Grupo de São Luís entrega cestas básicas para desempregados durante a pandemia
O projeto teve início em março através de um grupo no whatsapp que já distribuiu com a ajuda de doações cerca de 600 cestas
Em um período em que muito se noticia os avanços, pesquisas e os impactos do coronavírus na sociedade, além de diariamente serem atualizados os números alarmantes de vítimas fatais, um grupo de pessoas em São Luís, tenta pouco a pouco, ajudar vitimas do desemprego causado pelo coronavírus e famílias em situação de vulnerabilidade por diversas comunidades carentes na região metropolitana.
A Covid-19 abalou não só o sistema de saúde, mas também a economia, em todo o mundo. Por causa da necessidade de isolamento social, para tentar evitar que um maior número de pessoas sejam contaminadas pelo vírus, muitos trabalhadores em todo o país, principalmente os pequenos autônomos ficaram sem ter condições de manter a família, e é aí onde começa um outro efeito da pandemia na sociedade, a fome!
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fez cálculos que mostram que a taxa de desemprego do Brasil pode chegar a 16,1% já neste trimestre. A porcentagem representa cerca de 5 milhões de pessoas.
Diante do cenário desfavorável, as boas iniciativas se sobressaem e mostram que em meio a crise e mesmo sem contato direto, é possível fazer uma corrente do bem e ajudar quem está precisando. É assim com o grupo “Trabalhadores de Cristo”, que fazem doações de cestas básicas em comunidades carentes de São Luís e região metropolitana, criado por Cynthia Araújo, idealizadora do projeto.
São oito integrantes que ajudam na organização e distribuição, eles atuam identificando os lugares que precisam, na divulgação, arrecadação de doações, compra das cestas e entrega. Mesmo com trabalho conjunto dando certo, alguns ainda não tiveram a oportunidade de se conhecer pessoalmente e se comunicam através de um grupo pelo WhatsApp.
Boa ação em meio à crise do coronavírus
O projeto que busca ajudar trabalhadores vitimas do desemprego por causa da pandemia, foi criado após Cynthia passar por sérios problemas de saúde e ficar dias na UTI de um hospital, por conta de uma pancreatite. Quando recebeu alta em 15 de março, percebeu os efeitos da pandemia e decidiu agir, com a ajuda do marido. “Eu vi que haviam trabalhadores que não tinham como alimentar a família, isso foi me angustiando. Participo de um grupo que entrega sopa e eu coloquei a minha angústia e formamos um outro grupo à parte com quatro pessoas, fomos publicando nas nossas redes sociais que estávamos formando o “Trabalhadores de Cristo” e precisávamos da ajuda de todo mundo, poderia ser com cesta básica ou dinheiro, iríamos comprar as cestas e distribuir em comunidades carentes”, explica Cynthia.
O trabalho do grupo que é totalmente independente e começou dia 24 de março, com ajuda de doações, foram entregues aproximadamente 600 cestas básicas, contendo: feijão, arroz, açúcar, óleo, cuscuz, macarrão, biscoito, entre outros produtos básicos. As compras são feitas em grandes supermercados, assim, eles conseguem mais descontos e conseguem fazer com que o dinheiro das doações possa render e garantir mais produtos.
Além de comunidades carentes, eles também já fizeram entregas de mantimentos em algumas instituições como, creches que cuidam de crianças soro positivo e outra que ajudam a tratar de dependentes químicos na capital.
A fisioterapeuta Samara Faria, é uma das voluntárias que auxilia com as arrecadações, mesmo em quarentena por ser do grupo de risco, está sempre em contato com os demais integrantes online, fazendo o papel de colaborar durante a crise causada pelo coronavírus.
“Eu já fazia trabalhos sociais antes e achei urgente e necessário participar da doação de alimentos. Eu sou fisioterapeuta, autônoma e já fui empresária, eu me senti no mesmo lugar dessas pessoas que precisam. Eu me sinto muito satisfeita em mesmo estando de quarentena poder fazer alguma coisa para ajudar o próximo”, pontua Samara.
A Callina Bertrand, servidora pública estadual, auxilia o grupo com a divulgação das ações com as postagens nas redes sociais com intuito de conseguir mais doações. Por ter que cuidar de um filho autista e mãe hipertensa, não pode estar na linha de frente das entregas, mas está aproveitando o tempo que está passando em casa por causa do isolamento, para colaborar com o grupo, mesmo não conhecendo a Cynthia pessoalmente, se propôs a dar apoio e fazer parte da equipe.
“Assistindo o que está acontecendo no mundo, não só agora, sempre tive o sentimento de que podia fazer muito mais e fazemos muito pouco. Temos um teto, comida na mesa, conforto e estamos sempre olhando coisas supérfluas, mas todo o dia é um dia para começar. O trabalho do grupo é intenso, eles têm uma energia incessante. Gostaria de fazer muito mais, mas a gente sempre pode contribuir de alguma forma, mesmo dentro de casa podemos fazer algo significativo”, acrescenta.
Mas duas ações do grupo estão previstas para acontecer neste fim de semana.
Quem tiver interesse em ajudar pode entrar em contato através do telefone: (98) 9119 2007 (Cynthia Araújo). As doações também podem ser feitas pelas seguintes contas bancárias – os comprovantes de depósito devem ser enviados no número acima-:
Caixa Econômica Federal
Samara Paula Faria
Ag: 1521
Cc: 21789-5
CPF: 013. 897. 963 – 45
Banco do Brasil
Clarisse Carneiro Araújo
Ag: 2954-8
Cc: 56948-8
CPF: 045. 174. 493 – 43