POLÍTICA

“A maioria das sentenças da Lava Jato eu assinaria”, afirma Flávio Dino

“Ela [a Lava Jato] foi derivada, sim, de graves casos de corrupção, mas também de interesses políticos e econômicos inclusive internacionais”, defendeu o governador

Reprodução

“Eu não diria que a Lava Jato foi totalmente errada, acho até que a maioria das sentenças da Lava Jato eu assinaria”, afirmou o governador Flávio Dino durante uma entrevista, ao ser questionado sobre a Operação Lava-Jato. “Ela [a Lava Jato] foi derivada, sim, de graves casos de corrupção”, defendeu, “mas também de interesses políticos e econômicos inclusive internacionais”.

A entrevista foi publicada na última quinta-feira (17) pelo The Intercept, jornal responsável pela publicação dos diálogos proibidos entre membros da força tarefa da operação. Ainda sobre a Lava Jato, o governador prossegue: “você tem resultados justos e tem resultados injustos. Você tem resultados necessários e positivos e resultados negativos, perniciosos ao país, como por exemplo prisões injustas – a do Lula é a mais evidente de todas – e resultados econômicos terríveis, atinentes à nossa soberania energética.”

O governador disse à entrevista que a Lava Jato surgiu de boa intenção e cumpriu, em parte, seu papel na luta contra a corrupção – mas “se transformou em instrumento de luta política”. Em seguida, voltou a criticar a suposta parcialidade do então juiz Sérgio Moro, envolvido nos vazamentos.

“Provas inexistentes, delações premiadas que foram extraídas sem legalidade alguma, por exemplo mediante recompensa financeira, não têm o atributo da voluntariedade, nem capacidade e aptidão de sustentar uma condenação. Quem diz isso é a lei, não sou eu (…) Só há um caso na história brasileira em que um habeas corpus foi dado por um magistrado federal e não foi cumprido [pela Polícia Federal]: o do presidente Lula. Ele foi anulado, por telefone, por um juiz que estava fora do país (Sergio Moro estava em férias, à época, mas sua assessoria negou então que ele estivesse fora do país), que depois virou ministro do governo que foi vencedor [da eleição em 2018] em razão da inelegibilidade do candidato que ele mesmo condenou. “

“Eu fico imaginando um juiz apitar Corinthians e Palmeiras e quando a partida termina, aos 45 minutos do segundo tempo, ele tira a camisa de árbitro e por baixo tem a de um dos times que jogou. Isso realmente iria revoltar o mundo do futebol, e essa é uma notícia mundial. Foi exatamente isso que aconteceu no caso do ex-presidente”, comparou.

À época do primeiro vazamento de diálogos entre o então juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato – principalmente Deltan Dallagnol -, Flávio Dino defendeu o afastamento de Moro do atual cargo de ministro da Segurança. “Quem instrumentalizou a Justiça Federal para fins eleitorais e partidários pode tentar fazer o mesmo com a Polícia Federal, agora sob seu comando direto”, alegou.

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