“Se a esquerda radicalizar a resposta pode ser via um novo AI-5”, diz Eduardo Bolsonaro
Esta é a segunda vez que Eduardo propõe, publicamente, medidas autoritárias para conter manifestações da esquerda
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República Jair Bolsonaro, afirmou, em entrevista dada à jornalista Leda Nagle, que o Brasil pode voltar a ter um AI-5, caso a esquerda do país passe a ter atitudes radicais.
O AI-5 foi um dos atos institucionais determinado durante a ditadura militar que dava plenos poderes ao presidente da época, Artur da Costa e Silva.
Confira, abaixo, o trecho da entrevista em que Eduardo Bolsonaro faz a afirmação:
Esta é a segunda declaração de Eduardo que defende medidas autoritárias para conter manifestações da esquerda. Na última terça-feira (29), em discurso no plenário da Câmara, ele disse que a história poderá se repetir caso manifestações como a que ocorrem no Chile sejam realizadas no Brasil.
“Eles vão querer repetir no Brasil o que está acontecendo no Chile. Não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá, vai ter que se ver com a polícia. E, se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como a banda vai tocar”, discursou.
O AI-5 da ditadura militar
Assinado pelo então presidente Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5 marcou a fase considerada mais rígida da ditadura militar no Brasil (1964-1984). O decreto dava ao presidente autonomia para cassação de mandatos nas três esferas de poder, suspensão de direitos políticos dos cidadãos, demissões, aposentarias compulsórias, decretar estado de sítio sem restrições ao país e legislar por decreto.
O mais radical decreto do regime também abriu caminho para ao agravamento da repressão, com mortes e desaparecimentos de militantes da esquerda armada.