Augusto foi às ruas para vender o material. Usando o próprio carro como o meio para a exposição das máscaras, em dois dias todos os produtos foram vendidos, e as encomendas estão a todo vapor. As máscaras estão sendo vendidas a um preço de R$ 10,00 a unidade.

No entanto, Augusto relata ainda que pretende atender a todas as demandas, mas que encontra dificuldades por conta do material. “No momento, a maior dificuldade tem sido matéria prima, pelas lojas de armarinho e tecidos estarem todas fechadas e as que atendem por entrega já estão sem estoque e sem previsão de abastecimento”, explica.

O empresário acredita que essa alternativa adotada vai ajudar a desafogar o desaparecimento das máscaras descartáveis, principalmente nos hospitais, e espera que a pandemia acabe para que todos possam retornar a sua rotina.

“Espero que possamos a voltar o mais rápido possível as nossas atividades, e manter todos meus funcionários que são todos chefes de família e precisam muito do trabalho, claro que saúde fica em primeiro lugar, mas com a ajuda de Deus e muita união nesse momento iremos superar essa fase.” conta.

Augusto César vendendo máscaras

O aumento da procura pelo material tem se mostrado com um reflexo na mudança da recomendação do Ministério da Saúde sobre a utilização do equipamento. Com a grande procura por máscaras o material inicialmente recomendado apenas para profissionais da saúde, pessoas doentes e pessoas que convivem com doentes, está em falta em diversos estabelecimentos comerciais.

Por isso, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendou à população em geral o uso das máscaras de tecido como forma de prevenção à contaminação, para que as cirúrgicas sejam usadas apenas por profissionais de saúde.

Acetato

Máscaras de equipamentos de proteção individual (EPI) com folhas acetato

Uma empresa de comunicação visual da capital maranhense que trabalha com cortes a laser, também investiu na produção de máscaras de equipamentos de proteção individual (EPI), só que com folhas acetato, que cobrem todo o rosto.

Também conhecida como máscara-escudo, serve como complemento para as máscaras comumente utilizadas pelos profissionais de saúde, do tipo N95. O objetivo principal é proteger a região dos olhos.

Alyne Moreno, proprietária da empresa, conta que mesmo nunca tendo trabalhado com o material, decidiu fazer as máscaras como alternativa para fugir da crise. “Desde que o comércio da cidade foi recomendado a fechar, se tornou complicado dar continuidade às demandas, nós compreendemos o sentido da quarentena, mas não podíamos parar totalmente. E assim, eu e meu esposo, começamos a pesquisar sobre as máscaras, mesmo com o material em falta em São Luís, demos início a confecção do primeiro projeto e deu certo”, comenta.

E em tempos de crise e isolamento social, a proprietária informa ainda, que utilizou as redes sociais para fazer a divulgação do seu trabalho. E desde que o instagram virou aliado nesse processo em apenas 3 dias, 730 máscaras de acetato já foram produzidas e distribuídas.

As máquinas utilizadas para a confecção do material conseguem produzir em 8 horas, cerca de 800 unidades. As máscaras estão sendo vendidas por R$ 25,00, incluindo a entrega, e a partir de 10 unidades saem a R$ 18,00.

Solidariedade

Solidariedade nunca é demais! Em um montante de 100 máscaras, a cada 10 vendidas, o valor vai ser doado para a Fundação Antônio Brunno, que no último dia 31, foi invadido pela água e sofreu danos em sua estrutura, após uma forte tempestade. O local ajuda e acolhe pessoas com câncer de todo o estado.

“Essa foi uma forma que encontramos de contribuir com o próximo. É uma maneira de ajudar quem precisa e ser ajudado também”, finaliza.

As encomendas podem ser feitas pelos seguintes números:
Socorro – (98) 988232057
Augusto – (98) 98171-6351
Acetato – (98) 988767010

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